quinta-feira, dezembro 31, 2015

250 milhões de meticais em moeda estrangeira

Continuam as investigações para se apurar a proveniência e o real destino dos sacos de dinheiro apreendidos por volta das 5 horas da última sexta-feira, 25 de Dezembro, no posto fronteiriço dos Lebombos, na província sul-africana de Mphumalanga.Uma das grandes suspeitas que se lança em torno das enormes quantidades de dinheiro apreendido é que o mesmo poderia estar a caminho e destinado ao financiamento das actividades terroristas do autoproclamado Estado Islâmico.A suspeita, baseado em evidências e cenários anteriores já detectados na África do Sul, não vem de uma fonte qualquer. É o porta-voz da Hawks, um ramo do Serviço da Polícia sul-africana (SAPS) especializado em acções de combate ao crime organizado, crimes económicos e corrupção.O brigadeiro Hangwani Mulaudzi disse que, neste momento em que se aguarda ainda o decurso de uma investigação detalhada, todas as hipóteses devem ser colocadas.“Eles podem usá-lo para atividades terroristas” – avançou Mulaudzi, colocando, igualmente outras hipóteses.
“Onde e como eles conseguiram isso é uma daquelas (coisas) que estamos a tentar determinar”, disse Mulaudzi, citado pela imprensa sul-africana.
O dinheiro poderia ser usado em território sul-africano, por exemplo, para acções de recrutamento de novos membros para as frentes de combate em vários países, particularmente do Golfo Pérsico e Ásia.
O dinheiro, recorde-se, estava a ser ilegalmente transportado por dois cidadãos de nacionalidade moçambicana (com origem asiática) numa Toyota Hilux.Concretamente, estava escondida e disfarçada no fundo falso do canopy da viatura.Em relação à proveniência, Mulaudzi disse também que, nesta fase, não estava claro de onde veio o dinheiro, mas eles estavam a investigar para se aferir se os homens estavam envolvidos em atividades criminosas graves, sindicatos, assaltos a caixa de transporte de valores ou não.Os dois homens deviam ter sido presentes em tribunal nesta segunda-feira, mas a sessão de audição foi adiada para o dia 4 de Janeiro próximo.Em Agosto último, recorde-se, um grupo de homens que estava viajando do Aeroporto Internacional OR Tambo, de Joanesburgo para Dubai, tinha escondido 23 milhões de randes e 3.77 milhões de dólares em 12 peças de bagagem, incluindo quatro mochilas.Relatos da época sugeriram que o dinheiro estava a caminho do Paquistão e boa parte do valor para financiar as actividades naquele país e noutras partes do mundo.O embaixador do Iraque para a África do Sul, Hisham al-Alawi, disse na época que ele não ficaria surpreso se as investigações confirmassem que o dinheiro confiscado estava mesmo a caminho das finanças do EI.“Tem havido um aumento da actividade na África do Sul com relação ao recrutamento e angariação de fundos para a IS”- disse o embaixador do Iraque a propósito do assunto. (MEDIA FAX – 30.12.2015)

