terça-feira, maio 31, 2011

Cesta básica? Há que repensar

Continuam as incertezas em relação à implementação, com eficácia, da ‘cesta básica’ recentemente aprovada pelo Governo, cuja entrada em vigor está prevista para o mês de Junho que amanhã começa. Depois de académicos e sociedade civil, agora é a vez do Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmar, ainda que com alguma cautela, que a ‘cesta básica carece de reestruturação’ e que, por isso, ‘deve ser repensada’.De acordo com o representante residente do FMI em Moçambique, Victor Lledó, é preciso que o Governo moçambicano potencie o sistema de protecção social básico. Ou seja, tire do sufoco (pobreza extrema) as camadas sociais mais vulneráveis. Isso porque, segundo a constatação do FMI e que também já foi avançada por várias instituições da sociedade civil, nos últimos anos os ricos continuam mais ricos e os pobres, por sua vez, continuam mais pobres em Moçambique, e a riqueza nacional está a ser controlada por um e sempre mesmo grupo muito restrito.Victor Lledó disse que o Governo tem feito algum esforço e aponta o mecanismo de subsídio à ‘cesta básica’ ou simplesmente a ‘cesta básica’ como uma das formas para proteger as camadas mais vulneráveis. Mas o representante do FMI diz que nos moldes em que a ‘cesta básica’ foi proposta em Moçambique, carece de reestruturação e quiçá “de ser repensada em alguns aspectos”. “A cesta básica tenta atender a linha do sistema de protecção social básica, mas no nosso ver e de vários parceiros ainda carece de refinamento e quiçá repensar a sua estrutura básica, dado alguns factores que podem comprometer a sua implementação e seus objectivos”.O FMI refere que existem factores que se devem ter em conta para a implementação da ‘cesta básica’, assim como para qualquer outra medida que tem por objectivo aliviar o impacto da subida dos preços sobre as comunidades mais vulneráveis.

Para o caso da ‘cesta básica’ segundo o FMI, há que clarificar melhor se os elegíveis são realmente a população mais vulnerável, ou seja, se realmente a medida vai atingir a população de baixa renda.Deve igualmente ser repensado se a mesma poderá ser implementada no tempo determinado (no caso Junho a Dezembro) e se a sua implementação vai favorecer a estabilidade social.Outra questão que deve ser levada em conta, segundo o FMI, é o factor desarme. Se o Governo pode se livrar facilmente da ‘cesta básica’ caso necessite.Recorde-se que a ‘cesta básica’, que entrará em vigor a partir 01 de Junho como já declarado e prometido pelo Governo liderado por Armando Guebuza, é composta por 6 kg de arroz de terceira qualidade, 6 kg de farinha de milho, 1.5 kg de pão, 3 kg de peixe de segunda, 0.5 litros de óleo alimentar, 1.5 kg de açúcar e 2 kg de feijão manteigas. Estes produtos, segundo as contas do Governo, são os básicos para um agregado familiar composto por cinco membros, para um período de trinta dias. Por eles, os beneficiários vão pagar 840 meticais. O Estado só vai subsidiar caso o preço suba. E o controlo para isso passa por lojas de abastecimento previamente indicadas pelo governo. Quem não estiver inscrito e não se abastecer nessas lojas que o Governo indicar se os preços subirem, não terá direito a receber o valor da diferença de preços. (Matias Guente)

Vale pode alimentar "14 moçambiques"

Se as potencialidades fossem realidade, em Moçambique ninguém mais sofria de fome. É que segundo o director nacional dos Serviços Agrários no Ministério da Agricultura, Momade Valá, o potencial agrícola do vale do rio Zambeze, no centro de Moçambique, se for devidamente explorado, pode dar de comer a 280 milhões de pessoas. Aliás, este é o número estimado de todos os africanos.Valá, numa palestra organizada pelo Centro Terra Viva, cujo tema foi “agricultura de conservação”, disse que neste momento o vale de Zambeze é explorado por cerca de 800 mil agricultores, dos quais 85 porcento praticam ‘agricultura indígena’ ou ‘de enxada de cabo curto’.O director nacional dos Serviços Agrários no Ministério da Agricultura, Momade Valá, disse na circunstância que Moçambique a nível dos países da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, SADC, está no penúltimo lugar do ponto de vista da agricultura de conservação, que tem vantagens comparativas e económicas.Indicou que a nível da região, o Zimbabwe foi um dos países pioneiros a apostar na agricultura de conservação na década 80, mas agora esta posição foi assumida pela Zâmbia.“Nada temos feito na agricultura de conservação. Na zona centro, onde trabalhei quatro anos nesta matéria, deu-se um salto qualitativo, passou-se de uma tonelada para três por hectare da área cultivada”, referiu Momad Valá.O antigo director provincial de Agricultura em Gaza e Zambézia, avança que a solução para potenciar a agricultura de conservação no país passa pelas demonstrações de áreas de conservação, programas de extensão, formação de formadores e palestras.
A companhia aérea zimbabweana (Air Zimbabwe) confirmou na quinta-feira a retirada do aparelho que lhe alugava uma empresa aérea zambiana, na sequência dum desacordo sobre as modalidades de pagamento, indica um comunicado da referida empresa.A companhia aérea zambiana alugou este aparelho há dois meses à Air Zimbabwe, cuja frota de Boeing 737-200 está bloqueada no solo por problemas de navegabilidade, disse o director-geral da Air Zimbabwe, Innocent Mavhunga, citado no comunicado.A companhia nacional zimbabweana utilizava este aparelho para voos internos e regionais, que foram suspensos. A sua retirada repentina provocou uma interrupção desastrosa dos programas de voo, indicou a fonte.“Contrariamente às informações divulgadas pela imprensa, segundo as quais a companhia nacional zimbabweana tinha acumulado pagamentos em atraso, a verdade é que houve um desacordo com o parceiro sobre a data aplicável da próxima fase de pagamento”, explicou.A Air Zimbabwe, cujo capital é detido inteiramente pelo Estado, está praticamente em falência devido à greve dos seus pilotos e do seu parceiro aéreo por causa do não pagamento dos salários e à manutenção no solo da sua frota por problemas de navegabilidade, de acordo com a fonte.

Aly na Baviera

O Primeiro-Ministro, Aires Ali, manifestou o interesse de ver as instituições de ensino superior em Moçambique a cooperarem com Universidade Técnica de Munique, da Alemanha, em diversos capítulos de formação técnico-científica. O governante moçambicano, que desde Domingo se encontra a efectuar uma visita de trabalho de quatro dias ao Estado Livre de Baviera, reconheceu o prestígio daquela universidade, que já chegou a ser considerada uma das três 'universidades de elite' pela Sociedade Alemã de Pesquisa (DFG) e pelo Conselho de Ciência (Wissenschaftsrat).Esta universidade é famosa em trabalhos de pesquisa, desenvolvimento de tecnologia, entre outras, cuja experiência, segundo o Primeiro-Ministro moçambicano, pode ser partilhada pelas instituições de ensino superior em Moçambique, particularmente pela Universidade Eduardo Mondlane (UEM), a maior e mais antiga instituição publica de ensino superior no país.Fundada em 1868, Universidade Técnica de Munique tem, pelo menos 3.600 publicações científicas.Ainda hoje, segundo a Rádio Moçambique, a estacão pública de radiodifusão, Aires Ali visitou um hospital, onde recebeu explicações sobre o trabalho ali em curso no que diz respeito ao atendimento a criança.Na ocasião, o Primeiro-ministro manifestou interesse de Moçambique em reforçar os laços de cooperação existentes e identificar outras áreas, sobretudo no domínio da saúde.Para alem de encontros e visitas a empreendimentos económicos e desportivos, durante a sua visita, Aires Ali vai participar num fórum empresarial, onde aproveitará para apresentar às autoridades governamentais e empresariais da Baviera as potencialidades económicas existentes no país.

500 Km virgens e impróprios para uso

O Ministro moçambicano dos Transportes e Comunicações, Paulo Zucula, afirma estar em curso a correcção de alguns erros detectados ao longo da linha-férrea de Sena.O exercício visa essencialmente permitir que até Setembro próximo inicie a circulação de comboios e o consequente escoamento do carvão de Moatize, província central de Tete.A linha de Sena não estará pronta até Julho próximo, como estava inicialmente previsto, depois do primeiro adiamento motivado pelos erros técnicos detectados ao longo da ferrovia com pouco mais de 500 quilómetros de extensão, que não permitem a circulação de comboios.Segundo o Ministro, citado pelo Jornal 'O País', o maior responsável do atraso em cerca de 18 meses do termo das obras de reconstrução da linha de Sena é a concessionária RICON que não observou todas as obrigações que constam dos cadernos de encargos.Em consequência da situação, segundo Zucula, o governo sentiu-se forçado a rescindir o contrato com o consórcio constituído pelas empresas de origem indiana, nomeadamente, RICON e IRCON. O titular da pasta dos Transportes e Comunicações avançou, sem detalhes, que o governo está em busca de outros parceiros para dar continuidade ao projecto de construção da linha de Sena.

