O exército
sul-africano está a preparar as suas tropas para entrar em Moçambique, de
acordo com o que informa a Africa Intelligence. A mesma notícia refere também
que o presidente moçambicano Filipe Nyusi ainda não pediu apoio militar a Cyril
Ramaphosa, seu homólogo da África do Sul. Contudo, a verdade é que a base
militar de Wallmannsthal, perto de Pretória, está “cada vez mais ocupada desde
o início de julho”. Escreve ainda a revista que os sul-africanos formaram já
uma unidade de intervenção rápida, tendo iniciado um programa de treinamento
intensivo. Esta posição, segundo algumas fontes, visa a preocupação para com “a
auto-proclamada insurreição islâmica que está a consumir Cabo Delgado“. Deste
modo, a África do Sul pretende ter uma unidade pronta para intervir.Os
sul-africanos, nomeadamente o general Mankayi, consideram mesmo que “uma missão
de menos de dois meses pode ser suficiente para estabilizar a região, embora
não tenham totais informações sobre o conflito moçambicano.
quinta-feira, julho 30, 2020
Valorizem tudo o que conquistámos
"Todas as medidas actualmente em vigor devem
continuar a ser seguidas com a mesma alma e o mesmo vigor de sempre",
disse Filipe Nyusi, numa comunicação à nação no último dia do estado de
emergência, em vigor desde 01 de Abril e que foi por três vezes consecutivas
prorrogado - o máximo previsto pela Constituição. O chefe de Estado moçambicano disse que vai enviar ao
parlamento um relatório na quinta-feira 30 e depois serão tomadas decisões e
estratégias, que deverão ser tornadas públicas numa nova comunicação à nação.
"Enquanto isso, apelamos a todos para que valorizem
tudo que conquistámos nestes 120 dias. Tudo que conquistámos não tem preço:
foram vidas que foram salvas", afirmou. Filipe Nyusi pediu ainda que os moçambicanos inventem uma
"nova maneira de viver em sociedade", acrescentando que o país não
pode "vacilar" nas medidas de prevenção. "As medidas adoptadas e a colaboração de todos
ajudaram a mitigar a velocidade de propagação da doença.
Conseguimos, deste
modo, reduzir uma eventual pressão sobre o sistema de saúde", observou
Filipe Nyusi, alertando para o número de casos nos países vizinhos, com
destaque para a África do Sul, que tem a metade dos casos registados no
continente (mais de 459 mil). "A tão desejada retomada de actividades será
conduzida de forma faseada e com critérios dirigidos para cada sector",
declarou. As restrições incluem limitações quanto a ajuntamentos,
interdição de eventos e espaço de diversão e obrigatoriedade de uso de
máscaras.
Na última prorrogação do estado de emergência, em 28 de
junho, Filipe Nyusi anunciou o alívio gradual de algumas restrições, com
destaque para autorização de voos internacionais com países selecionados (não
referidos), o aumento de um terço para uma quantidade não superior a metade do
efetivo laboral presencial das equipas de serviço de 15 em 15 dias nas
instituições públicas e privadas e a reabertura de Museus e galerias, com
lotação limitada e medidas de prevenção.Na ocasião, Nyusi anunciou também a reabertura faseada
das aulas, ainda sem data, dependente da criação de condições de higiene para
prevenir a covid-19.
"celeiro de África”
Governo zimbabweano acredita que acordo pode melhorar as
relações com o Ocidente. Expulsão de 4,5 mil farmeiros brancos em favor de 300
mil famílias negras é vista como um dos episódios mais controversos da era
Mugabe.
O Zimbábwe concordou na quarta-feira\29\ em pagar 3,5 mil
milhões de dólares em indemnizações aos agricultores brancos cujas terras foram
expropriados pelo Governo para reassentar famílias negras. A decisão aproxima o
país da resolução de uma das questões políticas mais divisórias da era Mugabe.
Como não tem o dinheiro para transferir às famílias
expulsas do país, o Governo declarou que pretende emitir títulos de longo prazo
e negociar o levantamento de fundos junto a doadores internacionais. Os termos
constam no acordo de compensação.
