quinta-feira, julho 14, 2011

O governo do Presidente Armando Guebuza tem brilhado com cada vez maior intensidade pelas sucessivas incoerências tanto nas declarações públicas de vários dos seus integrantes quanto da sua prática quotidiana. De manhã, pode dizer uma coisa, no mesmo dia, ao fim da tarde, salta da cadeira com desmentidos sem cabimento e, totalmente, desconexos, parecendo ser outras pessoas diferentes e de outras latitudes. São diversos os exemplos que corporizam o funcionamento pouco digno de um governo sério e realmente comprometido com o seu povo. Não se pode confiar em pessoas incoerentes e muito menos, ainda, num governo que sempre se contradiz.Vimos, há anos, o governo a falar, de maneira insistente, como se se tratasse de uma nova Arca de Noé, sobre a revolução verde, porém, sem definição clara dos seus pressupostos. Passado algum tempo, a tal febre passou e tudo voltou ao normal sem nunca ter livrado nenhum camponês da enxada de cabo de curto. Chegou a vez da milagrosa jatropha. Ministros que se acreditava que tivessem algum peso de conhecimento teórico e prático, andavam, nas famosas presidências abertas e inclusivas, com amostras de uma jatropha à cabeça, para o povo ver a bóia da sua salvação. Camponêses e empresas abraçaram o projecto, em detrimento de produzirem alimentos, e hoje estão com as sementes de jatropha a apodrecer, por falta de compradores. Aqui está o resultado de se andarem a preocupar com agendas estranhas.Tivemos a vez do registo de cartões de telemóvel “SIM” com prazo e avisos de fazer tremer quem os ouvisse. Tudo acontecia sem olharem para as condições e custos. Passou o prazo e os avisos morreram. Agora é por tempo indeterminado.A cesta básica anunciada pelos quatro cantos do País, foi abortada pelo seu mentor, o governo, apoiado pela sua bancada parlamentar. Ao invés de incentivar o produtor, o governo decidiu socorrer o consumidor, ignorando vozes autorizadas que indicavam no sentido inverso. Hoje diz que “a cesta básica nunca foi um dado adquirido” e “as condições internas e externas melhoraram”. Que tamanha incongroência!A cartada da inspecção de viaturas caiu mal. Tanto dinheiro a gastar para as viaturas voltarem a circular em estradas com buracos e sem manutenção periódica. Bastou a voz estridente dos chapistas para o governo encolher-se mais uma vez na sua incoerência. Aparece agora o governo a dizer que não pretende incomodar ninguém e cada automobilista há-de levar a sua viatura à inspecção quando tiver tempo.O ministro da Indústria e Comercio disse que vai retirar 50 meticais dos 200 do subsídio, em cada saco de trigo, porque a situação melhorou, mas, a mesma quantidade que antes custava 1050 está agora 1200 meticais.Se as condições que influenciam a alta de preços, em Moçambique, melhoraram não estão claras as razões que forçaram o governo a subir duas vezes os preços combustíveis em menos de dois meses, 10 e 8%, respectivamente. Isto baralha a todos, até os membros do governo. Com 35 anos de experiência de governação !! (E.H.)

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