segunda-feira, dezembro 28, 2015

Colonização

Em 1951 a Líbia era o país mais pobre do mundo. Kadafi pegou no país e transformou-o no mais rico de África. Antes de Kadafi apenas 20% do povo era alfebetizado, hoje são 83%. Antes da invasão da Nato, os líbios desfrutavam o mais alto padrão de vida de África, à frente da Russia, Brazil e Arábia Saudita. Na Líbia a habitação é considerada um direito humano. Os recém-casados recebem 50.000$00 dólares para comprar casa própria, e a energia eléctrica é gratuita para todas as pessoas. Não, eu não estou a inventar. O Kadafi prometeu providenciar habitação para todos os líbios antes dos seus próprios pais, ele manteve a promessa e o pai dele morreu sem uma habitação. A educação e saúde na Líbia são gratuitas e de altíssima qualidade, e se um líbio não consegue encontrar a educação ou serviço de saúde que necessita na Líbia, então o governo líbio financia-o para ir ao estrangeiro receber esses serviços. Todos os empréstimos são livres de juros, 0% por lei. Se um líbio comprar um carro o governo paga 50% do preço. Se um cidadão líbio quiser ser agricultor, o governo providência, terra, casa, equipamentos, animais e sementes tudo gratuitamente. Em 01-07-2011, 1.700.000 pessoas reuniram-se na praça verde de Trípoli para se manifestar contra o bombardeamento da Nato à Líbia, isso representa 95% da população de Trípoli e cerca de um terço de toda a população da Líbia. 
O Banco Central líbio é estatal e ao contrário de todos os Bancos no Ocidente não é propriedade dos Rothschilds e emite dinheiro livre de dívida. Na década de 90 a Líbia foi acusada de ser a responsável pelo atentado de Lokerbie da PanAm 103 mas foi denunciado que os EUA pagaram 4 milhões de dólares a cada testemunha no julgamento para testemunharem contra os homens líbios acusados. Sim eles foram pagos para mentir, e as provas já foram desmentidas. O Kadafi também estava a trabalhar para não usar o dólar como moeda de pagamento pelo petróleo da Líbia usando em troca o Dínar Africano baseado em ouro. Esta jogada levou Sarkosy a chamar a Líbia de "uma ameaça para a segurança financeira da Humanidade". Um dos primeiros actos dos "rebeldes" líbios foi criar um novo Banco Central propriedade dos Rothschilds como são os nossos do Ocidente. Estima-se que as familias Rothchilds possuam mais de metade da riqueza mundial. Os Bancos Rothschils criam dinheiro a partir do nada e vendem-no ao povo com juros. Isto significa que nunca temos dinheiro suficiente para pagar a dívida de volta. Portanto nós e os nossos filhos ainda não nascidos tornamo-nos escravos da dívida pelos juros dos Bancos Rothschilds. Ao contrário dos nossos líderes Cameron, Obama, Sarkozy, Barroso e companhia, Kadafi recusou vender o seu povo. A Líbia estava livre de dívida! Estás a perceber porque é que o Kadafi tinha o apoio do seu povo? Já percebes quem está por de trás do bombardeamento da NATO a um povo livre e soberano? Os Líbios tinham mais do que nós temos em Portugal, EUA e União Europeia, eles tinham um líder com integridade e coragem, que trabalhou em prol dos interesses do povo Líbio e não nos interesses dos Rothschilds. Sem a tirania dos Bancos Centrais no controle da emissão do dinheiro, todos nós poderiamos viver como pessoas ricas. Fomos e continuamos a ser roubados em triliões pelos banqueiros Rothschilds e seus politicos prostitutas. Temos sido violados e escravizados. Assim como a Líbia vai ser violada e escravizada se não acabarmos com este crime contra a humanidade.

segunda-feira, dezembro 14, 2015

Servidores públicos teimosos

Um total de 2.028 servidores públicos, em Moçambique, ainda não apresentou as suas declarações de bens, facto que incorrem em sanções por parte da Procuradoria-geral da República, por violação da Lei de Probidade Pública.Dados avançados pela Procuradoria-geral da República (PGR) indicam que em todo o país foram apurados 6.211 declarantes, dos quais 3.583 procederam ao depósito das suas declarações de bens e 2.028 se encontram em falta. Os dados referem igualmente que 2.732 gestores públicos apresentaram as suas declarações dentro dos prazos previstos por lei e 951 o fizeram fora do prazo. Nos termos da Lei de Probidade Pública, os gestores públicos devem fazer a apresentação das declarações dos seus bens, 45 dias seguintes à investidura no cargo ou função para o qual foi eleito ou nomeado. O dia 31 de Março de cada ano foi fixado como limite para a actualização dos dados da declaração inicial dos visados, assim como quando ocorra recondução, reeleição ou renovação do vínculo que obriga a declaração. Lúcia Maximiliano, Procuradora-geral Adjunta, segundo escreve hoje o “Notícias”, deu a conhecer esta informação na quinta-feira em Maputo, na abertura do seminário de balanço das actividades desenvolvidas pelas comissões de recepção e verificação das declarações de bens e a acção de formação dos membros destas comissões.Explicou que, uma vez efectuado o registo e a actualização das declarações, as comissões iniciam, de imediato, a sua verificação, analisando o seu conteúdo e notificando os declarantes para sanar, esclarecer as diversas irregularidades e situações detectadas, encontrando-se grande parte dos processos ainda em análise.“O grande desafio que se coloca a cada uma das comissões, é o de aumentar o número de declarantes, através de meios de disseminação da Lei da Probidade Pública, sensibilizando os declarantes a cumprir os prazos legais, criando-se, desta feita, uma cultura de respeito pela legalidade por todos os servidores do Estado” – sublinhou.Ajuntou que está, neste momento, a ser revista a base de dados dos servidores públicos sujeitos à declaração de bens, em colaboração com outras entidades do Estado, designadamente com o Ministério da Economia e Finanças e o Ministério da Administração Estatal e Função Pública, de modo a permitir um maior controlo do sistema de declaração de bens e celeridade na tramitação dos processos organizados. A Procuradora-geral Adjunta sublinhou ainda estarem criadas condições para as entidades públicas poderem, sempre que considerarem necessário, requerer à PGR ou Procuradorias Provinciais, conforme o caso, a fiscalização ou avaliação específica relativamente à declaração de património e rendimentos de qualquer servidor público do respectivo sector ou área de jurisdição, devendo, sempre que considerarem existir indícios bastantes de crime ou de violação da Lei de Probidade Pública, instaurar o competente processo.Por seu turno, a Procuradora-geral da República, Beatriz Buchili, deixou uma mensagem de encorajamento a todos para que continuem firmes na honrosa e prestigiada missão incumbida pela sociedade, em prol de uma Administração Pública isenta de práticas nocivas à boa gestão pública.“Conforta-nos a convicção de que a correcta implementação da Lei de Probidade Pública e de outros instrumentos legais sobre a matéria constitui um gigantesco passo na prevenção e combate à corrupção e outros males que, infelizmente, continuam a afectar a nossa Administração Pública” – disse.A Assembleia da República aprovou, no dia 11 de Maio de 2012, a Lei de Probidade Pública. Observado o período da vacatio legis de 90 dias fixado na própria Lei, ela veio a entrar em vigor no dia 13 de Novembro de 2012, passando a obrigar todo o servidor público e as autoridades de entidades não públicas, singulares ou colectivas, circunstancialmente investidas de poderes públicos.

