quinta-feira, novembro 26, 2015

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O dólar continuam imbatível face o metical e as medida até aqui tomadas pelo Governo não têm sido eficazes para evitar a sua ascensão. A Confederação das Associações Económicas (CTA) já avisou que, face a este cenário, os preços de produtos de primeira necessidade vão aumentar. Aliás, o pão, a energia e a água potável são mais caros e a subida da taxa do transporte está à espreita. Por conta disto, o primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, instou, na quarta-feira (25), as três bancadas parlamentares a não politizarem a desvalorização do metical. Pediu para que os moçambicanos evitem o “pessimismo, o pânico e o desespero”, pois, no seu entender, esta não é a única moeda no mundo a derrapar face à moeda norte-americana e Moçambique não é igualmente o único a ser afectado pela situação.
Encabeçando o Governo, que se fez ao Parlamento, pela quarta vez, este ano, para responder a perguntas colocadas pela Frelimo, Renamo e MDM, Carlos Agostinho disse que o metical derrapa em consequência da correlação de uma série de factores internos e externos, mas, acima de tudo, porque o país importa e consome mais do que produz.
O Chefe de Estado, Filipe Nyusi, foi o primeiro a admitir, em Outubro, esta “ociosidade” do país que tem, à luz da Constituição da República, a agricultura como a base do desenvolvimento mas na prática pouco disso acontece.
As receitas provenientes das exportações de produtos como a energia, o gás natural, o alumínio e o açúcar são insignificantes devido à tendência do dólar. “Os preços de alumínio no mercado internacional registaram uma queda de 20%”, igual percentagem para o gás natural e “o carvão 22%”, disse Carlos Agostinho do Rosário.
Resultado de imagem para mozalTodavia, face a este problema, no que tange à energia da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), o que o governante não disse é que, pese embora Moçambique detenha um potencial energético que o coloca em condições de satisfazer não só o consumo interno, mas também as necessidades da região da África Austral, e o país seja o segundo maior produtor de energia nesta região, "HCB é nossa" há sete anos mas continuamos a importar cada vez mais corrente eléctrica, sem qualidade e a um custo elevado.
Como que a responder às declarações do representante do FMI, Alex Segura, segundo as quais “pensamos que a depreciação do metical e de outras moedas da África Subsariana era necessária como instrumento para gerir este choque externo, mas no caso moçambicano já atingiu níveis excessivamente elevados”, e previa-se que o câmbio se estabilizasse nos 45 meticais/dólar, Carlos Agostinho do Rosário considerou que a depreciação do metical é um reflexo da “recuperação da economia dos Estados Unidos da América dos efeitos da crise mundial de 2008”.
Entre Janeiro e Outubro deste ano, “o metical perdeu 43% do seu valor” relativamente ao dólar. As outras moedas, tais como o euro, o rand (África do Sul), o yane (Japão), o kwacha (Zâmbia), o rublo (Rússia), o real (Brasil), o kwanza (Angola), o shelling (Tanzânia) também não escapam ao poderio da moeda norte-americana, afirmou o Primeiro-Ministro, indicando que uma das soluções para este problema é a “consolidação da paz, o aumento da produção e da produtividade, a atracção de investimentos e a diminuição das importações”. Porém, nada deve colocar os moçambicanos em aflição.
No que à inflação diz respeito, a média foi de 2,5% em Outubro, “contra a meta de 5,6%. As nossas reservas internacionais líquidas permitem a cobertura de importações de bens e serviços não factoriais por um período de 3,7 meses”.
Enquanto isso, há dias, o Fundo Monetário Internacional (FMI) concedeu a Moçambique um “apoio de emergência” de cerca de 286 milhões de dólares em virtude de o Governo de Filipe Nyusi ter encontrado os cofres do Estado com “poucas divisas”, o que, aliado à desvalorização do metical em relação à moeda americana, deixou o Executivo sem grandes manobras.
Paralelamente a isso, o FMI considerou que “a depreciação do metical está excessivamente alta”. Enquanto o Banco Central tomava medidas que para determinados economistas são paliativas para atenuar o problema, João Mosca emitiu a opinião de que “não há nenhuma surpresa em relação à actual situação económica do país. O Banco de Moçambique é que estava e está desfasado da realidade e dos sinais dos mercados, e faz uma gestão monetária rígida e provavelmente politizada”.