Moçambique aposta em sistemas solares

A Comissão Europeia (CE) está a financiar um projecto de electrificação rural através de sistemas solares em quatro postos administrativos das províncias de Cabo Delgado, Nampula e Niassa, Norte de Moçambique, num financiamento global de 2,4 milhões de euros.Trata-se de uma iniciativa inserida no projecto de Facilidade ACP para a energia e destina-se a electrificar infra - estruturas públicas e sociais dos postos administrativos de Meloco e N’cumpe, distrito de Namuno (Cabo Delgado), Quixaxe, distrito de Mongicual (Nampula) e Muipite, distrito de Nipepe (Niassa), beneficiando um universo de mais de 50 mil pessoas.
O governo comparticipa no projecto com 26 por cento do orçamento.
Um comunicado de imprensa do Fundo Nacional de Energia (FUNAE), hoje recebido , indica que as obras de electrificação dos postos administrativos de Meloco e Quixaxe foram recentemente entregues, numa cerimónia que contou com a presença das autoridades locais bem como com representantes do FUNAE, do empreiteiro EDUINTER e do fiscal FORTUNE.“Os projectos de electrificação rural trazem mudanças e melhorias significativas na qualidade de vida dos beneficiários devido ao carácter social”, sublinha o comunicado de imprensa, acrescentando que o impacto destes projectos em diversas áreas, incluindo na educação, saúde, comércio, entre outras.Na educação, por exemplo, a electrificação abre espaço para a introdução do ensino no período pós laboral, contribuindo para a redução dos índices de analfabetismo.Por outro lado, a iluminação pública desses postos administrativos poderá concorrer para a redução dos índices de criminalidade.

Apoiantes do ANC optaram por absentismo,e...

A líder da Aliança Democrática (DA), na oposição na vizinha África do Sul, Helen Zille, anunciou, este ultimo fim – de - semana, que está determinada a transformar o seu partido com vista a incrementar ainda mais a popularidade junto do eleitorado. Avaliando os resultados das eleições municipais de 18 deste mês de Maio, que, de algum modo, fortaleceram a posição da DA, Zille apontou a transformação do partido como sendo uma tarefa inadiável, face aos desafios tendentes a incrementar o seu apoio junto do eleitorado, principalmente o negro.Ela disse que trabalhará em todas as regiões sul-africanas, com vista a consolidar a sua posição manifestada nestas eleições.Nas autarquias realizadas este mês, o partido conquistou 23,8 por cento dos votos depositados, o que para Zille constitui um passo importante dentro do mosáico político do país, contra 14,7 por cento nas municipais de 2006.Pronunciando-se pela primeira vez desde a realização da votação, ela afirmou que negros, mestiços, indianos e brancos depositaram os seus votos a favor da DA, o que mostra que goza de grande confiança junto do eleitorado.Apesar de o Congresso Nacional Africano (ANC), no poder, ter ganho 133 áreas municipais, nove foram a favor do que a DA descreve de “100 por cento” de negros.Refira-se, porém, que esta foi a primeira vez que o partido de Zille ganhou áreas habitadas por negros, base tradicional de apoio do partido no poder no país. Analistas são de opinião de que o apoio da DA vem dos que mudaram da sua simpatia para com as pequenas formações políticas, entre as quais a Frente da Liberdade Mais (FF+), de extrema-direita. Outro factor do crescente apoio da DA é de ter recorrido a cânticos revolucionários durante a campanha eleitoral e prometido transformar-se numa organização cada vez mais inclusiva.Alem disso, outro factor que determinou o aumento do seu apoio foi de alguns apoiantes do ANC terem optado por absentismo, numa clara tendência de mostrar a sua desilusão com relação aos maus serviços prestados pelas actuais estruturas, o que ‘e cerne de protestos populares no país.

Crise? Qual crise?

O que quase todo o mundo chama crise, Sepp Blatter, presidente da FIFA, chama de "dificuldades". Em conferência de imprensa nesta segunda-feira, o líder do organismo que tutela o futebol mundial nega que exista crise, apesar das suspeitas de corrupção que envolvem a FIFA e que afastaram Mohammed bin Hamman da corrida eleitoral."Crise? Qual crise? Ofutebol não está em crise. Acabámos de ver uma bela final da Liga dos Campeões, com 'fair play'. O futebol está a ter algumas dificuldades e vamos resolvê-las dentro da nossa família", declarou o suíço, que deverá ser eleito, sem oposição, para um quarto mandato como líder da FIFA.Blatter reconhece, no entanto, que a imagem da FIFA tem sofrido com as alegações de corrupção que envolveram a atribuição dos Mundiais de 2018 e 2022, respectivamente, à Rússia e ao Qatar, mas que não há nenhum inquérito do comité de ética sobre o processo de escolha dos organizadores destes torneios. "Não vamos tocar nos Mundiais de 2018 e 2022. Lamento que o que aconteceu nos últimos dias tenha prejudicado a imagem da FIFA e que tenha provocado alguma desilusão nos adeptos", frisou Blatter, que foi ilibado de quaisquer actos ilícitos, ao contrário do seu ex-rival nas eleições desta quarta-feira, o qatari Bin Hamman, que é acusado de tentar comprar os votos dos membros das Caraíbas e que desistiu das eleições, para além de ter sido suspenso, tal como Jack Warner, vice-presidente da FIFA, de Trindade e Tobago. Segundo Blatter, as eleições às quais ele é o único candidato podem ser canceladas se houver acordo para que tal aconteça de 75 por cento das 208 federações nacionais que integram o organismo. "Se alguém quiser mudar alguma coisa nas eleições, são estes os membros da FIFA", acrescentou.

segunda-feira, maio 30, 2011

Parlamento com poderes para destituir o PR

O Governo esteve sexta-feira na Conferência Nacional do Parlamento Juvenil (PJ), que teve lugar em Maputo, para explicar as diferentes políticas públicas que envolvem a juventude. A falta de emprego, habitação e exclusão social constituíram a tónica dominante dos debates, que contaram, para além do Governo, com a presença de académicos, membros da sociedade civil e jovens de quase todo o País.Segundo o presidente do PJ, Salomão Muchanga, o objectivo da conferência era activar o diálogo sobre o desenvolvimento do País, para apoiar a implementação de políticas favoráveis à juventude que realmente funcionem tendo em consideração as várias dimensões da pobreza e desenvolvam um debate nacional sobre a situação política económica e social do País.“Os jovens mostraram-se preocupados com o crescimento económico que não se está a traduzir efectivamente na redução da pobreza, pelo que a pobreza continua alta à semelhança do fosso social entre ricos e pobres,” disse.No encontro, foi questionado ao Governo a razão da falta de uma política concreta de emprego e de habitação.Fazendo ponte com as recentes medidas tomadas pelo executivo jovens e sociedade civil questionaram os critérios usados pelo Governo para elaboração e implementação das políticas públicas. Foi referido por exemplo, que os economistas não pouparam críticas à implementação da ‘cesta básica’, que como anunciado pelo Governo está para entrar em vigor em Junho ou Julho, ainda que se admita agora que o referido programa ainda possa vir a ser cancelado, como apurou o Canalmoz de várias fontes bem colocadas ao mais alto nível do Executivo.A presidente da Liga dos Direitos Humanos, Alice Mabota, também esteve lá para lançar as suas habituais críticas. Numa das suas intervenções, falou da usurpação de terras por elites do partido Frelimo, incluindo o próprio chefe de Estado, Armando Guebuza, que também é presidente da Frelimo. Em seu jeito característico, sem papas na língua, Alice Mabota disse que os terrenos estão a acabar a favor da elite da Frelimo. Disse que: “já não é novidade perguntares por um terreno e ser informado que o mesmo já é propriedade de Armando Guebuza, presidente da República, ou de um outro membro influente do partido no poder”.O ministro da Panificação e Desenvolvimento, Aiuba Cuereneia, reconheceu, no encontro, os níveis assustadores de desemprego e disse que o Governo através de diferentes programas do Ministério do Trabalho está, dentro das suas possibilidades, a combater o desemprego. No final da conferência, o PJ lançou o seu posicionamento em relação à revisão da Constituição da República cujos primeiros passos já foram dados na Assembleia da República, com a constituição da comissão ad-hoc.O Parlamento Juvenil defende a manutenção do actual sistema de Governo presidencialista – eleição do Presidente da República por sufrágio universal. Isso porque, segundo dizem, o problema de fundo não é o presidencialismo, mas sim aquilo a que chamam de ‘natureza atípica’ do sistema presidencialista moçambicano. Assim, o PJ defende entre outros pontos a eliminação de presidente da República simultaneamente presidente do partido, ou seja, propõe que o PR, uma vez eleito deixe de ser o presidente do partido. Defende ainda a figura de um PR sem poderes para dissolver o parlamento e por sua vez o parlamento com poderes para destituir o PR. Defende também a retirada do poder de iniciativa legislativa por parte do PR, reservando-lhe apenas o poder de regulamentar. (Matias Guente)

domingo, maio 29, 2011

Colherada em seara alheia

Um líder comunitário da localidade de Meluluca, no posto administrativo de Mandimba-sede no distrito do mesmo nome, foi vaiado em pleno comício popular dirigido pelo governador do Niassa, David Malizane, alegadamente porque queria a destituição de um seu colega, Matresse. O tal régulo pediu o uso da palavra a David Malizane, para acusar o seu colega de não ser do consenso da comunidade do seu regulado, por não ter um bom comportamento. “Senhor governador, tenho muitos pedidos a fazer, primeiro, queremos que nos ajude a destituir o régulo Matresse, porque ele não é uma boa pessoa. Há dias passou pelos outros regulados com cidadãos de origem asiática a fazer registo das pessoas para serem apoiadas. Mas, quando saiu o apoio, ninguém viu, ele apoderou-se de tudo”, denunciou.Acrescentou que no passado, ele mais outros líderes comunitários ter-se-iam deslocado ao regulado de Matresse, para legitimar um outro em substituição deste, só que Matresse não queria entregar o poder. “Estou a pedir para que destitua o Matresse, antes da visita do Presidente da República, caso não, irei expor ao Chefe do Estado” — ameaçou.Entretanto, o governador do Niassa, David Malizane, que orientou aquele comício no âmbito da preparação da vista presidencial prevista para o próximo mês de Junho e que vai escalar aquela localidade, disse que o tal líder não tinha poderes para destituir um seu colega, porque, segundo esclareceu na altura, quem escolhe um líder para uma determinada zona são os residentes locais, que conhecem o comportamento da pessoa.
“Você é líder comunitário lá na sua zona, porque os residentes indicaram-no. Matresse é régulo no seu regulado, porque foi indicado pelos residentes locais. Por isso não tem poderes para o efeito, se indicaram um outro líder para o regulado de Matresse, violaram a lei” — disse Malizane, fortemente aplaudido.Acrescentou ainda que nem o Governo, assim como outros líderes comunitários tem o poder de destituir e legitimar um outro líder comunitário, mas as comunidades locais. “Por isso, você não pode intrometer-se nos assuntos dos outros regulados. Você apenas deve-se meter nos assuntos que dizem respeito ao seu regulado e mais nada” — advertiu David Malizane.

Quanto vale o dinheiro?

A atracção do Homem pela esfera material, bem como o seu amor à riqueza, são factos reconhecidos pelo Isslam, pois este não proíbe nenhuma dessas coisas. Todavia, exige que se mantenha uma perspectiva correcta no concernente à sua importância relativa, para que assim os bens materiais e a riqueza não se tornem o objectivo da sua existência. Consta no Al-Qur’án, Cap. 3, Vers. 14:
“Foram embelezados para os homens os objectos de suas paixões; as mulheres, os filhos, os tesouros de ouro e prata, os cavalos de raça, os rebanhos e as machambas. Mas tudo isso é o gozo da vida terrena, mas é junto de Deus que está o melhor retorno”.
Consta ainda no Al-Qur’án, Cap. 28, Vers. 60:
“E o que quer que vos tenha sido concedido, é apenas gozo da vida terrena e seu ornamento, e o que está junto de Deus é melhor e mais durável. Não raciocinais”?
Se Deus nos favorecer com riquezas e ficarmos entretidos com elas deixando de adorá-Lo, Ele criar-nos-á barreiras neste e no Outro Mundo, não sendo de afastar a possibilidade de Deus retirar de nós essas riquezas, mudando a nossa situação de abastança para a penúria, como um castigo.Se não permitirmos que as riquezas interfiram na nossa adoração a Deus, bem como no cumprimento das Suas ordens, então seremos abençoados com mais riquezas. E assim as riquezas mundanas serão como que nossos servidores e nós seremos autênticos servidores de Deus.
Diz o Al-Qur’án, Cap. 2, Vers. 219:
“Eles perguntam-te o que devem gastar (na caridade). Diz-lhes: o que é supérfluo (para as vossas despesas)”.
O Isslam não é contrário ao ganho de dinheiro. Aliás, ganhar dinheiro por meios lícitos até é considerado uma obrigação religiosa. Contudo, o Isslam abomina e desaprova a tendência de se exaltar a aquisição de riquezas como um objectivo supremo e exclusivo da vida.Portanto, a pessoa pode adquirir riquezas e propriedades para seu usufruto. Porém, isso deve ser feito de forma equilibrada e com prudência. Não nos devemos envolver demasiado na procura de riquezas e bens materiais ao ponto de isso interferir nas relações que necessariamente devemos manter com o nosso Criador, ou que de alguma forma desvie as nossas mentes dos objectivos da nossa existência neste Mundo, bem como do nosso destino final.Para além disso, não nos podemos esquecer do direito que os pobres e os desfavorecidos têm sobre a nossa riqueza, pagando o Zakát (esmola obrigatória) e dando Sadaqa (caridade facultativa). Na realidade, as riquezas que uma pessoa ter não constituem um direito seu mas sim uma dádiva de Deus. Nem se devem considerar um prémio pelo esforço ou mérito, mas sim uma beneficência de Deus.Portanto, é necessário que as riquezas excedentes que circulam somente entre algumas pessoas abastadas, não se concentrem apenas nesse círculo restrito de pessoas, mas sim devem ser gastas no alívio da pobreza, de forma devidamente planeada.Se fizermos isso, a luta de classes que ameaça a paz mundial em todas as esferas da vida deixará de ter lugar.A riqueza que uma pessoa possa ter não deve ser gasta apenas para si, mas também para a família e para os necessitados e aflitos. E todo o acto de beneficência para com o pobre e o necessitado é considerado um empréstimo a Deus, pois Ele chama a Si a responsabilidade de reembolsar com acréscimos inimagináveis tudo o que se tenha gasto em prol dos necessitados, conforme consta no Al-Qur’án, Cap. 2, Vers. 274:
“Os que gastam de seus bens dia e noite, em segredo e em público, receberão a recompensa de seu Senhor. Nenhum medo os dominará e nem se entristecerão”.
E Deus diz no Al-Qur’án, Cap. 3, Vers. 92:
“Jamais atingireis a piedade até que gasteis (em esmola) daquilo que mais apreciais”.
Estes ensinamentos incutem nos crentes uma atitude básica de generosidade e espírito de “mão aberta”, pois como resultado eles começam a gastar livremente a favor do seu próximo, e entre eles o dinheiro nunca se torna um objecto de adoração. É simplesmente para ser usado para os outros, assim como para si.Há a acrescentar o facto de a religião desencorajar e desaprovar o desperdício, bem como os gastos em luxos desnecessários com o intuito de fazer alarde ou impressionar os outros. A simplicidade, o contentamento e a gratidão por tudo aquilo que Deus generosamente concedeu a alguém, são qualidades importantes.Por outro lado, o orgulho devido à riqueza, e os preconceitos relativamente aos que têm menos, a ganância e a avareza, são pecados graves.O valor do dinheiro não reside em si próprio mas sim no que pode fazer em prol dos necessitados e aflitos, pelo que não deve ser acumulado ou imobilizado em contas a prazo, mas sim, gasto em necessidades legítimas ou na ajuda ao próximo, ou então investindo-o de forma benéfica e apropriada.Quando o Ser Humano deixa de seguir estes ensinamentos, torna-se materialista e a sua meta na vida confina-se à aquisição de dinheiro a todo o custo, usando meios lícitos ou ilícitos, ainda que tenha traficar, matar ou roubar.Para esse tipo de gente, a vida humana não tem nenhum valor, já que para eles o objectivo da vida reside apenas no dinheiro.E o que está a acontecer à nossa volta é um grande exemplo disso, pois quando as pessoas chegam a esse ponto, os Homens são avaliados na base do material e dinheiro. Quem tem mais dinheiro pesa mais, tem mais valor, ainda que seja um falido em termos de mérito. E quem não tem dinheiro pesa menos, não tem valor nenhum na sociedade, ainda que seja pesado em termos de mérito.

