quinta-feira, novembro 29, 2018

Heresofobia Austral


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A tomada triunfal do poder pelos partidos libertadores foi caracterizada por ambiciosas promessas desenvolvimentistas, com iniciativas de empreendedorismo estatal para acabar com o legado colonial de subdesenvolvimento. Nos primeiros anos de independência foi notório o esforço dos  novos  governos  para  estabelecer  empreendimentos  fabris  ou  industriais  de  vários  tipos  para uma rápida modernização da economia, o que criou expectativas de melhorias de condições de vida que serviram de força mobilizadora das massas para aderir ao projecto nacionalista e legitimar os novos governos (Ajayi, 1982; Young, 2004). Nkrumah, um dos grandes líderes visionários e nacionalistas da época, é citado a prometer tornar Gana um paraíso em dez anos a seguir à independência (Young, 2004). O sonho de melhoria de condições dos seus povos foi mais forte nos países que abraçaram a doutrina socialista, que viam na modernização das suas economias o propulsor do desenvolvimento.
Com o tempo, estas expectativas e este optimismo dos planos de desenvolvimento tornaram-se  uma  desilusão.  Uma  das  razões  do  falhanço  do  projecto  progressista,  na  perspectiva  de   Ajayi (1982), é que a nova liderança dos Estados independentes tinha uma ideia muito clara  sobre o que queriam eliminar, nomeadamente o jugo imperialista, a discriminação e exploração do homem pelo homem, mas faltava uma ideia sobre o tipo de sociedade a criar. Tinham  apenas uma ideia bastante vaga de uma sociedade baseada nos conceitos de europeização e  modernização.
A década de 1980 constituiu o ponto mais alto da crise dos libertadores com o fracasso do  empreendedorismo  agrícola  e  industrial  do  Estado,  o  que  levou  à  escassez  de  produtos  alimentares e à fome. Certamente que factores externos contribuíram para este fracasso, como a cessação do compromisso de apoio a África pelo regime soviético (Young, 2004). Portanto, tal  como no período colonial, os novos Estados continuam dependentes do Ocidente industrializado até hoje (Ajayi, 1982).Na profundidade click na coluna da direita em «PELE NEGRA E MÁSCARA BRANCA».



Cientista chinês anuncia bebês geneticamente modificados


Ele também disse que uma das voluntárias em sua pesquisa está grávida de um outro bebê com o material genético editado. O cientista chinês que afirma ter criado os primeiros bebês geneticamente modificados da história informou nesta quarta-feira (28) que vai dar uma "pausa" nos testes clínicos depois da repercussão negativa da comunidade científica provocada pelo anúncio. Em uma conferência em Hong Kong, He Jiankui reiterou que permitiu o nascimento de gêmeas que tiveram o DNA alterado para deixá-las mais resistentes ao vírus HIV. Também explicou que oito casais – todos formados por um pai soropositivo e uma mãe soronegativa – se apresentaram de modo voluntário para a pesquisa, mas que um deles desistiu do procedimento. Mais cedo, He disse que uma outra voluntária do estudo estava grávida de um bebê com genes modificados.

"Peço desculpas porque o resultado vazou de maneira inesperada", afirmou He Jiankui, em referência aos vídeos publicados neste domingo (25) no YouTube, nos quais anunciou o nascimento das gêmeas Lulu e Nana. "Foi dada uma pausa nos testes clínicos devido à atual situação", disse o cientista, que dirige um laboratório em Shenzhen.O anúncio dos nascimentos recebeu muitas críticas em todo o mundo. Vários pesquisadores consideraram o ato uma "loucura". Em entrevista ao G1, alguns especialistas disseram que a edição dos genes dos bebês fere ética, leis e segurança e tem consequências imprevisíveis".
A comunidade científica denunciou a falta de verificação independente ou o fato de ter exposto embriões saudáveis a modificações genéticas.
Um passo atrás
Alguns especialistas consideram que tais modificações poderiam gerar mutações em zonas diferentes das que foram tratadas, mas He Jiankui defendeu seu trabalho e disse que os pais, voluntários, estavam perfeitamente conscientes dos riscos de "efeitos colaterais" e "decidiram pela implantação". Também afirmou que a Universidade de Ciências e Tecnologias do Sul, na cidade de Shenzhen, onde trabalha, "não estava a par do teste". O próprio centro de ensino fez questão de tomar distância do cientista ao afirmar que ele estava de licença desde fevereiro e sem receber salário, ao mesmo tempo que anunciou ter ficado "profundamente impactado".
Os organizadores da conferência também indicaram que não tinha conhecimento das pesquisas de He. O moderador da mesa redonda, Robin Lovell-Badge, opinou que o teste representa um "passo atrás" para a comunidade científica. "É um exemplo de enfoque que não foi suficientemente prudente e proporcional", declarou."No entanto, é óbvio que se trata de algo histórico. Os dois bebês seriam os primeiros geneticamente modificados. É um momento capital na história", completou. O presidente da conferência, o biólogo David Baltimore, vencedor do Nobel, denunciou a "falta de autorregulamentação da comunidade científica devido à falta de transparência".
Investigação
O geneticista, formado na universidade americana de Stanford, afirmou que utilizou a técnica CRISPR/Cas9, conhecida como as "tesouras do genoma", que permite remover e substituir partes indesejáveis do genoma como a correção de um erro de digitação em um computador.
As gêmeas nasceram, segundo o cientista, após uma fertilização in vitro a partir de embriões modificados antes de serem implantados no útero da mãe. A técnica abre perspectivas no âmbito das doenças hereditárias. Mas é muito controversa porque as modificações realizadas seriam transmitidas às gerações futuras e poderiam afetar o conjunto do patrimônio genético. O pesquisador americano de origem chinesa Feng Zhang, que reivindica a paternidade da técnica CRISPR/Cas9, considerou o experimento perigoso e desnecessário. "Esta experiência não deveria ter acontecido. O que ele fez não é científico", declarou à imprensa.
O vice-ministro chinês de Ciências e Tecnologia, Xu Nanping, afirmou nesta terça-feira (27) que se as gêmeas estão vivas é algo ilegal. De acordo com os princípios éticos estabelecidos em 2003 sobre as pesquisas com células-tronco em embriões, o cultivo in vitro é possível, mas apenas durante 14 dias após a fertilização ou o transplante de núcleo. Qiu Renzong, pioneiro de questões bioéticas na China, afirmou que os pesquisadores do país geralmente evitam as sanções porque precisam prestar contas apenas a sua instituição. E algumas não preveem sanções em caso de falha profissional. A China deseja assumir a liderança da pesquisa genética e da clonagem, mas as zonas cinzentas da legislação do país permitem experiências polêmicas.