Há duas décadas, o Governo de Robert Mugabe levou a cabo
a expulsão de 4,5 mil agricultores brancos e redistribuiu as terras a cerca de
300 mil famílias negras. O modelo de reforma agrária compulsório e controverso
ficou marcado por diversos casos de extrema violência. À época, o Governo
zimbabweano argumentava que buscava corrigir desequilíbrios coloniais.
O acordo assinado em Harare propõe que os agricultores
brancos sejam compensados pelas infra-estruturas nas quintas e não pela terra
em si. Detalhes sobre quanto dinheiro cada família receberá não estão claros no
texto. O Governo zimbabweano acrescentou, no entanto, que daria prioridade a
compensação de idosos. Os agricultores devem receber 50% da compensação ao fim
de um ano e o saldo no prazo de cinco anos.
Os ministro das Finanças Mthuli Ncube e da Agricultura em
exercício Oppah Muchinguri-Kashiri assinou em nome do Governo. Sindicatos
de agricultores e um consórcio estrangeiro fizeram as avaliações dos eventuais
danos e redigiram o acordo.
"Como zimbabweano, optámos por resolver este
questão de longa data", disse Andrew Pascoe, chefe do Sindicato dos
Agricultores Comerciais, que representam os agricultores brancos.
As apreensões de terras foram uma das políticas mais
marcantes do Governo Mugabe e contribuiu para complicar as relações do ditador
com o Ocidente. Mugabe acusava o Ocidente de impor sanções ao seu Governo como
punição pelo episódio. A reforma ainda divide opiniões no Zimbabué. Os
opositores da União Nacional Africana do Zimbabwe – Frente Patriótica (ZANU-PF)
– partido no poder há quase 40 anos – veem-na como catastrófica, porque teria
sido responsável por tornar o "celeiro de África” num um país com aguda
retração na produção de alimentos. Os apoiantes da ZANU-PF dizem que a política
empoderou agricultores negros sem-terra. O Presidente Emmerson Mnangagwa disse que a reforma
agrária não poderia ser revertida, mas que o pagamento de indemnizações seria
chave para o restabelecimento dos laços com o Ocidente.
“Síndrome de Estocolmo ao estilo africano”
O antropólogo e economista franco-senegalês Tidiane
N'Diaye considera que o tráfico de escravos árabo-muçulmano, realizado durante
quase mil anos, ainda não foi reconhecido em toda a dimensão.
A sua introdução ao ensaio “O Genocídio Ocultado” é muito
violenta. Pode dizer-se que a escravatura arábo-muçulmana foi a mais dura?
É preciso reconhecer que as implosões pré-coloniais
inauguradas pelos árabes destroem sem dúvida os povos africanos, que não
tiveram um intervalo desde a sua chegada. Como mostra a História, os
árabes-muçulmanos estão na origem da calamidade que foi o tráfico e a
escravatura, que praticaram do século VII ao século XX. E do sétimo ao décimo
sexto século, durante quase mil anos, eles foram os únicos a praticar este
comércio miserável, deportando quase 10 milhões de africanos, antes da entrada
na cena dos europeus. A penetração árabe no continente negro iniciou a era das
devastações permanentes de aldeias e as terríveis guerras santas realizadas pelos
convertidos, a fim de obter escravos de vizinhos que eram considerados pagãos.
Quando isso não era suficiente, invadiram outros alegados “irmãos muçulmanos” e
confiscaram os seu bens. Sob este acordo árabe-muçulmano, os povos africanos
foram raptados e mantidos reféns permanentemente.
A recente islamização dos povos africanos excluiu as práticas de
escravidão?
O Islão só permite a escravização de não-muçulmanos. Mas
em relação aos negros, os árabes utilizaram os textos eruditos como os de
Al-Dimeshkri: “Nenhuma lei divina lhes foi revelada. Nenhum profeta foi
mostrado em sua casa. Também são incapazes de conceber as noções de comando e
de proibição, desejo e de abstinência. Tem uma mentalidade próxima da dos
animais. A submissão dos povos do Sudão aos seus chefes e reis deve-se
unicamente às leis e regulamentos que lhes são impostos da mesma maneira que
aos animais.”
