sexta-feira, abril 08, 2011

Um horror uma mulher pegar em armas?

O veterano da luta de libertação nacional, Marcelino dos Santos, afirma que a principal força motriz da Frelimo é a Organização da Mulher Moçambicana (OMM).A mulher do partido político no poder em Moçambique, segundo Marcelino dos Santos, está consciente dos vários desafios existentes em diversas frentes desde os tempos de luta de libertação nacional.Dissertando, numa palestra sobre o tema 'Os Feitos de Josina Machel e os Desafios que se Colocam à Mulher Moçambicana', o veterano disse ter havido, durante a luta, situações que criaram embaraços, mas a mulher sempre esteve lá para apoiar e procurar soluções.Naturalmente, disse Marcelino dos Santos, que 'nesta marcha tão longa da nossa história temos que terminar saudando Josina Machel, criança que emergiu e se transformou num cristal no nosso seio, criança que ingressou nas fileiras da luta com 16 a 17 anos e morreu em 1971 com quase 26'. Ela conseguia abraçar o país inteiro. São poucas as pessoas com essa capacidade e, com tenra idade faleceu deixando marcas indeléveis que de forma simples e amigável conseguiu moldar junto dos companheiros de luta', explicou Marcelino.Josina Machel, segundo Marcelino dos Santos, entendia perfeitamente a importância das questões sociais e compreendeu muito bem a mulher combatente, porque não era simples aceitar que uma mulher podia disparar uma arma, que a mulher podia ir para a frente de combate.Segundo o orador, houve sempre, por parte das pessoas, o receio da situação em que ficariam os seus filhos caso avançassem para a luta e, Josina Machel, resolveu o problema avançando com a ideia de criar infantários que passaram a acolher os filhos dos combatentes que estivessem na linha da frente.'Esta capacidade formidável de pensar nestas coisas, criar condições para que a luta não parasse fizeram dela heroína e símbolo de todas as mulheres. Através de um caminhar simples Josina Machel conseguiu remover todos os obstáculos que constituíam entrave a emancipação da mulher', realçou Marcelino dos Santos.Portanto, Josina Machel e outras e outras figuras foram as bases do desenvolvimento da luta de libertação nacional ao abraçarem as causas sociais e a criarem o Destacamento Feminino num ambiente em que existiam muitos opositores.'Existiam no seio da própria Frelimo camaradas que manifestavam o seu desprezo total. Achavam um horror uma mulher pegar em armas mas, só mais tarde, é que compreenderam o grande papel da mulher na luta armada e sobre a importância de ela participar na frente de combate', explicou dos Santos. Participar na emancipação da mulher, segundo Marcelino dos Santos, significava participar na luta armada e Josina Machel, tão nova que era, já tinha pensado em todas estas coisas porque se não tivesse ido disparar o desprezo pela mulher continuaria, por isso a mulher moçambicana tem de aprofundar tudo.'A mulher moçambicana tem de estar no fundo de tudo o que é actividade', ressaltou o orador.Josina Machel, segundo a fonte, soube entender muito rapidamente o processo de construção da emancipação da mulher, daí que ela é uma grande lição para que a mulher moçambicana saiba que a emancipação se realiza no quotidiano. Marcelino terminou a sua dissertação apelando a toda a mulher esteja ela na machamba, educação, função publica, no sector formal, no informal, esteja ela onde estiver a aprofundar tudo porque só assim e que poderá avançar na luta pelo desenvolvimento do país.

0 comments: