quarta-feira, abril 20, 2011

“Não querem trabalhar. Só reclamam”

O presidente moçambicano, Armando Guebuza, reiterou que o problema do custo de vida jamais poderá ser resolvido com o recurso a violência, pois esta resulta apenas na destruição daquilo que foi conquistado durante vários anos, deixando o país cada vez mais pobre, e enfrentando maiores dificuldades.O Chefe de Estado moçambicano falava no bairro de Siduava, posto administrativo da Machava, no Município da Matola, última etapa da sua visita a província de Maputo, no âmbito da Presidência Aberta e Inclusiva.Segundo Guebuza, a solução para o elevado custo de vida que afecta a maioria da população moçambicana está no trabalho.Para o estadista moçambicano, existem pessoas que acreditam que promovendo manifestações com o cunho violento podem reduzir o custo de vida, esquecendo que uma acção desta natureza só agrava a situação.“Não querem trabalhar. Só reclamam”, afirmou Guebuza, para quem este tipo de pessoas procura possíveis falhas para promover a desordem pública.“Quem trabalha comete erros. Só não comete erros quem não faz nada”, destacou o Chefe de Estado, vincando que a aposta deveria ser a busca de formas para corrigir os eros.“O custo de vida é alto, Não é a primeira vez que acontece. Sempre foi alto. Nunca tivemos dinheiro suficiente para suprir as nossas necessidades”, explicou Guebuza, advertindo a população para evitar atitudes violentas na busca de uma solução para os seus problemas.Para Guebuza, a solução passa pelo trabalho e neste processo há que ter em conta a necessidade para a união entre os cidadãos.Explicou, por exemplo, que o custo de vida que se assiste actualmente resulta da conjuntura internacional, como é o caso da subida constante dos preços do petróleo.“Moçambique ainda não produz petróleo, tem de comprar. Mas para comprar é preciso dinheiro e este só se consegue trabalhando”, afirmou Guebuza, citando um provérbio tradicional segundo o qual “o remédio que amarga, cura”.Durante o comício, a população enalteceu os feitos do governo em várias frentes socio-económicos, mas apresentou as suas inquietações.Uma residente de Siduava, falando em nome de um grupo de cinco parteiras tradicionais daquela zona da Matola, pediu uma sala para a realização das suas actividades.“Temos conduzido partos em palhotas sem as mínimas condições para este tipo de actividade. Pedimos uma sala para o nosso trabalho”, disse. A mesma cidadã queixou-se da falta de transporte, pois a única alternativa existente e’ o recurso aos camiões, que para além de pessoas também carregam mercadorias como sacos de cimento e outros bens juntamente com os passageiros.A maioria dos intervenientes no comício centrou a sua preocupação nas vias de acesso e iluminação pública, bem como na necessidade de instalação de uma escola primária do segundo grau e uma escola secundária.Refira-se que Maputo foi a última etapa de um périplo que levou o Chefe de Estado a escalar, desde o dia 03 de Abril corrente, a cidade de Maputo e as províncias de Gaza e Inhambane.

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