Considera existir um “desprezo dos árabes pelos negros no Darfur”.
Mantém-se até à actualidade?
Sim. No inconsciente dos magrebinos, esta história deixou
tantos vestígios que, para eles, um “negro” continua sendo um escravo. Eles nem
podem conceber que os negros estejam entre eles. Basta ver o que está a
acontecer na Mauritânia ou no Mali, onde os tuaregues do norte jamais aceitarão
o poder negro. Os descendentes dos carrascos, como os das vítimas, tornaram-se
solidários por motivos religiosos. Mas existem mercados de escravos na Líbia!
Somente o debate permitirá superar essa situação. Recorde-se que em França,
durante o comércio de escravos e a escravatura, havia filósofos do Iluminismo,
como o Abade Gregório ou mesmo Montesquieu, que defendiam os negros, enquanto
no mundo árabo-muçulmano os intelectuais mais respeitados, como Ibn Khaldun,
também eram obscurantistas e afirmavam que os negros eram animais. Nenhum
intelectual do Magrebe levantou a voz para defender a causa dos negros. É por
esta razão que este genocídio assumiu tal magnitude e continua. No Líbano, na
Síria, na Arábia Saudita, os trabalhadores domésticos africanos vivem em condições
de escravatura. A divisão racial ainda é real em África.
Quando se fala de genocídio, o holocausto surge logo. Pode-se
fazer comparações, apesar da duração temporal, com a do tráfico negreiro árabe?
Desde o início do comércio oriental de escravos que os
muçulmanos árabes decidiram castrar os negros, para evitar que se
reproduzissem. Esses infelizes foram submetidos a terríveis situações, para
evitar que se integrassem e implantassem uma descendência nesta região do
mundo. Sobre esse assunto, os comentários de uma rara brutalidade das “Mil e
Uma Noites” testemunham o tratamento terrível que os árabes reservavam aos
cativos africanos nas suas sociedades esclavagistas, cruéis e depreciativas
particularmente para os negros. A castração total, a dos eunucos, era uma
operação extremamente perigosa. Quando realizada em adultos, matou entre 75% e
80% dos que a ela foram sujeitos. A taxa de mortalidade só foi menor nas
crianças que eram castradas de forma sistemática. Mas 30% a 40% das crianças
não sobreviveram à castração total. Hoje, a grande maioria dos descendentes dos
escravos africanos são na verdade mestiços, nascidos de mulheres deportadas
para haréns. Apenas 20% são negros. Essa é a diferença com o comércio
transatlântico.
Afirma que o tráfico negreiro transatlântico foi menos
devastador que o comércio árabo-muçulmano. O que os diferencia?
Eu só falo de genocídio para descrever o comércio de
escravos transaariano e oriental. O comércio transatlântico, praticado por
ocidentais, não pode ser comparado ao genocídio. A vontade de exterminar um
povo não foi provada. Porque um escravo, mesmo em condições extremamente más,
tinha um valor de mercado para o dono que o desejava produtivo e com
longevidade. Para 9 a 11 milhões de deportados durante essa época, existem hoje
70 milhões de descendentes. O comércio árabo-muçulmano de escravos deportou 17
milhões de pessoas que tiveram apenas 1 milhão de descendentes, por causa da
maciça castração praticada durante quase catorze séculos.
Pode dizer-se que os árabes são os “inventores” da escravatura
tal como a definimos hoje?
Na verdade, foi o Império Romano quem mais praticou a
escravidão. Estima-se que, em determinada altura, quase 30% da população do
império era escrava. Quanto à África, deve-se notar que, enquanto a propriedade
privada não existia, as pessoas funcionariam em cooperativa. Quando a
propriedade privada cresceu, eram precisos mais braços para trabalhar. Foi
então que os conflitos começaram e cresceram e os vencidos foram então
reduzidos à escravidão. Estima-se que, no século XIX, 14 milhões de africanos
estavam escravizados. A escravatura interna existia antes e durante o tráfico
árabo-muçulmano e transatlântico. Foram os árabes muçulmanos que começaram o
tráfico de escravos em grande escala. Como Fernand Braudel apontou, o tráfico
de escravos não foi uma invenção diabólica da Europa. São os muçulmanos árabes
que estão na origem e o praticaram em grande escala. Se o tráfico atlântico
durou de 1660 a 1790, os muçulmanos árabes atacaram os negros do sétimo ao
vigésimo século e foram os únicos a praticar o tráfico de escravos.
