sexta-feira, fevereiro 25, 2011

Não havendo mercado nacional para a profissão...

Cidadãos moçambicanos estarão envolvidos nas manifestações sangrentas que decorrem na Líbia, actuando como mercenários do regime de Muamar Khadafi. Um estudante líbio entrevistado pelo jornal “i”, editado em Lisboa, disse que Muammar Khadafi “foi buscar mercenários na Etiópia e em Moçambique” para lutarem contra o povo líbio. A notícia é avançada na edição de ontem do jornal “i”.“Majede, um estudante de medicina em Tripoli, descreveu ao “i” a perseguição de manifestantes por homens armados, "mercenários que ele [Khadafi] foi buscar à Etiópia e a Moçambique”, escreve o jornal português na sua edição de ontem, sem avançar mais pormenores.Não é a primeira vez que moçambicanos são referenciados no estrangeiro como mercenáriosNada confirma se esta informação corresponde ou não à verdade. Mas, entretanto, esta não é a primeira vez que moçambicanos são tidos como mercenários no exterior. Em Abril de 2009, um grupo de moçambicanos foi recrutado no país para actuar no Lesotho como mercenário, numa tentativa de golpe de Estado contra o primeiro-ministro local. A informação foi confirmada, na altura, pelo Alto-Comissário (embaixador) moçambicano na África do Sul, Fernando Fazenda. A tentativa de golpe de Estado foi frustrada e quatro dos 9 moçambicanos morreram e outros 5 ficaram detidos, 4 em cadeia de Lesotho e um na África do Sul. Esses moçambicanos teriam sido recrutados na cidade da Matola por um indivíduo que lhes teria prometido emprego como agentes de segurança nas obras de construção de infra-estruturas para acolher o campeonato mundial de futebol, realizado na África do Sul em 2010. E quando chegaram a Joanesburgo, os moçambicanos foram juntados a outros indivíduos recrutados na África do Sul e no Lesotho para irem tentar o golpe naquele reino da região da SADC.Os quatro moçambicanos que morreram foram abatidos durante a troca de tiros que se seguiu à reacção da guarda militar da residência do primeiro-ministro sutho. Os moçambicanos que escaparam à morte foram detidos, confirmaram que são militares que passaram à disponibilidade. O caso da Líbia é mais um que vem relacionar moçambicanos como mercenários no exterior. A notícia ainda não mereceu reacção oficial das autoridades moçambicanas. Mas na terça-feira passada, à saída da reunião do Conselho de Ministros, o titular da pasta dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi deixou um apelo para que os moçambicanos residentes na Líbia não se envolvessem em confrontos.Na ocasião, o ministro disse ainda desconhecer a situação dos moçambicanos residentes naquele país, dado não haver contactos ainda com a missão diplomática moçambicana na região do Magrebe, que está sedeada em Cairo, no Egipto.Entretanto, uma notícia publicada ontem pela agência Lusa, cita o ministro moçambicano a dizer que os moçambicanos que se encontram na líbia “estão todos bem”.

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