quinta-feira, dezembro 10, 2015

Porquê esta catástrofe?

Resultado de imagem para sergio vieiraNo Brasil a operação Lava Jato já conduziu à cadeia dois PCA de super empresas um outro dum Banco, o senador chefe da bancada do partido no poder e mais se espera.À volta do Presidente Lula, lutador pelos direitos dos trabalhadores e da Presidente Dilma, antiga guer­rilheira antifascista, estabeleceu-se um círculo para a pilhagem do Esta­do e das empresas.As personalidades de Lula e de Dilma não se coadunam com as infâ­mias. Mas… O olho do dono guarda a vaca, boa- fé, falta de vigilância, o tempo nos dirá e talvez a Justiça se faça.Duplicou o preço do arroz na minha terra e no país, como o do pão, do óleo e o que adiante se verá, sem esquecer que o transporte no chapa vai cedo ou tarde seguir.Haverá os que podem apertar o cinto e diminuir no café, cerveja ou whisky, no bacalhau e salmão, porém quem vive no limiar do salário mínimo se apertar o cinto e criar novos furos corta a coluna! Vêm as festas, o início do ano lectivo, as fardas, os cadernos, os lápis e canetas. O que fazer?
O dólar que dizia-se chegar a 50 em Dezembro agora suspeita-se que ascenda para mais de 70! Não nos pagam em dólares, não vivemos de dólares, muito importamos e os insumos porque pagos em moeda forte, aqui transformam-se em subidas em espiral dos artigos que consumi­mos.
Quem vai pagar a conta, a dívida, porquê estas somas fabulosas para pagarmos como se criaram e nos dizem, agora, haverem aumentado em mais de 1/3 de um ano para outro?