Acusa o mundo árabe-muçulmano de fazer um genocídio
meticulosamente preparado. É uma questão de que não se fala porquê?
Este é realmente um pacto virtual selado entre os
descendentes das vítimas e os algozes, que resulta em negação. Este pacto é
virtual, mas a conspiração é muito real. Porque neste tipo de “Síndrome de
Estocolmo ao estilo africano”, em que tudo se coloca sobre as costas do
Ocidente. É como se os descendentes das vítimas tenham decidido nada dizer. Que
os estudiosos e outros intelectuais árabes-muçulmanos tentassem fazer
desaparecer essa realidade até ser uma mera lembrança dessa infâmia, como se
nunca tivesse existido, até pode ser compreendido. No entanto, é difícil
perceber a atitude de muitos cientistas - e mesmo de afro-americanos que se
convertem cada vez mais ao Islão -, pois é uma espécie de auto-censura. É por
isso que decidi publicar este livro, uma tentativa para quebrar o silêncio,
porque a História e Antropologia não estão ao nível de uma crença religiosa ou
de uma ideologia, mas de factos provados que não podemos esconder para sempre.
Como vê o papel de Portugal nesse tráfico transatlântico?
Os portugueses tinham acidentalmente capturado um nobre
mouro Adahu, em 1441. Este último ofereceu-se para comprar a sua liberdade em
troca de seis escravos negros e isso ocorreu em 1443. Depois disso, Dinis Dias
desembarcou no Senegal e trouxe para Lagos quatro cativos, situação que marca o
início do tráfico sistemático. Os portugueses foram, assim, os primeiros a
importar escravos para o trabalho agrícola. Eles transportavam entre 700 e 800
cativos por ano, desde os postos comerciais e fortes na costa africana. Os
pioneiros neste tráfego foi Gonçalves Lançarote, em 1444. Em seguida, foi a vez
do navegador Tristão Nunes comprar aos mouros, um número significativo de
cativos africanos, para aumentar o seu número em São Tomé e Portugal. Em 1552,
10% da população de Lisboa consistia de escravos mouros ou negros. Aqui também
há um trabalho de memória a ser feito...
A colonização europeia de África suavizou a anterior crueldade
sobre os povos do continente ou manteve-a?
Se essa colonização pudesse ter um rosto, seria aquele
que está na origem de dramas inesquecíveis. Depois dos compromissos históricos
dos pensadores iluministas com ideias racistas, desde meados do século XIX que
também há teorias que se infiltraram nas cabeças de um grande número de
intelectuais, como a do racismo científico. Se no início das conquistas, os
ingleses apresentavam a superioridade científica e técnica da sua civilização
sobre a dos povos “atrasados”, em seguida procuraram uma “justificativa racial”
para fazer a colonização. Sociólogos e cientistas britânicos decidiram elevar
essa manobra ao apresentar os povos negros como sendo “seres vivos, semelhantes
aos animais”.
E foram inspirados por uma das referências científicas da época,
Charles Darwin, que concluiu o seu trabalho da seguinte forma: “O homem subiu
da condição de grande macaco para o homem civilizado, passando pelas fases do
homem primitivo e do homem selvagem. O melhor grau de evolução foi alcançado
pelo homem branco.” Todas essas construções levaram a calamidades como a do
apartheid.
quarta-feira, julho 29, 2020
Deslocados de guerra
O governo da
província Moçambicana de Nampula vai integrar os deslocados de guerra que vem
de Cabo Delgado no sistema produtivo para que possam sair da assistência de
emergência e ganhar autossuficiência.
