quinta-feira, outubro 02, 2014

Da ONUMOZ (1994) para EMOCHM (2014)

Foi oficialmente formalizado, na manhã de quarta-feira(1) na capital do país, o comando central da Equipa Militar de Observadores da Cessação das Hostilidades Militares (EMOCHM), numa cerimónia que decorreu no Centro Internacional de Conferências “Joaquim Chissano”.A EMOCHM é composta por 93 oficiais militares, sendo 70 nacionais, dos quais 35 provenientes das Forças Armadas e policiais do Governo, e outros 35 provenientes da Renamo. Os restantes 23 são estrangeiros, provenientes da África do Sul, do Botswana, de Cabo Verde, dos Estados Unidos da América, do Reino Unido da Grã-Bretanha, da Itália, de Portugal, do Quénia e do Zimbabwe.Em declarações momentos depois de ter tomado posse e recebido a pasta contendo os Termos de Referência e o documento que define o estatuto, anteriormente aprovados pelo Governo e a Renamo para orientação da missão conjunta (nacionais e estrangeiros) de observadores militares, o brigadeiro Theregu Seretse, do Botswana, comandante da EMOCHM, lembrou aos moçambicanos, através dos presentes na cerimónia, que a ocasião marca o início de um outro capítulo na História de Moçambique.“É uma grande honra e privilégio proferir estas palavras aqui. O dia de hoje marca o início de um outro capítulo na História deste país”, disse Theregu Seretse. “Como observadores, vamos manter o esforço de observação e supervisão dos acordos e das fases subsequentes”, garantiu o comandante da equipa de observadores. Assegurou que a EMOCHM é para garantir o cumprimento efectivo da missão e as tarefas a ela incumbidas. Mas advertiu que, “para a missão ter sucesso é preciso que os documentos assinados pelas partes sejam postos à disposição”. Dirigindo-se aos seus pares, Theregu Seretse afirmou que ser um observador requer muita responsabilidade, e considerou primordial: “observar os nossos comportamentos, porque estamos a ser embaixadores dos nossos países”.“Devemo-nos concentrar nos documentos assinados”, concluiu o oficial tswana, e assumiu que tem uma grande responsabilidade sobre si.

Renamo defende um modelo correcto de integração como fundamental para o sucesso da fase subsequente.
O chefe da delegação da Renamo no diálogo político com o Governo, o deputado Saimone Macuiana, advertiu que o sucesso de todo o processo depende fundamentalmente da aprovação pela EMOCHM do modelo correcto de integração e reinserção dos seus homens.“Testemunhámos hoje um evento importante na História do nosso país. Esta é uma etapa importante para o cumprimento da missão da cessação das hostilidades”, disse Macuiana. A Renamo reiterou o que considerou ser seu compromisso para o cumprimento dos entendimentos alcançados na mesa do diálogo. “Reiteramos que a paz é fundamental para o povo moçambicano. Esperamos que, da vossa parte, dêem todo o seu saber e empenho para esta missão nobre. Aos nacionais, apelamos para que sejam exemplo de convivência, pondo de parte as suas proveniências. Nós, a Renamo, afirmamos e reafirmamos o nosso compromisso com a paz e os interesses superiores do nosso povo”, declarou Saimone Macuiana, e sublinhou que a aprovação do modelo de integração é fundamental para o sucesso da fase subsequente.Falando em nome do Governo moçambicano, o ministro da Agricultura, José Pacheco, considerou que a missão é difícil, tendo apelado para o cumprimento com sucesso do previsto nos acordos.“Reconhecemos que a missão é difícil, mas apelamos para o cumprimento do previsto nos acordos. Gostaríamos de contar com a vossa experiência e transparência numa missão como esta”, disse o ministro, lembrando que “o diálogo polático entre o Governo e a Renamo teve em vista a estabilidade política e social, conservação da paz e promoção da reconciliação nacional”.Declarou que a supervisão, observação e garantia da implementação e início do processo de integração e reinserção económica e social deve ter em conta garantir que, no fim, nenhum partido tenha no futuro arsenal bélico e homens armados. (B. Álvaro)

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