segunda-feira, novembro 26, 2018

Vazou!


Imagem relacionadaHá um braço de ferro instalado entre alguns membros da RENAMO e Raul Novinte, o presidente eleito do Conselho Autarquico da cidade portuária de Nacala, na província de Nampula. Em causa está a reivindicação de tomada de posições de chefia, com destaque para o posto de vereador, por parte de alguns membros que consideram que o novo edil deve por "obrigação" colocar no seu governo, independente da competência muito menos respeito a hierarquia, pessoas directamente ligadas ao partido. Num áudio que circula nas redes sociais, Feliciano Linha, membro da RENAMO e docente na Escola Serviços Missionários de Caridade para África (SEMICA), instituição que tem como o seu fundador e director Raul Novinte (edil eleito de Nacala-Porto), faz duras críticas ao cabeça-de-lista vencedor, pelo facto deste tencionar criar um “governo inclusivo”.
Imagem relacionadaNa mesma conversa em tom de autêntica violação psicológica entre os interlocutores, Raul Novinte faz transparecer que será “inclusivo” e só aceitará trabalhar com “competentes” e chegou mesmo a prometer colocar o seu cargo à disposição, caso o partido interfira na formação do seu governo. A posição de Novinte chateou Feliciano Linha, que por um instante esqueceu-se que estava perante o também seu director, e disse que o partido deverá colocar pessoas de confiança e não se permitirá que membros de outros partidos, como por exemplo a FRELIMO, possam fazer parte da equipa governamental.

Eis alguns detalhes da conversa:

 “Não queremos pessoas da Frelimo a mandar no nosso governo. Nós temos pessoas capazes dirigir e se agires deste modo não vais durar”, afirmou Linha. Respondendo, Novinte adiantou que não vai acatar as decisões emanadas pelos órgãos superiores da Perdiz, ou caso não, vai se demitir.
Não cabe as pessoas da Cidade de Nampula decidirem quem deve mandar em Nacala. A questão da formação do governo no município não é por estudo, nem na vereação não é por estudo. É por ideias, responsabilidade, respeito e dignidade da pessoa. Aqui, Aqui eu não vou buscar porque você estudou e é licenciado”, afirmou Novinte.
Imagem relacionadaJá Linha interpôs, dizendo que “o partido Renamo, a delegação política e outros quadros que respondem por Nacala a nível nacional é que irão determinar as pessoas que estarão no governo e não cabe a Novinte decidir sozinho sobre o assunto”. Durante a discussão, Novinte pergunta ao seu interlocutor: “ Se tu não estás a respeitar agora que não tomei posse, achas que irei convidar-te para o meu governo?”
Linha responde: “  não cabe você convidar-me mas sim o partido irá solicitar-nos para fazer parte do governo”.  
Fontes contactadas pela Carta indicam que o problema surge porque Raúl Novinte pretende convidar alguns membros da Frelimo que fazem parte do actual governo de Rui Chong Saw. O cabeça de lista da Renamo venceu as eleições de 10 de Outubro com 54,63 % equivalente a 43,810 votos válidos contra 32,469 do candidato da Frelimo, Rui Chong Saw e do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), com 2.247 votos(Sitoi Lutxeque e Omardine Omar)