A informação
foi avançada, esta semana, pelo secretário do Estado, Mety Gôndola, que disse também
que o Governo prepara a criação de centro transitório de assistência imediata e
nos próximos tempos vai atribuir espaços aos deslocados para a construção de
suas habitações definitivas. Para o efeito já foram identificadas zonas em
diferentes pontos da província de Nampula.
Gôndola, que
diz que está preocupado com o aumento de deslocados na província, reconhece que
o trabalho de afetação é sensível. “Essa questão de assentamentos não se pode
tratar de ânimo leve, há questões que não se podem perder de vista sobretudo a
segurança da nossa província”.O número de deslocados na província de Nampula
aumenta a cada dia. Dados oficiais apontam para mais de oito mil espalhados em
11 dos 23 distritos da província. A maioria, mais de três mil, está em Meconta.
Os deslocados de guerra de Cabo Delgado são também apoiados, entre outros, por
singulares e pela também da igreja Católica.
Animam a diáspora desportiva
É um
facto que há muita comunidade desportiva moçambicana, concretamente no futebol,
que com o término de épocas desportivas uns podem renovar e outros podem ser
transferidos, portanto, a roleta das transferências continua a merecer
destaque. Recentemente,
três jogadores moçambicanos, nomeadamente Miro, Joshua e Clésio, melhoraram os
seus contratos.
O internacional Clésio Baúque é o mais novo reforço do Zira FK
do Azerbaijão. O contrato tem a duração de uma época. O avançado moçambicano
termina assim o vínculo contratual com o FK Qabala , clube que representou na
última temporada. Assim, Clésio vai representar o sétimo clube no estrangeiro,
após passagens pelo Philadelphia e Harrisburg City dos Estados Unidos da
América, Panetolikos da Grécia, Instanbulspor da Turquia e FK Qabala. Com 25
anos, o internacional moçambicano tem sido um dos jogadores frequentes nas
convocatórias de Luís Gonçalves, o técnico português ao serviço dos Mambas.
Entretanto, o Vitória de Guimarães anunciou, há dias, a contratação do médio
Abel Joshua, de 20 anos. O moçambicano, formado no Black Bulls, chega ao D.
Afonso Henriques proveniente do Amora FC do Campeonato de Portugal.
Seguindo o
ditado panela velha faz boa comida”, o antigo internacional moçambicano, agora
com 38 anos de idade, Miro Lobo, acaba de renovar o seu contrato de trabalho
com o Bravos de Maquis, equipa angolana que vai disputar o Girabola 2020/2021.
Esta é
a quinta temporada consecutiva ao serviço do Bravos de Maquis, depois de ter
cumprido as duas primeiras temporadas no futebol angolano ao serviço do ASA.
Miro, recorde-se, chegou a Angola transferido da Liga Desportiva de Maputo, em
2014. O jogador conquistou apenas um título, nomeadamente como vencedor da Taça
de Angola da temporada 2015, numa final disputada a 31 de Outubro diante da
Sagrada Esperança, onde a sua equipa venceu por uma bola sem resposta. (A.Langa)
Luta pelo mangal nacional
Moçambique
vai fazer repovoamento de mangais numa área de 5 mil hectares em toda extensão
territorial até 2022. A mesma área foi devastada ao longo tempo com o abate de
mangais para várias finalidades destacando-se a expansão das Cidades. O anúncio
foi feito no âmbito das celebrações, hoje, do dia internacional da conservação
dos mangais, cujas cerimónias centrais tiveram lugar na província de Maputo,
dirigidas pelo vice-ministro do Mar, Aguas Interiores e pescas, Henriques
Bongesse.
Os
mangais são árvores que crescem nas margens dos Rios, do mar e dos estuários
dos países onde faz muito calor, o caso de Moçambique. E no nosso país os
mangais estão ameaçados com o corte indiscriminado para carvão, lenha,
construção de casas e barcos. De acordo com o Ministério do Mar, Águas
Interiores e Pescas, áreas de mangal são destruídas anualmente para a expansão
de cidades, construção de estradas e portos e outras infra-estruturas. Ainda de
acordo com a mesma fonte áreas de mangal são destruídas para fazer salinas e
praticar aquacultura.