Entre os 50 mais pacíficos do globo

Moçambique apresenta-se como o terceiro país mais pacífico na região Austral de África, apesar de ocupar 48 lugar, a nível mundial, segundo o Índice Global de Paz (IGP) 2011 divulgado esta semana.O estudo foi apresentado pelo Instituto pela Economia e Paz, um centro de pesquisas internacional sobre as relações entre o desenvolvimento económico e a paz no mundo.Comparativamente aos dados do ano passado, o país desceu uma posição. Em 2010, classificou-se em 47.Este país está atrás de Botswana (35ª) e Malawi (39ª), mas melhor pontuado em relação à Zâmbia, que figura na 52ª posição, Namíbia (54ª), Tanzania (56ª), Suazilândia (70), Angola (87ª), Madagáscar (105ª), África de Sul (118ª), Zimbabwe (140ª) e da República Democrática de Congo, na 148ª posição.No continente africano, Moçambique é o quinto mais bem posicionado, seguindo Botswana (35ª), Malawi (39ª), Gana (42ª), Tunisia (44ª). No mundo, o país figura entre os 50 mais pacíficos do globo.O índice, na sua quinta edição, classifica os países de acordo com a sua pontuação numa escala de um a cinco. O número 1 representa mais proximidade do estado de paz e o número 5, mais distanciamento.Para avaliar a ausência da violência nos países, uma equipa de académicos, empresários, filantropos e membros de organizações pela paz analisa indicadores como relações com os países vizinhos, instabilidade política, número de homicídios para cada 100 mil pessoas, número da população encarcerada, gastos com a militarização e facilidade de acesso às armas.No estudo, a Islândia ocupa o primeiro lugar no ranking de 2011, seguida por Nova Zelândia, Japão, Dinamarca e República Checa.Já a Somália foi considerada o país menos pacífico, substituíndo o Iraque que foi para o penúltimo lugar. Acima deles estão Sudão, Afeganistão e Coreia do Norte. Os levantamentos populares e os conflitos nos países do Médio Oriente contribuíram para a deterioração dos índices de paz de países da região, como Bahrein, Egipto e Tunísia, de acordo com a pesquisa.A Líbia, em guerra entre os rebeldes e as forças leais ao líder Muammar Kadhafi desde fevereiro, caiu 83 posições e está entre os 20 países menos pacíficos do mundo.O Qatar, que está na 12ª posição no ranking global, é o país mais bem colocado daquela região. De acordo com a pesquisa, a violência custou mais de oito trilhões de dólares norte-americanos à economia mundial em 2011.Além disso, o IGP também identificou um aumento da possibilidade de manifestações violentas em 33 países do mundo.O índice, que engloba 153 países e 99 por cento da população mundial, foi o primeiro a ser criado para classificar as nações do mundo de acordo com os seus níveis de paz.

sábado, maio 28, 2011

Uma das melhores do mundo" mora aqui"

A Água Vumba, uma das marcas moçambicanas de água mineral, acaba de ser reconhecida como um dos melhores produtos do mundo no que respeita à qualidade e ao sabor. A entidade responsável pela atribuição do prémio é o Instituto Internacional de Sabor e Qualidade, uma organização de Bruxelas, internacionalmente reconhecida no teste do sabor e qualidade de produtos alimentares. Entre produtos de diferentes países do mundo presentes no concurso que teve lugar em Fevereiro e Março deste ano, a Água Vumba recebeu uma classificação de duas estrelas, numa escala classificativa máxima de três, o que acaba por ser suficiente para pôr aquele produto entre os melhores colocados do mundo em relação à qualidade e ao sabor.Este é o segundo prémio que a Água Vumba recebe depois de, em 2008, ter sido premiada em reconhecimento à qualidade, e de ter merecido o reconhecimento do Ministério da Indústria e Comércio através da atribuição do selo made in Mozambique.A distinção da Água Vumba, de acordo com a directora-geral da empresa, Kátia Hassan, constitui motivo de orgulho, não só ao nível interno, mas também a todos os moçambicanos, visto tratar-se de um produto nacional.A água Vumba, que está presente no mercado há 51 anos, abastece apenas o mercado interno, sobretudo as regiões centro e sul do país, sendo que uma das suas perspectivas é atingir os países vizinhos e diversificar a produção, incluindo água com gás e refrigerantes.

A fábrica da Água Vumba está localizada na província central de Manica e conta com 187 funcionários, dos quais 151 estão directamente no departamento fabril. Nas imediações da fábrica está situada a serra montanhosa, donde a água é extraída para ser engarrafada.De acordo com a engenheira química da empresa, Sandra Lamuel, a água é transportada por gravidade para um primeiro tanque com capacidade de 50 mil litros. Já no interior da fábrica, é conduzida para tanques com capacidade para 20 mil litros, onde passa pelo processo de filtração.Anida no processo produtivo, amostras da água são submetida à preparação laboratorial, onde se faz a filtração de análises das bactérias. A lavagem e enchimento das garrafas de 0,5 e de 1.5 litros, colocação do rótulo e a selagem fazem parte do processo seguinte.A Água Vumba produz, actualmente, quatro mil caixas por dia, correspondentes a 60 mil litros, o que, de acordo com a directora-geral, é suficiente para satisfazer a demanda.Em termos de vendas, a Água Vumba cresceu 200%, de 2005 a esta parte, isto é, de 300 mil caixas para 900 mil.

BARCELONA 3-MANCHESTER UNITED 1

El Barca ya tiene la Cuarta

O homem que atirou em Ronald Reagan

John Hinckley, o homem que há 30 anos tentou assassinar o então presidente americano, Ronald Reagan, poderá deixar o hospital psiquiátrico onde está internado para fazer um maior número de visitas sem vigilância à casa de seus pais, conforme sentença da Justiça dos Estados Unidos.A decisão foi do juiz Paul Friedman, cujo porta-voz explicou que o número de visitas que Hinckley poderá fazer será decidido mais tarde, em outra ordem judicial. Em 30 de março de 1981, Hinckley se aproximou de Reagan, que estava para entrar em sua limusine, em frente ao hotel Hilton, em Washington, e abriu fogo a cerca de seis metros de distância do presidente, que se recuperou do ferimento após uma operação.Hinckley, que então tinha 25 anos, foi declarado inocente por problemas mentais. Ele disse posteriormente que atirou contra o presidente para impressionar a atriz Jodie Foster. Os advogados de Hinckley conseguiram fazer com que o hospital St.Elizabeths fosse concedendo mais liberdade ao paciente nos últimos anos, ao argumentar que seu estado mental melhorou e que não há em seu histórico nenhum relatório sobre incidentes.Embora as visitas aos pais sejam feitas sem supervisão, Hinckley tem de levar consigo um telefone celular com GPS quando está no caminho entre a casa de seus pais e o hospital psiquiátrico para que as autoridades possam saber onde ele se encontra. Segundo o juiz, Hinckley nunca tentou escapar do hospital nem nos trajetos de visita à casa de seus pais.Os tiros daquele fatídico dia atingiram também o agente do serviço secreto Timothy McCarthy, o policial Thomas Delahanty e o então porta-voz da Casa Branca, James Brady, que foi ferido na cabeça e sofre lesões cerebrais permanentes. Brady se transformou desde então em ativo defensor do controle de armas.

Coseu a vagina usando uma agulha

A notícia dando conta de um homem que coseu a vagina da sua esposa, depois de a ter surpreendo a manter relações sexuais extra-conjugais, tem um desenvolvimento triste. A mulher que foi vítima desta prática desumana não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo no Hospital Provincial de Chimoio. O homem que coseu a vagina da esposa ainda continua fugitivo.A identidade da mulher continua a ser omitida pelas autoridades de Manica por razões óbvias, mas sabe-se que era uma jovem de 26 anos, mãe de dois filhos com o mesmo homem que causou a sua morte.Tudo começou quando alegadamente foi surpreendida pelo marido a manter relações sexuais na cama do casal, com um outro homem. O marido matou o amante da esposa e coseu o órgão genital da mulher. Esta veio a perder a vida ontem no bloco operatório.Segundo dados médicos, para além da cosedura que a vítima sofreu, o esposo furou, por meio de uma baioneta, o útero da esposa. Foi isto que originou a morte logo após ter dado entrada no Banco de Socorros do hospital de Chimoio, para uma operação cirúrgicaA malograda deixa dois filhos, um deles com 7 meses de idade que ainda carecia de cuidados especiais da mãe. O marido e pai das crianças ainda continua foragido. A Polícia considera-o criminoso por ter matado duas pessoas no posto administrativo de Dombe, conforme dados da própria corporação.O porta-voz do comando provincial da PRM em Manica, Belmiro Mutandiua, avança que o criminoso anda fugido da Polícia.A Policia refere que foi por meio de uma catana que espancou mortalmente o amante da sua mulher. Coseu depois a vagina da esposa, usando uma agulha. A Polícia diz que está em curso uma diligência em todos postos para captura do foragido. (José Jeco)

O que se passa na Espanha?

Dezenas de milhares de espanhóis, a maioria jovens, protestam contra os políticos e o sistema que gerou a atual crise econômica. Dezenas de milhares de pessoas, a maioria jovens, concentraram-se em Madrid e Barcelona e outras cidades para protestar contra o sistema político e social imperante na Espanha. Em Madrid, os manifestantes ocuparam a praça “Puerta del Sol” como já haviam feito no domingo numa grande manifestação de protesto liderada pelo movimento “democracia real já”. As pessoas demonstram indignação e revolta contra o sistema. Para eles, a democracia já se degradou tanto que os partidos e seus políticos apenas se preocupam em seguir no poder, e respondem unicamente aos interesses capitalistas das elites econômicas com as quais pactuam. Seguindo o exemplo de Madrid, outras manifestações estão a acontecer em Valência, Zaragoza, Sevilha, Granada e Bilbao.