A dívida pública externa aumentou de 4.8 biliões de dólares, em 2012, para sete biliões, em 2014. Deste montante, 2.2 biliões de empréstimo foram contraídos no Governo de Armando Guebuza para financiar projectos como a Estrada Circular, a ponte Maputo/KaTembe, a Ematum, e as obras de protecção costeira na Marginal.

quarta-feira, novembro 25, 2015

Chavena sem chá

Produção de chá pode ter dias contados, dizem. Queixam-se de rendimentos insuficientes e da má condição das estradas e pedem ajuda ao Governo para que se mantenha a tradição da produção de chá nesta região de Moçambique.
Resultado de imagem para cha gurueGurué é uma região de chá. É aqui que se encontram as maiores plantações de chá de Moçambique. No entanto, os produtores dizem que o negócio está comprometido: falta energia eléctrica nas fábricas de processamento de chá e há péssimas vias de acesso para escoar o produto.“Estamos um pouco apreensivos”, diy Amed Aly, da empresa Chazeira de Moçambique. “Como nós exportamos, a desvalorização do metical está a ajudar-nos a manter estas empresas, embora com deficiência”, explica Aly, acrescentando que “não faz sentido o chá ter que pagar IVA, porque isso traz uma série de desvantagens”.

Resultado de imagem para cha gurue“Os nossos rendimentos são bastante baixos. O nosso método de trabalho está ultrapassado, trabalhamos áreas que já sofreram, o que significa que a densidade inicial diminuiu bastante”, conclui.Em resumo, o chá está a perder qualidade e os rendimentos das empresas são baixos. O chá produzido em Gurué está a ser menos consumido no país. Muitos moçambicanos preferem comprar o chá importado da África do Sul, que fica mais barato em relação ao chá nacional, principalmente o de Gurué.Os produtores culpam o Governo moçambicano. Segundo eles, os governantes parecem ter pouco interesse em tornar esta cultura rentável.“Gostaríamos de ver qual é a possibilidade de o Governo apoiar os produtores nestas áreas de re-plantio, de aumento das áreas de produção e a substituição das próprias áreas que estamos a explorar, neste momento. Foram concedidas há 40 ou 50 anos”, explica Amed Aly. “Mesmo a própria tecnologia já está ultrapassada e isso traz desvantagens quando vamos para um mercado internacional”, considera o empresário.Recentemente, o ministro da Agricultura de Moçambique, José Pacheco, visitou as chazeiras e disse que o Executivo tudo fará para que o chá de Gurué volte a ser reconhecido como nos tempos antigos. “Quero que os nossos produtores possam ter acesso aos meios e factores de produção em quantidade e qualidade suficientes para que tenham altos níveis de produtividade e para que o nosso país ocupe o seu espaço de direito como um dos países produtores de comida e não só”, diz José Pacheco, sublinhando que “este Governo está comprometido com a produção agrária”.Ravi Singi, outro empresário e produtor do Chá Magoma, em Gurué, pede ao Governo medidas concretas para impulsionar a produção na região. Singi diz que os produtores investem muito dinheiro para pôr as firmas em funcionamento, mas, em contrapartida, não há lucros. “Há mais vantagens em exportar o chá do que em vender localmente”, conclui.Vários produtores estão a substituir o chá pela macadâmia, uma espécie de amêndoa usada para a produção de chocolates.

País pode ficar "mudo"

