sexta-feira, maio 16, 2014

“Queremos fazer da juventude um poder"

O Parlamento Juvenil promoveu um encontro entre os jovens e a embaixadora da Suécia, Ulla Andrén, em que a diplomata transmitiu a experiência de governação e de transparência no seu país. Os participantes no encontro, a maioria dos quais são jovens, acusaram os governantes moçambicanos de serem resistentes à transparência. Magalhães Mendes quis saber da embaixadora até que ponto a governação democrática vai reduzir a corrupção e falta de transparência.  “Os governantes moçambicanos são resistentes à transparência. Como é que se pode quebrar esta resistência, incluindo a corrupção?”, perguntou. Castigo Dias quis saber: se a Suécia trabalha com 53 organizações da sociedade civil em Moçambique, que avaliação faz destas organizações.  Elisa Vasco falou das exigências que a Suécia tem encontrado nas áreas de educação e de emprego para jovens e na saúde. Quis saber: se a embaixadora, como jovem, visitou Moçambique em 1980, que percepção tem da Organização da Juventude Moçambicana de hoje?

A embaixadora da Suécia, Ulla Andrén, disse que, quanto à resistência dos governantes à transparência, a sociedade deve ser activa e questionar o que está acontecer. “Há uma certa resistência e secretismo por parte de alguns funcionários públicos. Penso que, pouco a pouco, esta situação está a melhorar”, afirmou, acrescentando que no seu país há uma legislação de acesso à informação e direito de resposta. “No sector público há corrupção, que é um obstáculo para o desenvolvimento. Há uns dados assustadores. 63% dos moçambicanos entrevistados disseram que tinham pago suborno à polícia. O Governo deve dar passos concretos na erradicação da pobreza”, disse. A embaixadora da Suécia considera que o desempenho das 53 organizações da sociedade civil é positivo. O problema é que o país é grande e há muita coisa por fazer nas províncias. Quanto à OJM, Ulla Andrén disse que o papel da OJM de 1980 é diferente do papel da OJM de hoje, assim como o sistema político. “Tenho a impressão de que a OJM está mais inclinada para apoiar o partido no poder, o que é muito perigoso. No país há jovens que não pertencem a este partido. No meus país, os partidos têm os seus jovens; e a juventude nacional aglutina todos os jovens, independentemente da sua filiação partidária”, explicou. O presidente do Parlamento Juvenil, Salomão Muchanga, anunciou que, entre Junho e Agosto, serão realizadas sessenta palestras nos distritos. “Queremos fazer da juventude um poder. Este exercício visa estimular. Temos que ter um jovem que monitora, participa e questiona”, disse. (C. Saúte)

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