1. Fizeram-se obras faraónicas para ministérios, presidências edifícios da Justiça, mas as conservatórias onde estão registadas as nossas vidas não possuem um sistema de alarme de incêndios ou sequer guardas e extintores. Eu fiquei sem registo de nascimento! O Minis­tério da Agricultura por duas vezes, maravilhosamente ardeu! Viva o saber fazer e saber como organizar-se!
2. Fizeram-se pontes em Caia e Tete, novinhas, ninguém ponderou que numa ponte podem passar tanto viaturas como comboios, persisti­mos em ficar sem ligação ferroviária entre o Centro e o Norte e to­dos sabendo que também havia carvão na margem Sul do Zambeze, majestaquimente ignorou-se este detalhe insignificante (?).
3. Destrui-se o pulmão verde na baixa de Maputo, negociou-se (como?) o Parque dos Continuadores, o Bairro Militar, a Cadeia Central, a FACIM, para proveito de quem? Mistério!
Resultado de imagem para sergio vieira4. Entregaram-se as obras da Julius Nyerere a empresas mais que duvi­dosas, uma delas até deixou morrer sete trabalhadores por incúria. Quem beneficiou?
5. Que histórias se contam sobre a Circular e a Ponte para a Catembe? Beneficiam a quem? Quanto custam? Não havia alternativas menos onerosas e igualmente eficientes, quando os valores despendidos mais que cobrariam a ligação Tete Mutarara, Tete Zumbo, Cuamba Lichinga, Guro Chimoio, Pemba Mueda, etc?
6. Quanto atum pesca por dia a dita EMATUM no lodo do cais onde estão atracadas as embarcações? Quem beneficiou disto?
7. Para onde vão os dinheiros da EDM, TDM, Correios, FIPAG, LAM para nos subirem os preços e baixarem em simultâneo a qualidade? Quem beneficiou disto?
8. À boca pequena muitos falam das comissões (comichões) recebidas por A e B e a começar do cimo. Nos transportes públicos o nome mais carinhoso dado diante de todos a um certo dirigente é ladrão! Popularidade abaixo de zero para quem sempre cultivou um ego desmedido.
Diz-se que quem semeia ventos colhe tempestades.
Que greves, que manifestações estamos a procurar? Que motins estamos nós a provocar?
Uma operação Lava Jato como a brasileira ajudaria Moçambique e sobretudo faria o povo reganhar confiança no seu Estado e no partido que nele manda.
Os resultados das municipais, legislativas e mesmo das presidenciais não forçam todos a reflectirem?
Contentamo-nos com afirmações idiotas de lambe botas sobre vitórias retumbantes, quando alguém e bem o disse foram mais que tombantes?
Haverá vontade de entregar o poder a maiores gatunos, irresponsáveis, gentes que se querem vingar da punição a traidores da pátria? Viga­ristas notórios além dos actuais e bem conhecidos?
Pobre Nyusi, pobre Maleiane gerirem cofres vazios e esvaziados pelas elites predadoras, do topo à base, apaniguados, familiares, amigos da onça deste país?
Quando nos inícios do século XX a regra de partilha entre o país produtor de petróleo e gás era o chamado fifty-fifty, metade para a operadora e metade para o país, quem violentou a regra secular e para benefício de quem?
Nas cadeias não existem celas para predadores deste país e seus apa­niguados? Só há lugar para o dito pilha galinhas e vendedor de uns charros? Que benefício se retira para o país do nosso carvão, tantalites, florestas, ferro, pedras preciosas?
Em tempos um (a) dirigente (a) respondeu-me à mensagem que a Argélia, que já havia a seu favor alterado a regra secular do fifty-fifty estava pronta a custo zero a apoiar-nos nas negociações de hidrocarbonetos de um modo bem seguro e arrogante:
 Não precisamos, já temos melhor!
Resultado de imagem para sergio vieiraAndo desesperadamente à procura desse melhor! Só constato que nada beneficiamos, que muitos nem pagam impostos porque benefi­ciam de isenções e nem sequer apoiam as populações que deslocam para eles explorarem os nossos recursos.Talvez a Gabinete contra a Corrupção e a PGR começarem a investigar os ditos intocáveis que um antigo PGR mencionou na Assembleia da República.Sob juramento e com o risco de acusação de obstrução da justiça, e talvez de cumplicidade, que denuncie quem goza de intocabilidade e se encontra acima da Justiça, da Lei e da Ética.Creio que bem precisamos de uma operação tipo Lava Jato, para bem da Pátria, do governo em exercício e dos cofres do Estado que devem reaver as pilhagens e comichões de A e Z. Pouco interessa quem pilhou meia dúzia de milhões de Meticais, o fundamental quem se beneficiou directa e via familiares e subordinados de centenas de milhões de dó­lares e muitos e muitos biliões de Meticais. Cadeia e trabalho duro para os gatunos e quanto mais importantes melhor para a dignidade da Pá­tria e do Estado.
Abraço este sonho e quem o fizer materializar.