Interferência política no futebol

O desporto, em todo o mundo, é feito pelas massas, para as massas.
Assim, Moçambique não foge à regra. Milhares de moçambicanos, em todos os cantos do país, dão corpo à actividade desportiva, em diferentes modalidades, desde o desporto puramente de recreação, ao nível dos bairros, passando pelo desporto escolar, inter-trabalhadores até à alta competição. O futebol é, indiscutivelmente, a modalidade rainha, aquela que mais praticantes e adeptos arrasta aos campos. O desporto de alta competição, sendo provavelmente aquele que maior impacto imediato tem, acaba sendo o que mais atenção concentra, o que resulta, em algumas circunstâncias, em situações em que determinados sectores metem a foice em seara alheia. São ainda bem evidentes na memória recente alguns episódios do género, que ilustram uma certa interferência, particularmente do poder político, na máquina desportiva, em particular do futebol.Estamos a falar do processo de renovação do contrato do seleccionador nacional de futebol, que levou a um verdadeiro braço de ferro entre o Ministério da Juventude e Desportos e a Federação Moçambicana da modalidade.Assumindo-se como dinamizador da angariação do dinheiro para o pagamento do salário do seleccionador, o Governo, representado pelo Ministério da Juventude e Desportos, apareceu em público a assumir um protagonismo que deveria ser, exclusivamente, da entidade que superintende o futebol nacional, neste caso a Federação Moçambicana de Futebol. A situação acabaria por criar um mal-estar no seio dos que lidam directamente com estas coisas de futebol e, até certo ponto, desacreditar a própria direcção da Federação.
Já nas últimas semanas, a Federação Moçambicana de Futebol volta a estar no centro das atenções. Aproximando-se a data das eleições para a escolha do elenco que dirigirá os destinos do futebol nacional nos próximos anos, alguns candidatos surgem na caminhada e, como é normal em processos eleitorais, criam-se correntes para apoiar um ou outro concorrente.
Até ali, tudo estaria em conformidade com o esperado e desejado, se não fosse o facto de tais correntes de apoio surgirem, nalguns casos, em nome de forças políticas. Com efeito, há já sinais de que algumas figuras influentes no mundo da política, usando indevidamente a capa dos partidos em que militam, surgem nos bastidores tentando manipular a opinião dos que têm direito a voto nas eleições da Federação Moçambicana de Futebol, no sentido de direccionarem a sua escolha a um ou outro candidato. Tais individualidades fazem uso do nome dos partidos de que são militantes para fazer valer os seus inconfessáveis interesses pessoais. Trata-se de uma situação de autêntica interferência política na vida do futebol, à qual as direcções desses partidos, em nossa opinião, deveriam estar mais atentas, de modo a que o seu nome e influência não sejam indevidamente usados para a prossecução de objectivos pessoais de determinados membros, ainda que sejam figuras de proa.
O desporto é para os desportistas e, logo, compete a estes, e só a estes, decidir livremente os destinos a seguir.
Aos partidos cabe a tarefa de forçar ou persuadir o Governo a esboçar políticas, definir prioridades para cada fase, promover o desporto escolar, que tanta falta faz à alta competição, e, em suma, preocupar-se com as linhas mestras de desenvolvimento desportivo e não só. Não é função das forças políticas andar atrás de quem deve ou não deve dirigir os destinos das entidades desportivas de carácter associativo!

Optimismo

O Primeiro-Ministro (PM) moçambicano, Aires Ali, reafirmou o sentimento de optimismo com relação a conclusão atempada das obras de construção da Vila Olímpica e outras infra-estruturas adjacentes que vão acolher, em Setembro, os X Jogos Africanos de Maputo.Ali reiterou a convicção no fim da visita que efectuou ao local onde está a ser edificada a Vila Olímpica, arredores na capital do pais, para se inteirar do grau de execução das obras, cujo termo está previsto para finais de Julho e início de Agosto, mudança que contrasta com o prazo anterior que indicava o mês de Junho.No complexo da Vila, o PM visitou parte dos 27 edifícios que, até ao final das obras, resultarão em 848 apartamentos do tipo três que vão acolher os cerca de 6.500 delegados e atletas que disputarão as posições de pódio nas 24 modalidades eleitas para a maior festa desportiva do continente.'O trabalho está num bom ritmo, é verdade que houve um ligeiro atraso em relação a minha última visita, porquanto tinha sido projectado o mês de Junho para a entrega das obras, mas agora estão a informar-me que uma parte estará concluída em Julho e a outra em Agosto', disse.No final da visita, que não só permitiu ver in loco mas também receber explicações pormenorizadas sobre as obras, Aires Ali disse 'ainda vamos a tempo e penso que o ritmo agora é outro. Está mais acelerado e algumas das dificuldades que colocavam como o desalfandegamento dos materiais e a sua chegada são um problema ultrapassado'. O governante moçambicano, que prometeu seguir a par e passo todo o ciclo de trabalho que precede o arranque dos jogos (faltam 99 dias para o arranque), ficou a saber que a piscina olímpica e a de aquecimento estão quase concluídas, faltando apenas algumas intervenções como os balneários, escritórios, sala de controlo, bem como as bancadas.Aires Ali disse não haver necessidade de desespero até porque todos os moçambicanos estão motivados, facto que deve criar mais alento e energia para continuar a trabalhar, depositando um voto de confiança nas empresas, trabalhadores envolvidos, bem como nos dirigentes, dado que se entrou numa fase crucial e decisiva.'Agora devemos isso sim apostar no marketing e na auto-estima para podermos ter a certeza de que os jogos africanos vão ter lugar e com sucesso', disse.

Fiquem ligados a televisão

O técnico da selecção moçambicana de futebol, o holandês Mart Nooij, promete vingar-se da derrota que os 'Mambas' sofreram em Maputo, no dia 27 de Março último, diante da congénere da Zâmbia em partida da 3/a Jornada do Grupo 'C' de Apuramento para o Campeonato Africano das Nações (CAN-2012).Mart Nooij expressou a sede de vingança no anúncio hoje, em Maputo, da pré-convocatória dos 'Mambas' que vão cumprir um estágio pré-competitivo de três dias na cidade sul-africana de Joanesburgo, antes do jogo marcado para o primeiro sábado do mês de Junho próximo.Para o estágio tendo em vista a 'Operação Zâmbia', o tecnico convocou um total 24 atletas dos quais sairá o plantel final que seguirá para a cidade mineira de Ndola, onde os Mambas vão defrontar os 'Chipolopolo' na partida da Quarta Jornada de Qualificação para o CAN-2012.Do clube Ferroviário de Maputo, foram convocados os atletas Francisco Massinga (Wiski), Francisco Muchanga (Chico), Nelson Logomale (Pinto), José Cumbe (Tchitxo); do Maxaquene Samuel Chapanga (Kampira), Helder Pelembe, Eugénio Bila (Genito); do Desportivo Zainadine Junior (Finho); do Costa do Sol Celcisio Bonifácio (Kito) e José Guirrugo.A Liga Muculmana de Maputo, clube da primeira divisão que mais jogadores oferece à selecção, Mart Nooij convocou Dário Monteiro, Momed Hagi, Jeremias Sitoe (Jerry), Nelson Ubisse (Nelsinho) e Eduardo Jumisse.Dos profissionais que evoluem no estrangeiro destaque vai para Danilo Manhonga (Mbinho), Celso Abdul (Mano), Edson Sitoe (Mexer), João Rafael (Kampango), Martinho Macuana (Paito), Dário Khan, Simão Mate Júnior, Elias Pelembe (Domingues) e Almiro Lobo (Miro).Mart Nooij disse que no confronto havido entre as duas selecções, no Vale do Infulene, a Zâmbia não esteve melhor que os 'Mambas' apesar de terem perdido o jogo, daí a sua determinação em ir surpreender os zambianos em sua casa.'A minha mensagem aos moçambicanos é que fiquem ligados a televisão, porque nós queremos surpreender a Zâmbia em casa', disse Mart Nooij.