As três companhias de telefonia móvel que operam em Moçambique decidiram bloquear, a partir do dia 28 do corrente mês, os Módulos de Identificação do Subscritor (cartão SIM) dos clientes que não registarem até a data estabelecida.A decisão avançada hoje, durante uma conferência de imprensa conjunta entre as companhias (Mcel, Vodacom e Movitel), surge três meses depois de ser aprovado o decreto, de carácter imediato, que preve a sanção das empresas em caso de incumprimento das metas estabelecidas de registo de cartões SIM.O decreto estabelece multas monetárias, no valor máximo de seis milhões de meticais (o equivalente a 135.348 dólares ao câmbio corrente), às companhias que não fizerem o registo do cartão SIM até 100 mil subescritores, no período em alusão. Enquanto àquela que tiver registos irregulares tem uma pena de cerca de quatro milhões.
Resultado de imagem para cartao simPor outro lado, o decreto avança que as empresas que omitirem informação sobre o registo dos subescritores terão uma pena de três milhões de meticais (cerca de 67.674 dólares, ao câmbio corrente), mas àquelas que impedirem a monitoria da fiscalização das empresas poderão ter multas até dois milhões de meticais.Após a aprovação do decreto, as três companhias iam mantendo encontros, visando alcançar um objectivo único.Três meses depois, estas convocaram a imprensa para informar que “os clientes já activos e não registados serão progressivamente bloqueados até que registem os seus cartões SIM. Os cartões SIM novos serão activos, apenas quando totalmente registados”, disse Hermínia Fernandes, porta-voz do encontro.Fernandes afirmou que o grau de registo tem evoluído, porém reconhece que ainda há mais clientes por registar. Por isso, apela aos clientes a registarem os seus cartões.“O incumprimento do disposto na lei, por parte dos clientes, poderá ter como consequência ser-lhes limitado o acesso aos serviços de telefonia móvel”, disse.Tendo em conta que se trata de uma acção conjunta entre as três operadoras, a Porta-voz acredita que os clientes que não se registarem até a data estabelecida sentir-se-ão obrigados a procurar as lojas e procederem ao registo, no lugar de ficarem incontactáveis.Segundo o Director de Serviços Postais do Instituto Nacional de Comunicação (INC), Massingue Apale, os níveis de registo estão em 67 por cento, numa cifra de 19 milhões de clientes.“Em Fevereiro, quando o Ministro dos Transportes e Comunicações (Carlos Mesquita) se pronunciou em relação ao registo dos cartões, tínhamos alcançado 43 por cento e até Outubro conseguimos 67 por cento. Estamos num bom ritmo”, disse Apale.Segundo dados avançados durante a conferência de imprensa, a Mcel registou três milhões de clientes, faltando mais três milhões. Enquanto isso, a Vodacom registou 2 milhões de clientes, num universo de 5 milhões. Por outro lado, a Movitel atingiu o registo de 70 por cento de clientes num universo de 5 milhões.A obrigação de registo dos números de celulares iniciou em 2010, quando o Governo anunciou um prazo de 60 dias, contados a partir de Setembro, para os cidadãos registarem os seus cartões sob o risco de vê-los bloqueados.A medida de carácter obrigatório visava servir de ferramenta útil na investigação de actos criminais. Esta medida teria surgido depois das manifestações populares que abalaram, em 2010, as cidades de Maputo, Matola e Chimoio tendo provocado a morte de 13 pessoas e o ferimento de outras mais de 150.Na altura, os manifestantes tinham sido mobilizados por mensagens anónimas enviadas de celular em celular, tendo atingido um número considerável de pessoas.Contudo, até aos dias que correm ainda não se fala de um registo completo e satisfatório, visto que vezes sem conta novos prazos para o registo de cartões foram estabelecidos.

Governo suspende

Resultado de imagem para desflorestamento africaO Governo moçambicano aprovou hoje um decreto que determina a suspensão, por um período de dois anos, da autorização de novos pedidos de áreas de exploração de madeira, em regime de licença simples. O documento foi aprovado durante a 41ª sessão do Conselho de Ministros que teve lugar esta terça-feira, em Maputo. Segundo a porta-voz do governo nesta sessão, Ana Comoana, a suspensão visa permitir a reorganização do sector, “que se caracteriza pela proliferação de operadores de licenças simples em áreas extensas, cujo controlo e maneio devem ser assegurados pelas autoridades do sector de florestas”. Trata-se de uma medida que se enquadra nos esforços do Governo visando salvaguardar as florestas nacionais, ora sob forte pressão dos madeireiros, chegando a ameaçar a sobrevivência de algumas espécies florestais. Recentemente, o Ministro da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, apontou o pau-ferro como uma das espécies em risco de desaparecer, havendo necessidade de suspender a sua exploração, para garantir a reposição.As províncias centrais de Tete, Manica e Zambézia e nortenha de Cabo Delgado são as mais pressionadas na exploração madeireira, sobretudo por operadores ilegais.Nos últimos anos, por exemplo, têm sido reportados vários casos de apreensão de enormes quantidades de madeira, resultante de exploração ilegal e em vias de ser exportada.

