terça-feira, novembro 05, 2013

Análise fria (4)

Para mim Guebuza merece o título de “Construtor de Moçambique”. Se considerarmos o desenvolvimento como consequência de crescimento e as infra-estruturas como suporte desse desenvolvimento, diríamos que Guebuza teve uma visão de longo prazo e preparou os alicerces para o desenvolvimento efectivo do país. A SADC define hoje as infra-estruturas como cruciais para o desenvolvimento da região, coisa que o Presidente já tinha definido em 2004, ou seja, há quase dez anos. É verdade que durante os primeiros anos do seu primeiro mandato limitou-se a inaugurar as grandes infra-estruturas deixadas pelo seu antecessor, como são os casos das pontes sobre o Rios Limpopo (Guijá), Rovuma, a própria ponte Armando Guebuza e a reversão da HCB para Moçambique (a que ele apelidou de segunda independência, dado o seu significado histórico), entre outros.
Mas cedo Guebuza iniciou uma grande epopeia na edificação de infra-estruturas económicas e sociais de grande impacto, tais como a segunda ponte sobre o Rio Zambeze em Tete, o Aeroporto de Nacala, a ampliação e modernização do Aeroporto Internacional de Mavalane, o Estádio Nacional do Zimpeto, a circular de Maputo e a contestada ponte Maputo-Ka Tembe, a estrada Guijá-Chicualacuala, o Hospital
Provincial de Maputo, o Hospital Central de Quelimane, a linha férrea Tete-Nacala, entre várias outras. Incluem-se também os sistemas de abastecimento de água e de drenagem nas cidades de Maputo, Beira, Nacala, Nampula e Quelimane, as escolas e unidades sanitárias de nível primário que cresceram exponencialmente, aumentando as coberturas aos moçambicanos.
Grande parte dos distritos do país estão ligados à rede nacional de energia eléctrica (embora com a qualidade que deixa muito a desejar) e há que destacar o papel do FUNAE (Fundo Nacional de Energia) na electrificação rural. Pela primeira vez na história, regiões como Changanine e Murrure passaram a ter energia eléctrica a partir de painéis solares.
Não há dúvidas que neste aspecto o Presidente deixou um legado histórico. Claro que ainda há muito por fazer e, por vezes, os executores não cumpriram todas as normas impostas pelos financiadores, como são os casos dos projectos financiados pelo Millennium Challenge Corporation. Surgiu também a questão da qualidade das obras, onde desponta a Vila Olímpica, mas as culpas não podem recair sobre a figura do Presidente, que não é ele quem fiscaliza a execução das obras.

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