De olhos em Manica e Sofala

Os governos de Moçambique e da Itália aprovaram o primeiro plano operacional do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Rural (PADR) para as províncias de Manica e Sofala, Centro do pais.A edicao de hoje do jornal “Diário de Moçambique” escreve que no âmbito deste programa serão implantadas na província de Sofala mais quatro indústrias agro-pecuárias, concretamente nos distritos de Chibabava, Nhamatanda e Gorongosa. O plano, cuja implementação esta orçada em cerca de 16 milhões de euros, foi aprovado em Chimoio, a capital da província de Manica, numa cerimonia que contou com a presença de António Limbau, vice-Ministro da Agricultura, Mariano Foti, Director de Cooperação na Embaixada da Itália em Moçambique , e da governadora da província de Manica, Ana Comoane.Em Chibabava será efectuado o processamento do ananás e, em Nhamatanda, na região de Tica, vai ser instalada uma unidade de processamento de tomate. Em Gorongosa será montada uma linha de transformação de madeira.Deste projecto, consta ainda a instalação de uma unidade de produção de farelo na província de Sofala.A construção da unidade de processamento de cereais está incorporada num plano que visa a introdução, ainda em Sofala, de uma unidade de produção de frangos.O Coordenador Nacional do PADR, Sérgio Muteia, disse que o objectivo principal deste programa é fechar o ciclo todo da cadeia de produção, complementando a produção de base. O programa obedece três componentes, nomeadamente o apoio institucional, aos serviços ligados à agricultura e de micro, pequenas e médias empresas.A fonte explicou que várias linhas de apoio foram criadas para garantir que o programa atinja os objectivos plasmados no acordo bilateral. Trata-se de linhas de crédito bonificado (para micro, pequenos e médios produtores) e implantação de unidades de processamento.Muteia explicou que a província de Manica já possui uma unidade de produção de frangos pertencente a um privado e na área de processamento poderão acontecer fusões assim que existem unidades implantadas.
A produção açucareira na Companhia de Sena, distrito de Marromeu, na província de Sofala, Centro de Mocambique, mais do que duplicou a contar a partir do ano de 2001 a esta parte. Com efeito, em 2010, aquela unidade produziu 47.408 toneladas de açúcar branco e castanho, contra 16.092 toneladas em 2001.Dados destacam o açúcar branco que passou de zero tonelada, em 2001, para 17.412 toneladas em 2010, enquanto que o castanho evoluía de 16.092 toneladas, em 2001, para 29.996 toneladas, em 2010.O ano de 2010 foi o primeiro ano de recuperação, depois do difícil ano de 2009, devido a seca. Por outro lado, a colheita de cana em 2011 é prometedora, pois a estação seca foi clemente e a chuvosa começou a tempo, para alem do aumento das áreas convertidas de cana sequeira para irrigada.A Companhia de Sena, constituída em Agosto de 1998, possui uma área de 24 mil hectares, das quais 16 mil em exploração.Empregando, em media anual, uma força laboral de oito mil trabalhadores, a Companhia de Sena é resultado da criação de um ambiente propicio de negocio por parte do Governo moçambicano, para a acomodação de investimentos estrangeiros.

Despertar rural

A ‘Prio Foods’, uma empresa de capitais portugueses, está a investir na importação de equipamento para a montagem, ainda este ano, da refinaria de óleo vegetal extraído a partir de girassol e soja, no distrito de Nhamatanda, província de Sofala, Centro de Moçambique.Manuel Fonseca, Chefe dos Recursos Humanos da ‘Prio Foods’, disse que a partir deste ano até 2015 será feito um investimento na ordem de 15 milhões de dólares norte-americanos, que se adicionarão a outros 20 milhoes ja gastos desde a implantação da empresa na região de Metuchira, no distrito de Nhamatanda.“Para a concretização do projecto em causa já foi feito o estudo de viabilidade estando em curso, neste momento, a importação do equipamento”, segundo garantiu Manuel Fonseca, em declarações ao jornal “Diário de Moçambique”.Actualmente a ‘Prio Foods’, com 211 trabalhadores, maioritariamente moçambicanos, manda refinar, em Maputo, a capital mocambicana, que dista a cerca de mil quilometros de estrada, o óleo que processa em bruto.Fonseca revelou que a firma de que faz parte projecta também a montagem de uma outra fábrica de produção de rações de animais.
A extracção de óleo pela ‘Prio Foods’, implantada em 2008, começou este ano, sendo a matéria-prima o girassol e a soja. A empresa também faz o fomento do milho, batata e mapira.A empresa possui uma área de 1500 hectares de girassol, 100 de milho, 50 de batata e 50 de soja.Em oito horas a fábrica de extracção de óleo bruto atinge dois mil litros.

Maurícias supera Portugal

O Investimento Directo Estrangeiro (IDE) em Moçambique caiu pouco mais de 40 por cento no primeiro trimestre deste ano, em comparação com igual período do ano passado.De acordo com dados do Centro de Promoção de Investimentos (CPI) citados pelo “O País” , o país registou um IDE de 79 milhões de dólares no primeiro trimestre do presente ano, contra 139,5 milhões aprovados em igual período do ano passado.Este período foi marcado pela redução do investimento europeu, estando apenas Portugal e a França no ranking dos maiores investidores estrangeiros.Aliás, nesse período, Portugal perdeu a posição de maior investidor estrangeiro em Moçambique, lugar agora ocupado pelas Maurícias, com um volume de negócios aprovado de 30,3 milhões de dólares.O segundo lugar do ranking é ocupado pelos Emiratos Árabes Unidos, com um volume de negócios de 23,1 milhões de meticais.Em igual período do ano passado, a Itália ocupou a posição do investidor número um, seguido da Espanha, no segundo lugar.Entretanto, contrariamente ao IDE, o investimento nacional aumentou no primeiro trimestre na ordem de 82 por cento, com a totalidade de projectos aprovados pelo CPI no valor de 107,7 milhões de dólares.A maioria dos projectos nacionais aprovados é para os sectores da banca, seguros, indústria, hotelaria e turismo.

Agricultura com sementes locais

O ministro da Agricultura, José Pacheco, anunciou que Moçambique vai retomar a produção da semente a partir da próxima campanha agrícola (2011/2012).Trata-se de uma iniciativa de revitalização da já extinta empresa estatal Sementes de Moçambique (SEMOC) que conta com o apoio da Índia, país com o qual Moçambique pretende estender as relações de cooperação na área da agricultura.“Pretendemos relançar a produção de sementes de todos os produtos alimentares básicos, como milho, mandioca, leguminosas, arroz e material vegetativo da batata”, disse Pacheco, falando em conferência de imprensa conjunta que também contou com a participação do ministro indiano da Agricultura e Processamento industrial de Alimentos, Arun Yadav, que se encontra de visita ao país.Na sua intervenção, Pacheco não precisou a quantidade de sementes a ser produzida pelo país, mas sublinhou que “será semente suficiente para suprir as necessidades do país e até para a exportação”.Índia é um dos maiores parceiros de cooperação com Moçambique, tendo em 2003 rubricado o acordo específico da área da agricultura que abrange as componentes de investigação agrária, extensão agrária, assistência técnica e formação de quadros, particularmente de cientistas e técnicos.Durante a visita do ministro indiano ao país, as duas partes avaliaram o seu programa de cooperação, tendo constatado a necessidade de a reforçar, sobretudo no ramo da formação científica.Pacheco disse que as duas partes definiram um mecanismo periódico de avaliação trimestral.Como parte da cooperação, e considerando o sucesso agrícola da Índia na campanha agrícola passada, a Índia disponibilizou-se a exportar trigo e arroz para Moçambique a preços competitivos.Por outro lado, de Moçambique, a Índia pretende aumentar o volume de exportação de feijões bem como tenciona começar a exportar algodão.Actualmente, a Índia é o maior exportador de castanha de caju de Moçambique, país que ainda não possui capacidade industrial para processar toda a sua produção desta cultura de rendimento.Na sua intervenção, o ministro indiano da Agricultura e Processamento industrial de Alimentos disse que o seu país está disposto a reforçar a cooperação com Moçambique tendo em conta o acordo geral de cooperação bilateral.“A nossa maior prioridade é apoiar Moçambique a tornar-se auto-suficiente”, sublinhou Arun Yadav.
O Mecanismo africano de Revisão de Pares (MARP) lançou em Maputo, o seu relatório de revisão de Moçambique, numa cerimónia muito concorrida que contou com a presença do Chefe do Estado, Armando Guebuza.A avaliação do MARP, instrumento africano para o qual já aderiram cerca de 30 países, considera os capítulos de democracia e governação politica; governação e gestão económica; governação corporativa; desenvolvimento socio-económico e questões transversais que incluem aspectos de pobreza e desigualdades; ligação partido, governo e negócios; HIV/SIDA; propriedade da terra; alfabetismo, entre outros.Falando no lançamento do relatório, o membro do painel de personalidades eminentes do MARP e responsável pelo acompanhamento da operacionalização deste processo em Moçambique, Amos Sawyer, congratulou o país pelos excelentes progressos que tem vindo a alcançar depois do fim da guerra civil em 1992.Segundo Sawyer, antigo Presidente do Governo de Transição da Libéria (1990/1994), disse que o relatório identificou “diversos sucessos de governação”, incluindo na implementação do acordo geral de paz, estabelecimento de instituições de desenvolvimento, e de uma plataforma de diálogo, e redução dos índices de transmissão de HIV/SIDA da mãe para o bebé.“Igualmente, o relatório também identificou desafios, incluindo na separação do partido e Estado, violência doméstica, altos índices de analfabetismo, desigualdades do género, entre outros”, disse Sawyer.Na sua intervenção, o antigo Presidente do Governo de Transição da Libéria apelou a todos os intervenientes e parceiros de desenvolvimento de Moçambique a apoiarem o programa nacional de desenvolvimento.Até agora, pelo menos 30 países africanos aderiram ao MARP, dos quais perto de metade já foram avaliados.Por regra, as recomendações dos relatórios do MARP são depois incorporados nos programas nacionais de governação. O presidente do Fórum Nacional do MARP de Moçambique, Lourenço do Rosário, disse que o país está a incorporar as recomendações deste relatório nos programas de governação, bem como já foram destacadas as pessoas do governo que irão trabalhar com o fórum na produção de relatórios de progresso, que constituem relatórios de monitoria.Durante a sua intervenção, do Rosário referiu que uma das funções dos relatórios do MARP é fazer previsão de possíveis problemas sociais que podem ocorrer no país e recomendar os governos a tomarem medidas no sentido de evitar os mesmos.Por exemplo, ele disse que o fórum do MARP no Quénia advertiu o governo local sobre os possíveis problemas que poderiam resultar da distribuição injusta de recursos a população. Contudo, o governo não tomou as devidas medidas e como consequência disso eclodiu a violência pós eleitoral de 2008.Segundo do Rosário, advertências similares foram lançadas ao governo sul-africano sobre os riscos inerentes as desigualdades sociais herdadas do regime de Apartheid. Tempos depois, a Africa do Sul viveu ondas de violência xenófoba de 2008.A versão preliminar deste relatório foi lançada em 2008 em Sirte, Líbia, durante a cimeira da União Africana (UA). O lançamento do relatório final demorou devido a vários factores, incluindo a realizações de eleições gerais em Moçambique em 2009, remodelação do secretariado do MARP, entre outros.