quinta-feira, novembro 19, 2015

30 milhões de dolares

Resultado de imagem para Aliança Africana para a Revolução VerdeA Aliança Africana para a Revolução Verde (AGRA) vai investir neste quinquénio mais de 30 milhões de dólares norte-americanos para o sector agrário em Moçambique.De acordo com o responsável daquele organismo na região leste e subsariana de África, George Bigirwa, a iniciativa enquadra-se no plano de investimento nas áreas de sementes, mercados, solos, políticas e capacitação de desenvolvimento humano. Falando no âmbito da reunião nacional de produtores, comerciantes e melhoradores de sementes, na província nortenha moçambicana de Nampula, George Bigirwa, é citado hoje pelo “Notícias” a afirmar que a aposta no investimento no país funda-se no facto de se assistir melhores políticas governamentais no sector agrário. Nos últimos sete anos a AGRA investiu em Moçambique mais de 47 milhões de dólares norte-americanos, destacando-se entre outras realizações o destacamento de um total de 44 variedades de sementes, algumas das quais tolerantes à seca, tais como mandioca, amendoim, milho, arroz, soja e batata-doce.Para aquele responsável, há um cometimento colectivo em Moçambique sobre a necessidade de se desenvolver a agricultura, razão que a AGRA vem apostando no apoio tanto no sector público, como no privado. “Temos orgulho de sermos parceiros de Moçambique. Já investimos nos últimos anos mais de 47 milhões de dólares para diversas iniciativas de desenvolvimento agrário e já está planificado o desembolso de mais 30 milhões de dólares neste quinquénio”, explicou George Bigirwa.Segundo o jornal, dados estatísticos providenciados pela AGRA situam Moçambique em sétimo lugar na produção de semente ao nível de África. A Etiópia está no topo e na cauda se posiciona a Serra Leoa. A AGRA, que é um organismo criado sob os auspícios dos governos africanos, tem como missão catalisar a transformação agrícola ao nível do continente nas áreas de inovação, sustentabilidade, aumento de produtividade e acesso ao financiamento, com destaque aos pequenos produtores. O foco desta organização são os agricultores do sector familiar, incentivando-os a embarcar na transformação da agricultura para a sua sustentabilidade.

“O próximo passo é a sua destruição”

Cientistas que procuram uma cura do HIV reivindicam ter descoberto uma droga que consideram como sendo parte crucial de uma estratégia no combate ao virus causador do Sida. A droga, designada de Antabuse, também vendida como um genérico com o nome de disulfiram, tem o poder de “ressuscistar” o virus e destrui-lo, momentos depois.Os pesquisadores dizem que Antabuse foi administrada em 30 seropositivos que vinham recebendo anti-retroviarais, nos Estados Unidos da America e na Austrália. Nestes pacientes, a droga activou o HIV, embora em estado de adormecido.Um estudo publicado, na passada segunda-feira em Melbourne, na Austrália, pelo jornal Lancent, revela que não houve efeitos colaterais.Julian Elliott, do Departamento das Doenças Infecciosas em Melbourne, reivindicou que “ressuscitar” o virus do Sida constitui o primeiro passo para a eliminação da doença.

Resultado de imagem para AntabuseDe acordo com o Programa das Nações Unidas sobre o HIV (UNAIDS), o estado latente do virus em pessoas recebendo anti-retrovirais é o principal obstáculo nos esforços tendentes a busca de uma cura da chamada 'doença do século'.Pesquisadores afirmam que “acordar” o virus escondido em células dormentes e destruí-las depois é uma estratégia-chave, embora até aqui não se consiga fazer uma combinação efectiva das drogas envoldidas no teste.Sharon Lewin, da universidade australiana de Melbourne, referiu que apesar dos cientistas terem dado um passo em frente, ao conseguirem activar o HIV latente, outra preocupação tem a ver com a toxidade das drogas testadas. “Com disulfiram, entretanto, não parece constituir algum problema”, sustentou.“Este teste demonstra que o disulfiram não é tóxico e está fora de perigo”, frisou, acrescentando que “a dosagem de disulfiram foi apenas um estímulo do que um pontapé dado ao virus. Mesmo assim, a droga, administrada em três dias, aumentou o volume do virus no plasma, o que foi um passo encorajador”.