P.S. Não chegou o tempo de aprendermos algo do Presidente Magufuli da Tanzânia e o corte das alcavalas? Faz sentido que um PCA até com mau desempenho ganhe várias vezes mais do que o mais alto magistrado da Nação? Sobretudo quando a empresa vive de subsídios do Estado? Honestidade e para tal um meu abraço.

segunda-feira, dezembro 07, 2015

Desvalorização afecta construção

Foi o sector que mais cresceu nos últimos anos em Moçambique contribuindo com cerca de 9% do PIB. Foi o sector que na última revisão salarial, aprovada pelo Governo,teve um aumento 13%, o maior de todos os sectores de actividades. Trata-se da área de construção civil, uma das áreas mais empregadoras no país. Nos últimos anos, as grandes cidades moçambicanas, com maior enfoque para a capital do país, Maputo, viram o seu parque imobiliário a aumentar de forma vertiginosa com o aparecimento de uma gama de luxuosos e pujantes edifícios para fins habitacionais, de serviços e comerciais. 
Resultado de imagem para condominios maputoA corrida pelo lucrativo negócio imobiliário fez com que milhares de empresários ligados ao sector da construção civil e não só investissem milhares de dólares americanos nesta área. É que o caso não é para menos. Um apartamento num edifício localizado na zona nobre da cidade de Maputo, como é o caso dos bairros de Polana Cimento ou Sommerschield, podia custar de renda entre cinco a oito mil dólares americanos. Uma moradia localizada num desses bairros podia custar entre 10 mil a 15 mil dólares de renda mensalmente. O mesmo verifica-se nos casos da venda de imóveis onde um simples apartamento do tipo três podia ser transaccionado entre 300 a 500 mil dólares americanos enquanto que uma moradia podia atingir cerca de um milhão de dólares. Não obstante os preços serem proibitivos para a esmagadora maioria da população moçambicana, o negócio tinham sempre clientes e  muitas vezes as aquisições eram feitas na totalidade antes do respective edifício ser concluído.
O negócio que nos anos 2012, 2013 até aos primórdios de 2014 parecia um el dourado, tornou-se um verdadeiro pesadelo nos últimos meses. A contínua e cada mais preocupante desvalorização da moeda nacional, o metical, face ao dólar americano e outras moedas de referência como é o caso de Rand sul-africano e o Euro, está a deixar o pujante mercado imobiliário e de construção civil
Resultado de imagem para sommerschieldde “tangas”. A corrida pelo apetitoso sector fez com que muitos empresários recorressem a créditos bancários para investor na área. Hoje, com a desvalorização do metical e a fragilização do poder de compra da maioria dos moçambicanos da classe média, está a colocar o sector imobiliário em crise. A triste realidade por que o sector imobiliário passa neste momento foi reconhecida por Manuel Magalhães Pereira, um dos responsáveis pelo pelouro da Construção Civil, na Confederação das Associações Económicas (CTA). Manuel Pereira, que também é Administrador- Delegado da Construtora de Mondego, uma empresa de capitais moçambicanos criada em 1997, disse ao SAVANA que para responder os apelos governamentais, no sentido de criar-se condições habitacionais para a juventude, sobretudo da classe média, empresários ligados à área de construção civil direccionaram seus capitais para a imobiliária na esperança de reaver o dinheiro com venda de casas.
Resultado de imagem para sommerschieldConta o empresário que a corrida das imobiliárias para construção de novos parques habitacionais, de serviços e de escritórios ganhou fôlego nos anos 2012, 2013 e 2014, uma altura em que o dólar americano era cotado, no mercado nacional, a um preço de 20 e 30 meticais. Segundo Pereira, foi na base da cotação de 29, 30 e 31 meticais o dólar americano que muitos empresários planificaram e investiram seus capitais. “Foi na base dos 29 ou 30 meticaiso dólar que os empresários fizeram os seus planos e foram à banca pedir crédito para investir no sector. Foina base dos 20 a 30 meticais o dólar que as pessoas assumiram compromissos com as imobiliárias para aquisição de imóveis”, disse.Sublinha a fonte que, contra todas as previsões, o paradigma altera completamente em finais de 2014 quando o metical inicia os primeiros ensaios de depreciação. “Podemos dizer que no início a situação era encarada com alguma normalidade. Mas depois de algum tempo atingiu contornos insustentáveis. Hoje, o dólar que era cotado a 30 meticais, o seu valor duplicou, já nos custa 60 meticais.