quinta-feira, maio 26, 2011

Carta aberta

Exmo. Senhor Presidente do Conselho de Administração da LAM.

Permita-me que use este meio para congratulá-lo pela recente nomeação para o prestigiado cargo de PCA da nossa companhia de bandeira! É certamente momento de orgulho, saber que a nossa companhia nacional passará a ter um PCA a tempo parcial (part-time), apesar dos inúmeros problemas que enfrenta! Nada temos contra a sua vida privada, pelo contrário estimulamos aqueles que simultaneamente para além de docentes em várias universidades, conseguem ser ao mesmo tempo deputados, presidentes de comissões especializadas, PCAs de empresas públicas e privadas, membros de comités e conselhos locais, regionais, partidárias, nacionais e outras! Um exemplo vivo de empreendadorismo e auto-estima!

Exmo. Senhor,

Não duvidamos da sua competência, mas como utentes da nossa companhia de bandeira estamos preocupados com os recentes desenvolvimentos na empresa, que apesar de não terem sido por si criados, acabam afectando a minha vida pessoal, a de membros de nossas famílias, a nossos amigos, e no final do dia a todos os utentes que não por vontade própria, mas por falta de alternativa vem-se forçados a usar os serviços da companhia que V. Excia. dirige!Dizíamos nos que não duvidamos da Vossa competência, mas preocupam-nos os gravosos atrasos que se tem verificado na empresa e nos surpreende que no acto de celebração da passagem de mais um aniversário se tenha lançado nos media informações que não me parecem corresponder, na totalidade, à actual imagem que temos da empresa que superintende. Refiro-me aos persistentes atrasos, um dos quais de mais de 14 horas num dos voos no percurso Quelimane-Maputo só para citar um.

Exmo. senhor PCA,

escrevo-lhe para lhe dizer que estou cansado de chagar as casa às 03, 04, 05 e até 06 horas da manhã! Escrevo em desespero de causa porque não vejo da parte da vossa empresa nem vontade, nem preocupação nem respeito pelos constantes transtornos porque os utentes passam!

Excia,

ao longo dos últimos 15-21 dias, fomos vítimas privilegiadas da empresa que dirige! Fizemos mais de 10 voos e sem pestanejar lhe asseguro que nenhum saiu a horas, com a excepção de um que saiu quase a horas, provavelmente porque a bordo estavam os Ministros da Planificação e Desenvolvimento, da Indústria e Comércio e da Cultura, para além do Vice das Obras Públicas e Habitação que se dirigiam à Cidade de Quelimane! Tirando esse, Exmo Senhor todos os outros voos registaram atrasos gravíssimos. Não me venha dizer que foi azar meu! Pois acho que seis ou dez voos em menos de 21 dias, é uma amostra considerável estatisticamente falando!

Exmo Senhor,

Não sei se sina da família ou não, mas para que não lhe venham dizer que inventei, contarei singelamente alguns episódios ocorridos, comigo, com membros da minha família e alguns amigos. Meu irmão que viaja regularmente à cidade da Beira em missão de serviço, foi vítima de vários atrasos, tendo algumas vezes chegado a casa depois das três da manhã. Outros membros da minha família, incluindo meu pai, com mais de 70 anos, foram obrigados a fazer voos que chegaram ao destino cerca das 04.00 da manhã, fazendo com que só pudesse estar em casa volta das 05.00 da manhã, com prejuízos para membros da família no local da partida do voo, os próprio viajantes e a equipa receptora!! Outros amigos reportaram situações escandalosas de super atrasos! Mas apesar destes factos não vimos nenhuma nota explicativa, nenhum pedido de desculpas formal para alem do habitual ‘atrasámos por motivos operacionais’ mesmo quando nos chegam informações de numa das vezes uma das razões operacionais foi o atraso de uma hospedeira por motivos de beleza cabeleireira! E com este backgroung Exmo. Senhor, que custa a acreditar nas estatísticas que nos apresentam, afirmando que o índice de pontualidade no primeiro trimestre foi de mais de 90%! Reconheço que o período em apreço diverge daquele que menciono, não resisti à tentação de enviar-lhe esta missiva na esperança de que seus colaboradores mais próximos não estejam a ‘atirar areia para seus olhos’, pintando um quadro róseo da empresa que dirige quando nos os utentes que, em princípio, deveríamos ter sempre razão, não temos razão nenhuma, nenhuma razão para estar felizes com o desempenho da Vossa-nossa empresa. Caso duvide da nossa intenção, agradecíamos que visitasse a blogsfera, especialmente a facebookosfera para aperceber-se do estado de espírito dos utentes da empresa que dirige!

Exmo Senhor,

Sabemos que a União Europeia baniu a nossa companhia de bandeira de voar no seu espaço aéreo-um golpe duro a nossa auto-estima!. Não teria sido uma ocasião impar para V. Exia se pronunciar explicando aos seus utentes o que terá acontecido para que nos colocassem na lista da vergonha de África? Não teria sido uma ocasião impar para pedir a nossa colaboração no intuito de juntos resgatarmos a imagem da nossa companhia aérea mor?

E já agora, acha que o monopólio é salutar para a saúde da nossa companhia de bandeira?

Sem outro assunto de momento subscrevo-me,

Manuel de Araújo

(Dr. Manuel Araújo, ex-deputado da Assembleia da República)


Na luta contra o desemprego

A empresa chinesa CAMCE Lda vai construir três fábricas em Moçambique, nomeadamente, de descasque de arroz, de processamento de milho e de algodão.As três fábricas, a serem construídas nos distritos de Namacurra, na província da Zambézia, Ulóngue, em Tete, e Guro, em Manica, na região centro do país, representam um investimento de 32 milhões de dólares.Citado pela agência de notícias Macauhub, Felizardo Arouca, administrador delegado da Sociedade de Gestão Integrada de Recursos (Sogir), uma empresa estatal fundada e controlada em 90 por cento pelo, revelou que os 32 milhões de dólares já foram disponibilizados pelo governo da China a Moçambique sob a forma de um empréstimo.Arouca adiantou que a fábrica de descasque de arroz terá uma capacidade de processamento diária de 150 toneladas enquanto que as de milho e de descaroçamento de algodão podem processar, por dia, 100 toneladas.Prevê-se que os ensaios da fábrica de descasque de arroz ocorram em Outubro ou Novembro próximos na perspectiva de que a mesma comece definitivamente a laborar no próximo ano.

Regresso dos acampamentos do passado colonial porque...