Privados querem câmbio privado

O sector privado em Moçambique sugere que o Banco Central introduza câmbios administrativos para facilitar a aquisição de divisas para o financiamento das importações de factores de produção e bens essenciais.A medida, de carácter transitório, poderia ajudar a fazer face a actual conjuntura caracterizada pela contínua depreciação da moeda nacional, em relação ao dólar norte-americano. No último dia de Outubro, a paridade metical/dólar no mercado cambial interbancário foi de 42,01, o correspondente a uma depreciação anual do metical de 35,95 por cento.Este apelo lançado esta quarta-feira, em Maputo, pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), surge numa altura em que o Banco de Moçambique acaba de anunciar o agravamento, pelo segundo mês consecutivo, da taxa de juro da facilidade permanente de cedência de liquidez, fixando desta vez, em 8,25 por cento.O sector privado sugere igualmente ao Governo que inclua medidas específicas e transitórias no Plano Económico e Social, bem como no Orçamento do Estado para 2016 e incentivar o sector produtivo e minimizar-se os efeitos negativos da actual conjuntura económica.“Neste contexto, a CTA incentiva o Governo a avaliar a reorientação dos subsídios, focalizando-os na produção, como medida transitória; e a considerar a possibilidade de rever os contratos de fornecimento de bens e serviços, com forte componente de importação, pelo sector privado”, disse Rogério Samo Gudo, vice-presidente da agremiação, citado hoje pelo “Notícias”.A fonte, que falava durante uma conferência de imprensa, recomendou também aos empresários e homens de negócios a agir com maior prudência nas suas decisões para o exercício económico de 2016, dando enfoque à produção doméstica e ao uso de matérias-primas locais.“A CTA, como representante do sector privado empresarial, estará sempre disponível para apoiar o empresariado a estabelecer sinergias e ligações empresariais que possam reduzir a exposição às flutuações cambiais em relação à taxa de câmbio”, disse.Na ocasião, Rogério Samo Gudo frisou ainda que o recente incremento das taxas de juro de referência pelo Banco de Moçambique terão um impacto negativo no sector privado, agravando o seu endividamento no sistema bancário que, no primeiro semestre, se situou em 203.087,4 milhões de meticais (4.491.600 dólares norte-americanos).Segundo ele, o impacto negativo terá maior peso nos sectores mais endividados, nomeadamente a indústria, com 11,46 por cento; construção e obras públicas, com 7.66 por cento e transportes e comunicações com 6.65 por cento.“Mesmo nas linhas especiais de crédito à agricultura, o custo do dinheiro irá aumentar, dado que a taxa de juro de empréstimo tem como base a Facilidade Permanente de Cedência (FPC) que aumentou de 7.75 por cento para 8.25 por cento”, afirmou.Estas medidas, combinadas com o efeito de depreciação cambial, segundo sustentou, resultarão num cenário cada vez mais sombrio.“A título de exemplo, o endividamento privado externo das empresas da agro-indústria, indústria e telecomunicações cresceu em 2014, passando a totalizar uma dívida externa de 64 milhões de dólares norte-americanos no início de 2015. Isso significa que em meticais este endividamento aumentou em 50 por cento devido à depreciação do metical”, afirmou Samo Gudo.

quarta-feira, novembro 18, 2015

Bombas sofisticadas

KAB-500S
No decorrer da operação aérea em curso na Síria, a Rússia está usando uma série de bombas e mísseis equipados com sofisticados sistemas de orientação, de acordo com relatos da mídia. Uma vasta gama de mísseis e bombas equipadas com sistemas avançados de orientação estão sendo usados atualmente pela Rússia na sua operação aérea contra os militantes do Estado Islâmico na Síria.Durante os ataques aéreos localizados, os projéteis são lançados a partir de grandes altitudes para evitar sistemas móveis de defesa aérea.As bombas de alta precisão normalmente usam o sistema de navegação Glonass, a alternativa russa ao GPS, para destruir alvos, enquanto os mísseis são guiados por um operador.

KAB-500OD
As novas armas de alta precisão incluem a bomba guiada KAB, que tem duas modificações, a KAB-250 e KAB-500. A bomba KAB-250 foi projetada na década de 2000 para o caça de quinta geração PAK-FA russo. Tem uma forma distintiva oval porque a bomba está montada no interior de compartimentos do avião.

Kh-25ML
 A bomba também é usada por aviões de guerra russos avançados, incluindo os bombardeiros Su-34, que estão atualmente operando na Síria. A aeronave lança essas bombas sobre alvos do EI da altitude de 5.000 metros.Quanto aos mísseis guiados por laser usados na Síria, eles diferem na potência e têm versões guiadas por laser Kh-25L e Kh-29L.

