quinta-feira, fevereiro 17, 2011

Arbitragem vista por dentro

O que seguidamente vai ter a oportunidade de ler, não é mais do que a possibilidade que lhe dou de entender mais em concreto toda a problemática da arbitragem. É muito fácil criticar e desde que se entre de cabeça na arbitragem, nada melhor há que saber conviver com as criticas e outras situações que mexem com qualquer ser humano. Mas como ninguém se importa em saber o que é necessário para que o árbitro esteja de corpo e alma nesta arte complicada, há que ter em conta alguns aspectos, que pela sua importância, aqui resolvi deixar para os que olham para o árbitro de forma diferente e para os que, mesmo sendo críticos “famosos”, por vezes, saibam reconhecer que muito há para se fazer para que a arbitragem tenha a sua cara lavada. Vamos então para o que importa.

1.É necessário urgentemente que seja implementado o Plano Nacional de Formação para o sector da arbitragem. E é preciso, de igual forma, definir qual o percurso formativo em cada categoria bem como o respectivo acompanhamento. Sendo que todos os métodos pedagógicos têm sofridomudanças, não é mais possível que se continue a formar árbitros como há vinte anos atrás. Por outras palavras, falta ainda uma sólida formação multidisciplinar nesta domínio, até porque a matéria lectiva apresentada, por exemplo, aos árbitros de 1ª categoria nacional, não pode ser igual à que for ministrada aos árbitros da 3ª categoria nacional. Neste e noutros capítulos, é missão das COPAF’s (conselhos de arbitragens provinciais) de recorrer às novas tecnologias no que se refere à formação de árbitros.

2.A arbitragem não acompanhou todos os aspectos científicos do futebol. É forçoso haver uma detecção de talentos logo no início da carreira da cada árbitro, porque só assim poderão ser devidamente acomapanhados na ascensão e percurso em cada categoria. E, em nome da qualidade que se exige em qualquer actividade, não se pode cair no erro de aceitar todos os candidatos. As COPAF’s devem começar a implementar aquilo que se pode definir como a “despistagem da qualidade”.

3. O nosso chamado futebol profissional (?) já não se compadece com árbitros que dificilmente se expressam bem em português e que nem um relatório conseguem fazer dos acontecimentos do encontro dirigido. É quase obrigatório que cada árbitro ou conjunto de árbitros tenham um preparador físico para que possam trabalhar científicamente pois o empirismo “ajuda” a criar problemas físicos (lesões). Agora se pergunta: COM QUE VALORES? Os prémios devem subir... esta actividade esta a ser esquecida e só se lembram quando se quer mal dizer dela. Não se pode esquecer que para além do preparo físico (treinos), há que ter em conta o preparo teórico-práticos e o treino mental, e que depois de tudo isto temos (nós os árbitros) necessitdade de períodos de descanso físico e mental. Isto é, necessidade de descansar o suficiente para estar “no ponto” para ser lançado às ferras... Este descanso passa por fazer piscina, dar um passeio descontraido e sauna. Pode-se, quando há problemas após um jogo que correu mal, recorrer a um psicólogo para “descer a terra”! O transporte e a antecedência da ida do árbitro para o local de actividade torna-se muito importante, pois o facto de se tratar mal desdes itens, pode levar a que o árbitro não esteja em condições de fazer um trabalho esperado perante a sua categoria e/ou as exigências do próprio jogo. Portanto, os árbitros e os seus dirigentes têm de ter consciência que não podem fazer mais grandes trajectos antes e após os jogos sem terem presente a assumida componente repouso. Conclusão: ISSO CONTRIBUIRÁ PARA UMA TENDÊNCIA MAIOR PARA O ENGANO. (Asselam Khan/instrutor FIFA)

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