sexta-feira, novembro 08, 2013

CTA emite comunicado

COMUNICADO
Nos últimos dias tem-se assistido a um clima de tensão político-militar, caracterizada por um adensamento das posições das partes em conflito nomeadamente o Governo e a Renamo. Esta situação tem-se repercutido de forma directa na actividade económica-empresarial em Moçambique, devido aos sistemáticos ataques a colunas de viaturas na zona centro do país, ataques a pequenas unidades económicas no Muxungué, resultando em elevados prejuízos materiais e financeiros, bem como perdas de vidas humanas, o que tem contribuído negativamente para o ambiente de negócios que vem sendo construído pedra a pedra no âmbito do diálogo entre o Governo e o Sector Privado. Daí que a CTA-Confederação das associações económicas de Moçambique não pode ficar indiferente ao clima de tensão e insegurança que se tem criado nos últimos tempos. Esta insegurança é gerada por dois fenómenos que acontecem em paralelo: os ataques à viaturas de civis na zona centro e os raptos nas maiores urbes de Moçambique. Estes raptos que visaram em princípio empresários operando em Moçambique alastram-se hoje a cidadãos pacatos da classe média nacional. Esta situação é insustentável! Vários colegas do sector empresarial já se viram obrigados a abandonar o país, familiares de trabalhadores dos grandes projectos abandonam o país. Este clima não é saudável à atracção de investimentos, e por essa via à criação do tão almejado emprego no país!

Os prejuízos a nível da comunidade empresarial poderão degenerar em grave crise económica dado que:

As empresas têm várias obrigações por cumprir, nomeadamente, (i) financeiras, devido aos empréstimos contraídos junto à banca; (ii) pagamentos de salários a milhares de trabalhadores;(iii) seguranças dos seus trabalhadores cuja actividade os obriga a escalar a zona centro do país por via rodoviária, incluindo o transporte de produtos agrícolas produzidos na zona norte e centro cujos mercados se encontram no sul, abastecimento da zona centro e norte com produtos provenientes da Africa do Sul e da zona sul; e (iv) prazos de entrega por cumprir junto dos seus parceiros de negócios, dentre várias obrigações. Não podendo fazê-lo, os consumidores finais vão ser os maiores prejudicados dado que a escassez gera um escalar descontrolado dos preços e por essa via criam carestia da vida dos cidadãos já por si depauperados.
O sector de transporte, o qual participa com cerca de 13% no Produto Interno Bruto, será dos primeiros a ressentir-se, porquanto a circulação Norte-Sul está condicionada ou interrompida;
A redução da actividade dos transportes tem impacto directo na contribuição do sector no PIB, bem como indirecto dado servir de elo de ligação de diferentes sectores e aproximando os pontos de produção aos do consumo;
A imagem do País no estrangeiro vai deteriorar-se, impactando negativamente nas diferentes parcerias que o empresariado nacional vem estabelecendo a nível internacional, reconhecido o défice interno de recursos para o financiamento aos investimentos e a necessidade de transferência de conhecimento que ocorre através dessas parcerias ou joint venture;

Por tudo isto e reconhecendo que é possível que todas as partes envolvidas nesta situação, nomeadamente, o Governo, os Partidos Políticos e Sociedade Civil, cheguem a algum acordo de compromisso, a CTA em nome de Sector Privado operando em Moçambique, pede a resolução imediata do diferendo que está paulatinamente conduzindo o país a um espectro de guerra a que os Moçambicanos não querem voltar a viver.


Aos empresários, a CTA endereça uma palavra de conforto, assegurando que fará tudo ao seu alcance por forma a demonstrar as partes beligerantes a importância do fim da tensão. Adicionalmente, a CTA aconselha a todos os empresários para seguir as orientações das autoridades, particularmente, no que respeita a circulação rodoviária em Moçambique.

Por um melhor ambiente de negócios!

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