Resultado de imagem para casas de luxo maputo É um enorme défice que o empresário é obrigado a “cobrir”, lamentou. Continuou a sua explanação referindo que, por causa desta nova realidade cambial, muitos empresários imobiliários estão altamente endividados e têm poucas alternativas de honrar seus compromissos porque o poder de compra baixou de forma significante. Pereira recorre aos números da sua empresa para ilustrar a queda do negócio. Sublinha que, entre 2013 e 2014, tinha em média 700 pedidos de compra de imóveis proporcionadas pela sua imobiliária por mês. Hoje, o cenário é totalmente desolador e o número de pedidos de aquisição de casas não vai para além de seis mensalmente. Disse que, se a situação não se inverter nos próximos meses, o sector irá à bancarrota. “Hoje, muitas obras pararam porque não há como dar prosseguimento, os empresários que tinham casas concluídas estão a ter dificuldades de vender e as taxas de juro vão se multiplicando dia após dia”, queixou-se. De acordo com o Administrador Delegado da Construtora de Mondego, a situação torna-se muito mais dramática na medida em que, no mercado imobiliário, os custos são calculados em dólares, mas os pagamentos são feitos em dólares e os clientes auferem seus ordenados em meticais, sendo que com a desvalorização da moeda nacional torna-se mais complexo.
Resultado de imagem para sommerschield“O nosso mercado é dominado por pessoas da classe média que auferem seus salários em meticais e, para responder aos compromissos que têm com as imobiliárias, tem de ir ao mercado comprar dólar porque neste sector as transacções são feitas em dólares. Veja que, se alguém recebia em 2014 o equivalente a cinco mil dólares em meticais, hoje, o mesmo valor equivale apenas em 2500 dólares. Essa pessoa é obrigada a fazer novas contas para a sobrevivência e até pode ter dificuldades de honrar seus compromissos com as imobiliárias,n aliás, isso já é comum”, disse. Já na vertente dos empreiteiros, o nosso entrevistado também lembrou que um empresário que contraiu dívida com a banca na ordem dos 45 milhões de meticais em 2013, na altura equivalia a 15 milhões de dólares, mas hoje já não chega oito milhões de dólares. Trata-se de uma situação que baralha por completo as contas dos empresários de construção civil na medida em que, nesta área, mais de 70% do material usado, sobretudo na vertente dos acabamentos, é importado. Muitas vezes, no grosso das obras públicas que executamos, a cotação é feita em moeda nacional, mas o material é adquirido em dólares porque vem de fora do país. Com esta continua desvalorização do metical os empreiteiros ficam sufocados. Manuel Pereira disse que falta protecção aos empreiteiros nacionais por parte das entidades governamentais perante a forte e desigual concorrência resultante da intensa procura do mercado nacional por parte de empresas estrangeiras. De acordo com o nosso entrevistado, ao contrário do que se verifica com as construtoras internacionais, as empresas moçambicanas não são facilitadas o acesso ao financiamento para a execução das suas actividades.O nosso interlocutor referiu que este tipo de constrangimentos exclui grosso dos empreiteiros moçambicanos na medida em que se vêem fora das grandes obras, quer públicas ou privadas.
Resultado de imagem para construção civil arruinada maputoNo país, todas as empresas nacionais que pagam impostos e salários aos seus trabalhadores estão a ser fortemente penalizadas e corre-se o risco de futuramente não se ter empreiteiros capazes. No entender no nosso entrevistado, cabe ao Governo promover o´crescimento da capacidade técnica e económico-financeira das empresas nacionais, criando cada vez mais oportunidades de negócio, através da aprovação de regulamentos que estabeleceram condições justas e equilibradas das partes de contratos de empreitadas de obras públicas, formando parcerias com o sector privado no controlo da actuação dos operadores do sector. Para além de descrever o ambiente que se vive no ramo de construção civil no seu todo, Manuel Pereira falou daquilo que tem sido o circuito de negócios da empresa por ele dirigida. Com um volume de negócios na ordem de 80 milhões de dólares norte-americanos, a Construtora de Mondego é uma empresa virada essencialmente para o ramo imobiliário e de obras públicas. Mais de 90% dos seus negócios são com o Estado moçambicano, onde se destaca a construção de escolas, hospitais, esquadras e outro tipo de infra-estruturas públicas. Mas também executa obras de índole privada.  Segundo Pereira, a empresa já garantiu uma solidez relevante no mercado, facto que garante confiança da parte das instituições financeiras.“Somos uma empresa sólida, confiável e com garantias reais, o que nos permite aceder, junto aos bancos, a créditos para financiarmos as nossas obras”, disse.Aponta o dinamismo, a seriedade e o empenho da sua equipa como razão de sucesso.