A Administração Nacional de Estradas (ANE) reconhece que a qualidade das obras de cerca de 24 mil quilómetros de estradas terraplenadas em todo o território nacional continua aquém do desejado. O Governo moçambicano investe avultadas somas de dinheiro em projectos de manutenção de estradas terraplenadas há 10 anos, isto é, desde 2001, mas o grau de eficiência do trabalho realizado por diversos empreiteiros contratados para o efeito em todo o país é baixo.Refira-se que a manutenção periódica de um quilómetro de estrada de terra batida custa ao Estado entre 500 mil a 700 mil meticais e a de rotina, num troço igual, os valores rodam entre 300 mil e 500 mil meticais. Uma das mediadas encontradas para inversão do cenário da má qualidade de estradas no país é montagem de um sistema de acampamentos ao longo dos 24 mil quilómetros das estradas consideradas regionais. Tendo em conta a extensão da rede rodoviária já referência à escala nacional, o ideal seria a construção de 160 a 120 acampamento, uma vez que um tem a capacidade de fazer assistência de 150 quilómetros a 200 quilómetros.Na província de Sofala, por exemplo, de 2005, altura que iniciou a implementação do projecto, a esta parte, foram instados seis acampamentos que cobrem 900 quilómetros. A sua implementação conta com a comparticipação dos empreiteiros seleccionados através de um concurso público. Na província da Zambézia, o Banco Alemão KFW financiou a implantação de 17 acampamentos que cobrem 2.700 quilómetros e a sua gestão, tal como Sofala, está a cargo de empreiteiros. Inhambane, aparece como uma das províncias que ainda quer aprender das outras delegações, uma vez que só tem dois acampamentos nos distritos de Inharrime e Homoíne, e ainda tem em manga a construção de mais dois, em Funhalouro e Mabote. O director provincial das Obras Públicas e Habitação de Inhambane, Albino Novela, falando na qualidade de anfitrião de um seminário a proposito,disse que o objectivo do encontro é “munir todas as delegações da ANE de ferramentas que permitam aos intervenientes no sector de estradas a adoptarem estratégias sustentáveis de manutenção de estradas recorrendo aos acampamentos.” O funcionamento de um acampamento de manutenção de estrada exige no mínimo a disponibilidade de uma niveladora, um tractor, um atrelado e um tanque de água. A mão-de-obra aplicada também é mínima, uma vez que a medida só abrange estradas recentemente reabilitadas.Experiências colhidas no Zimbabwe, país que implementa os acampamentos desde 1987, dão conta de que aquele criou 190 espaços similares e conseguiu cobrir com sucesso 25 mil quilómetros. Outro problema levantado por algumas delegações no primeiro dia do encontro, tem a ver com a escassez de operadores das máquinas como niveladores, compactadores entre outras, associado ao facto de os empreiteiros desencorajam o ingresso de pessoal qualificado na área, devido aos baixos salários por eles pagos. Algumas delegações da ANE sugerem a promoção de formação de operadores com apoio de Fundo de Estradas e ainda as instituições de formação técnico-profissional deviam incluir nos seus currículos esta componente, para evitar a contratação de mão-de-obra estrangeira.

TATA em Mocuba

Empresários de nacionalidade indiana pretendem instalar uma fábrica de montagem de viaturas da marca Tata, segundo garantiu ao nosso diário, naquele ponto do país, o ministro da indústria e comércio, Armando Inroga. Inroga disse ainda que neste momento decorrem negociações em estado muito avançado com respectivos empresários. Acrescenta que o Governo tem estado a fazer uma reavaliação do potencial para reaproveitar as instalações da indústria têxtil de Mocuba, construída no período pós-independência. Este projecto tem como objectivo tornar o sonho do primeiro presidente de Moçambique Independente, Samora Machel, que era o de criar a maior indústria do ramo, a nível da África Austral, no nosso país.De acordo com os dados preliminares da avaliação do “gigante” adormecido em Mocuba, já feito, é possível instalar a referida indústria de montagem de automóveis, tendo em conta que há condições de acesso de energia e água.As negociações, no sentido de se colocar a fábrica de montagem de viaturas na Zambézia, foram feitas recentemente na viagem que o Chefe do Estado moçambicano, Armando Guebuza, fez a Índia, onde manteve conversações com os empresários da empresa TATA no sentido de avaliarem o potencial das instalações de uma unidade de montagem de viaturas da marca TATA em Moçambique.“Obviamente que ainda vai ser avaliada a capacidade da infra-estrutura em poder acolher este tipo de unidade industrial, e igualmente vai ser avaliado o tipo de carro, que já esta em Moçambique com o ministério da Indústria e comércio para avaliação, para se adequar com as condições do nosso país, e se tudo der certo, será potencialmente uma das indústrias a ser instalada em Mocuba”, disse o ministro, acrescentado que também estão a ser discutido outros tipos de projectos que poderão ser instalados no espaço da referida infra-estrutura, que outrora pretendeu ser o parque da indústria têxtil de Mocuba.Questionado sobre a data em que a indústria começará a operar, Armando Inroga disse que há várias fases que deverão ser obedecidas, desde o interessado que já foi identificado, até ao tipo de modelo de viatura, e a TATA já enviou o modelo NANO que neste momento está a ser avaliado pelo ministério da Indústria e comércio. Depois vai decorrer o período de avaliação da eficácia do tipo de transporte se servirá ou não para Moçambique, e igualmente se é compatível com as nossas estradas ou não, entre outras...

Morte das “ladies eagles”

É o fim da temível equipa sénior feminina de basquetebol do Desportivo de Maputo, que colocou África a seus pés ao conquistar, em 2007, em Maputo, e 2008, em Nairobi, Quénia, a Taça dos Clubes Campeões Africanos de Basquetebol, um feito inédito. As atletas e o técnico Nazir Ismael Issufo Salé, que ao longo dos 10 anos à frente das “ladies eagles” conquistou dois títulos africanos e três nacionais, assumiram um vínculo contratual com a Liga Muçulmana, clube que este ano introduziu o basquetebol, num negócio com contornos. Dos 778.400,00 meticais exigidos pelo Desportivo para a cedência das sua atletas pela compensação a título de formação, a Liga Muçulmana acabou pagando apenas duzentos e noventa e oito mil meticais, conforme comprova um cheque datado de 18 de Maio de 2011. Mas vamos aos contornos desta novela: tudo começa quando a Liga Muçulmana envia, a 9 de Maio de 2011, uma carta ao Desportivo a solicitar que este clube apresentasse as condições para a desvinculação das atletas Anabela Cossa, Leia Dongue e Odélia Mafanela. “Não constitui verdade. O Desportivo nunca vai vender nenhuma equipa porque a nossa vocação é praticar o desporto. O Desportivo nunca faria uma coisa desta. O que aconteceu é que o treinador Abdul Salé saiu do Desportivo onde fez nome e foi trabalhar com a equipa feminina de Basquetebol da Liga Muçulmana,diz Adelino Chirindza, vice do clube “alvi-negro”.

quarta-feira, maio 25, 2011

Ouro,prata e diamante para a Beira

O presidente do Conselho Municipal da Beira (CMB), Daviz Simango, disse ontem à noite, na Praça do Município da capital da província de Sofala que a edilidade irá assinar um contrato este Maio , através do qual serão alocados três milhões e duzentos e cinquenta mil dólares americanos, que serão usados num projecto de defesa da costa da cidade a começar, desde a Praia Nova até ao Estoril.Falando à população local, à sua chegada de Maputo onde esteve segunda-feira a receber três prémios nas categorias de Limpeza (ouro), Combate ao Crime (prata) e Boa Administração (diamante), sendo os primeiros dois pelo CMB e o último a título pessoal, Simango afirmou que todo o mérito daqueles prémios pertence aos munícipes e aos trabalhadores da edilidade.Daviz Simango falou dos desafios que se impõem aos beirense e apelou para que “trabalhem todos em conjunto, independentemente de raça, tribo, confissão religiosa e convicção política, tendo em vista a prosperidade e criação de uma sociedade que beneficie a todos, de forma justa e transparente”.“Há pessoas que não querem que o município progrida, mas, pela vontade de Deus, não conseguem vencer-nos, pois gozamos da protecção contra as forças diabólicas do mal, que fazem tudo por tudo para tirar-nos a gestão desta cidade. Mas uma coisa é certa: não irão conseguir. Estamos predestinados a esta missão, e por isso, seja lá por que meios forem, iremos vencê-los. São pessoas que não querem que desenvolvamos, mas todos unidos poderemos dinamizar a sociedade, organizando a urbe, fomentando o desenvolvimento, porque a Beira é o centro de todas as mudanças que irão ocorrer no País”, afirmou, tendo posteriormente anunciado o referido financiamento, embora sem dar outros detalhes.“A erosão costeira está impedir o desenvolvimento da actividade de pesca artesanal na Praia Nova. Com este financiamento poderemos avançar em projectos duradouros”, disse.Daviz Simango chegou ontem à Beira com os prémios que recebeu da instituição sul-africana, pelo quinto ano consecutivo. Eram 16h30. Do Aeroporto Internacional da Beira à Praça do Município foi acompanhado por uma caravana de carros e uma moldura humana considerável. Um trajecto de cerca de dez quilómetros levou três horas a percorrer. Até ao centro da cidade onde estão os Paços do Conselho, foram entoados cânticos, numa festa que contou com a animação de dançarinos locais. A Beira celebra assim as honrarias que lhe concedem.“Temos que dar lição àqueles que desacreditam o nosso trabalho, pois estes troféus são símbolos de vitórias que nos inspirarão a novos desafios, em prol do nosso bem-estar”, acrescentou. Daviz apelou na circunstância para o redobramento da colaboração na limpeza e tapamento dos buracos da cidade. (Adelino Timóteo)