Otília
Alfredo ergueu sua casa em 2015 numa no Bairro da Matola "D", numa
área que outrora tinha mangais. A referida zona ora ocupada e de forma
desordenada é húmida, com água a correr permanentemente, as paredes das casas
sofrem com a humidade. A jovem mulher diz que é muito difícil habitar naquele
bairro.
"A
água chega aqui, chega neste quintal do meu vizinho que fica cheio de água,
passamos mal com água. O lixo quando vem do rio até chega aqui, tem que
amanhecer varrer não temos como”. A situação relatada pela Otília é notável em
diferentes partes do pais. Quando se corta o mangal os animais que dependem do
mangal desaparecem. Com o corte indiscriminado do mangal a costa fica mais
frágil.
Nas
margens do rio Matola na Província de Maputo está instalada uma estufa com 5
mil plantas de mangal nos viveiros. E no âmbito das celebrações este domingo do
internacional da conservação dos mangais o Ministério do Mar, águas interiores
e pescas esteve nas margens do Rio Matola para fazer replantio do mangal uma
acção liderada pelo vice ministro Henriques Bongesse. O Governante entende é
preciso intensificar a sensibilização as comunidades pra não cortarem aquelas
árvores.
“Temos
preocupação em Sofala, temos preocupação na província de Sofala, temos
preocupação na província de Gaza onde algumas pessoas fazem corte de mangal.
Então com este trabalho de plantio que fazemos dia a dia que as pessoas estão a
ganhar consciência achamos que vamos chegar ate la, 2022 vamos fazer o plantio
e vamos recuperar”. Há cerca de dois meses o governo aprovou a estratégia de
gestão do mangal que tem cinco pilares de atuação, sendo gestão de áreas de
mangais, leis e fiscalização, capacitação onde o objectivo e formar técnicos e
comunidades sobre as melhores formas de gerir o mangal, educação e
sensibilização, pesquisa e conhecimento onde pretende-se envolver as
Universidades e Cientistas par o melhor conhecimento com relação ao mangal. E
no ano passado dez pessoas foram responsabilizadas por corte ilegal do mangal.
“No
ano passado a nível da Cidade da Beira foram mais de 5 pessoas que foram
responsabilizadas e ao longo de todo país são mais de dez que já foram
responsabilizadas criminalmente e é por isso que as pessoas estão a recuar no
abate do mangal”.
Os
mangais servem de abrigo para espécies marinhas como peixes, caranguejos entre
outros. Estabilizam a linha da costa e evitam a erosão. Os mangais fornecem
alimento e medicamentos às comunidades. Bem geridos os mangais fornecem lenha e
material de construção pra barcos, casas e outras finalidades. O dia
internacional da conservação dos mangais foi adoptado em 2015 pela conferência
Geral da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura
(UNESCO) e é comemorada desde 2016 para vincar a importância e vulnerabilidade
do mangal. Para este ano o lema escolhido e “Futuro dos mangais está nas nossas
mãos”.
Infra-estruturas
A partir desta
quarta-feira, a população do distrito de Chifunde, província de Tete, passa a
contar com um Tribunal Judicial.
Trata-se de uma
infra-estrutura que custou aproximadamente 29 milhões de meticais dos cofres do
Estado e está preparada para acolher 70 pessoas, entre funcionários e utentes. O nosso Governo
vai continuar a edificar mais infra-estruturas do género neste e noutros
distritos para que a população tenha mais acesso à Justiça.
Trata-se se uma
infra-estrutura moderna que comporta uma sala de audiência para cinquenta
assistentes, um cartório para acomodar duas secções, gabinetes para
magistrados, entre outros compartimentos. Orçada em mais de vinte e oito
milhões de meticais financiadas pelo cofres dos tribunais, o empreendimento vai
beneficiar a mais de cento e sessenta e tres mil habitantes do distrito de
Chifunde.
Parte destes
beneficiários, são cidadãos que vivem na linha de fronteira com as republicas
da Zâmbia e do Malawi, locais que movimentam um elevado número de litígios.Entretanto
populares ouvidos pela nossa reportagem disseram que o edifício do tribunal de
Chifunde, inaugurado pelo PR Filipe Nyusi vai melhorar a qualidade dos serviços
prestados aos cidadãos.