Kh-29L
As aeronaves de ataque ao solo Su-24 e Su-25 usam bombas aéreas não guiadas na Síria, onde um sofisticado sistema ajuda os pilotos a lançar bombas com total precisão.Além disso, bombas antibunker BETAB-500 são usadas na Síria para eliminar centros de comando do Estado Islâmico, que são bunkers subterrâneos de vários níveis de betão armado.As bombas antibunker BETAB-500 estão equipadas com um impulsionador a jato, que permite que as bombas destruam completamente qualquer instalação subterrânea.


Além disso, estão sendo lançadas bombas aéreas OFAB-250 que são especificamente utilizadas para destruir alvos desprotegidos, incluindo depósitos de armas inimigas e campos de treinamento do Estado Islâmico.

terça-feira, novembro 17, 2015

Sem vontade em nada dará!!!

Testemunhos escutados pela DW África, nas antigas zonas de conflito da Gorongosa e Muxungue, relatam novos confrontos militares ocorridos na semana passada. A equipa de reportagem da DW África, observou no local, um reforço das tropas governamentais, motivo pelo qual as populações voltaram a refugiar-se nas vilas de Gorongosa e no posto administrativo de Muxungue.No posto de Vunduzi constatou-se a presença notória de homens fortemente armados, tanto do exército moçambicano como elementos da RENAMO. Os populares confirmaram que na noite da última quinta-feira (12.11) se registaram novos confrontos perto da serra da Gorongosa. Facto que levou Mateus Pedro a abandonar a sua casa para se refugiar na vila. “As pesssoas estavam sentadas e de repente começaram a ouvir tiros. Entao saí do campo e fui buscar as filhas e mulher e levei-as para a vila de de Gorongosa. A outra vítima é Florinda Guiraze mãe de uma menor paralítica, que nas últimas duas semanas está sem-abrigo. Sem grandes opções, escolheu viver na segurança dos corredores do hospital rural de Gorongosa temendo novos ataques militares à sua comunidade: “Eu vivo aqui, durmo nesta varanda do hospital. Não tenho familia aqui na vila de Gorongosa” conta Florinda. “O meu outro filho morreu no último conflito armado. Preferi levar esta minha filha porque não podia correr com ela. Os outros estão com saúde por isso ficaram lá.”A reportagem da DW Africa recolheu o testemunho de um casal que na manhã de sexta-feira (13.11), abandonou a sua casa para se refugiar em Muxungue. As nossas fontes confirmaram a entrada naquele povoado de carros militares das tropas governamentais e, pelo outro lado, homens armados da RENAMO bloquearam a circulação normal da população naquela região.
Resultado de imagem para pazA agência de notícias Lusa refere-se a dois politólogos moçambicanos que mostram sinais de uma aposta "num confronto e numa solução militar", mantendo o país numa situação "crítica e delicada". Segundo contam à agência de noticias “há sinais que favorecem a leitura de que se aposta na solução militar. O acontecimento na Beira, os ataques às caravanas do líder da RENAMO e as movimentações de meios militares dão indicações nessa direção", afirmou João Pereira, professor de Ciência Política na Universidade Eduardo Mondlane (UEM).Mas por outro lado, o académico acrescenta que a via militar, não poderá resolver a crise, pois a RENAMO e o seu braço armado contam com uma base social alargada, as forças de defesa e segurança não têm capacidade para derrotar uma guerrilha em todo o território e a situação económica do país não aguenta uma nova guerra por muito tempo. O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, deve resolver rapidamente a situação, apostando no diálogo com a RENAMO, porque, nos próximos tempos, poderá ter de gerir uma situação social complicada, devido à tendência de aumento da inflação, retracção dos investimentos e abrandamento da economia”, disse à agencia Lusa.José Macuana, também docente de Ciência Política na UEM, refere-se à exigência da RENAMO de apenas aceitar o diálogo sob presença de mediadores internacionais. O politólogo defende que esse tipo de intervenção não terá solução sem vontade política. "Podem chamar-se quantos mediadores quiserem, mas se não existir essa vontade, que é básica, não vai ajudar em nada, já se fez isso antes e não deu em nada", enfatizou.

A tensão política em Moçambique tem-se agudizado desde que o Governo anunciou o desarmamento compulsivo do braço armado da RENAMO, a maior força política da oposição moçambicana.Recorde-se que o líder da RENAMO, Afonso Dhlakama, continua a não ser visto em público desde o passado dia 09 de outubro, altura em que foi desarmada à força a sua guarda pessoal.