domingo, abril 24, 2011

Vai, o nosso futebol, aparentemente pobre, tendo dia após dia mais casos, que não dignificam o bom nome dos atletas, técnicos, dirigentes e os demais participantes, adeptos inclusos. Depois das denúncias de corrupção, agressões envolvendo jogadores, árbitros e adeptos, entre outros casos, agora veio a... falta de comparência em pleno Moçambola. E é precisamente a falta de comparência averbada pelo Ferroviário da Beira, no jogo que devia realizar domingo passado no Songo, diante da HCB local, para a sexta jornada do Moçambola, que será o tema da “viagem” de hoje por este meu/vosso espaço. A falta de comparência, como muito já se falou sobre o assunto, deveu-se ao facto da delegação “locomotiva” ter perdido o voo de Maputo a Tete, por ter chegado tarde ao aeroporto na capital do país, onde fazia escala de ligação. Não quero, com este meu comentário em torno do assunto, julgar seja quem for. Quero apenas expressar o meu ponto de vista. Para já, falar sobre o protagonista principal desta que parece história de ficção, o Ferroviário da Beira. Pelos comentários que os dirigentes deste clube têm feito publicamente, parece que eles não tiveram qualquer culpa no cartório, quando afinal foram eles mesmos que chegaram ao aeroporto, em Maputo, acima da hora marcada para o voo. No mínimo, eu esperava que o clube viesse a púplico reconhecer que falhou nesse e naquele aspectos, que contribuiram para o atraso na chegada ao aeroporto. Mas o que tenho escutado são acusações e mais acusações a terceiros para justificar o atraso. Reconheço que o atraso deveu-se também a factores externos, os ditos imprevistos. Afinal, são os imprevistos que muitas vezes estragam as nossas vidas. Por isso, há que levarmos a nossa vida sempre a contar com eventuais imprevistos. Assim sendo, acho que os dirigentes do clube “locomotiva” deveriam reconhecer que falharam, para depois partirem ao ataque dos outros que contribuiram para que o mal acontecesse. Quando soube que o Ferroviário da Beira convocou uma conferência de imprensa, pensei comigo mesmo: Espero que o clube vá dizer que abriu um inquérito interno para averiguar o que, de facto, se passou para que a equipa chegasse atrasada ao aeroporto. Este eventual inquérito seria para ouvir, além dos dirigentes do clube que participaram na viagem, os jogadores, técnicos e outros elementos que estiveram na “jogada”, como o motorista que conduziu o autocarro do Ferroviário de Maputo, ele que tem estado a ser cruxificado sem ao menos ter direito a dar a sua versão dos factos. Mas debalde! O Ferroviário da Beira voltou, na conferência de imprensa, a acusar a terceiros, nem ao menos reconhecendo a quota-parte de culpa que tem no assunto. A decisão de se ir assistir ao jogo, que acabava as 17:00 horas, na Matola, bem longe do aeroporto, quando se tinha que estar no aeroporto as 17:30 horas, não me parece que tenha sido acertada. Ainda neste assunto, também não estou a gostar como a Liga Moçambicana de Futebol está a encarar (ou encarou) o mesmo. Até parece que não lhe diz respeito. Este não é o primeiro caso do género. Em 2007, o Maxaquene também atrasou a chegar ao aeroporto e falhou o voo. Naquele ano (2007) vi a Liga a fazer de tudo para que o jogo se realizasse noutra altura. Lembro-me que no mesmo dia que o embate deveria acontecer, saiu um comunicado oficial a (re)marcar o desafio para o dia seguinte, isto porque o Maxaquene só naquele dia conseguiria apanhar outro voo para Tete e, portanto, só poderia jogar no dia seguinte. Mas mesmo no tal dia seguinte o jogo não aconteceu, desta vez porque o Chingale faltou, alegadamente porque o árbitro no dia anterior teria marcado falta de comparência ao Maxaquene. E mesmo depois disto, a Liga continuou a envidar esforços para ver realizado o jogo, que acabou acontecendo cerca de um mês depois. Desta vez, porém, notei, estranhamente, a Liga a distanciar-se imediatamente do assunto, deixando o Ferroviário da Beira negociar, sozinho, um possível adiamento com a HCB do Songo, algo que acabou não tendo resultado positivo, pelo que sei. Com isso, não quero entrar para o pormenor do que diz a lei em casos de género. Quero apenas mostrar a dualidade de critérios que a Liga Moçambicana de Futebol tomou para resolver problemas idênticos. Isso não pode acontecer, pois todos os clubes filiados na Liga, os que disputam o Moçambola, devem merecer tratamento igual. Mas parece que não é isso que está a acontecer, com a Liga a mostrar ter filhos e enteados dentro da sua casa. Espero bem que assim não seja, pois me parece que esse processo ainda não está fechado e que a Liga tem ainda uma palavra a dizer. Mas nada de “dribles” ao nosso Moçambola. Que a Liga trate a todos de igual forma.(DM)

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