Por seu turno,
o Juiz presidente do tribunal judicial da província de Tete disse que o novo
edifício vem responder a exigência imposta pela lei para julgar os cidadãos com
a dignidade desejada. Fernando Pantie, assegurou que o tribunal judicial de
Chifunde vai apropriar-se das deliberações para julgar casos até doze anos de
prisão, que outrora eram realizadas em instâncias de nível de cidade.
quinta-feira, julho 23, 2020
Gigantes desavindos, da covid a Hong Kong
Com os Estados Unidos a ferro e fogo, com várias cidades tomadas
por protestos antirracismo e muita polícia nas ruas, a chamada dos bombeiros de
Houston (estado do Texas) a uma ocorrência na cidade poderia não ser uma
notícia importante não fosse o local do incidente o consulado da China. Na terça-feira (21), era já noite escura, um
clarão de chamas encimado por uma coluna de fumo preto saído de dentro do
consulado despertou a atenção de locais que alertaram os bombeiros. “As
autoridades responderam a relatos de um incêndio no consulado”, noticiou o
jornal “Houston Chronicle”. “Testemunhas afirmaram que havia pessoas a queimar
papéis no que pareciam ser latas do lixo.”
Com o
raiar do dia, imagens aéreas fizeram luz sobre várias fogueiras que ainda
ardiam num pátio interior — pensa-se que para queimar documentos —, vigiadas de
perto por pessoal do consulado. No exterior do edifício, era também visível o
dispositivo dos bombeiros, sem que ninguém lhes facilitasse a entrada.
Horas
antes deste episódio, a “guerra fria” entre Estados Unidos e China tinha subido
a um novo e perigoso patamar, com Washington a dar 72 horas a Pequim para
encerrar o seu consulado naquela cidade texana — o primeiro aberto pela
República Popular, em 1979, após os EUA reconhecerem formalmente a China
comunista.
Washington
justificou a decisão com a necessidade de proteger propriedade intelectual
norte-americana e informação privada. Nesse mesmo dia, o Governo dos EUA tinha
denunciado que dois “hackers” (piratas informáticos) chineses roubaram centenas
de milhões de dólares em segredos comerciais de empresas que estão a trabalhar
numa vacina contra a covid-19.
“Os
Estados Unidos não tolerarão as violações da República Popular da China da
nossa soberania e a intimidação do nosso povo, assim como as práticas
comerciais desleais, o roubo de empregos americanos e outros comportamentos”,
reagiu Morgan Ortagus, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA.
Esta
sucessão de casos contribui para acicatar ainda mais os ânimos entre os dois
pesos pesados da geopolítica mundial. Desde que Donald Trump entrou na Casa
Branca que as duas maiores economias do mundo se envolveram numa guerra
comercial sem tréguas, travam braços de ferro em vários outros domínios — da
tecnologia à questão de Hong Kong — e revelam-se incapazes de esboçar a mínima
cooperação face à pandemia de covid-19 que ameaça todo o mundo.
Wang
Wenbin, porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, considerou
este episódio “uma escalada sem precedentes” entre os dois países. “A China
exige que os EUA revoguem essa decisão errada. Se os EUA forem em frente, a
China tomará as contramedidas necessárias”, afirmou, citado pelo jornal “South
China Morning Post”.
Segundo
a agência Reuters, Pequim está a equacionar ordenar o encerramento da
representação diplomática dos EUA em Wuhan — a cidade chinesa onde primeiro foi
detetado o novo coronavírus. Atualmente, para além de Wuhan e da embaixada em
Pequim, os EUA têm mais quatro consulados na China Continental: Xangai,
Guangzhou, Chengdu, e Shenyang.
Nos
Estados Unidos, a China dispõe de igual número de representações diplomáticas.
Além da embaixada em Washington DC, tem consulados em Nova Iorque, Chicago, Los
Angeles, São Francisco e Houston — esta última com ordem para fechar portas. O
prazo termina às 16 horas de sexta-feira (23 horas em Moçambique).
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