O suficiente para um jornalista começar a franzir a
testa, tanto mais que o seu autor conhece as engrenagens do sistema político
aqui estabelecido. E nem se deve tentar fazer comparações com o caso do Edil da
Beira, Daviz Simango, quando se candidatou àquela autarquia porque estariamos a
comparar grandezas diferentes. Dito de uma forma deselegante, pode-se afirmar que se está em presença de um
embuste jornalístico mas a satisfazer expedientes de dentro do partido Frelimo,
visando abater a ex-funcionária do Banco Mundial, sabido que Luísa Diogo não
teria condições, ou seja não teria estrutura política que a endossase para
enfrentar Filipe Nhusy, mesmo que viesse a receber apoio quer de Joaquim
Chissano e de qualquer outro colosso da Frelimo. Parece cedo demais para
assistirmos a oxidação do partido Frelimo como aconteceu com o Partido
Comunista da União Soviética (PCUS). A Frelimo parece mesmo um partido
inoxidável. Luísa Diogo deve ser extremamente ponderada para não aventurar e seguir o
caminho por que passou Francisco Masquil, antigo governador da província de
Sofala, depois que entregou o seu “cartão vermelho” ao partido, ela (Luísa) que
não é nehuma entusiasta em matéria política. E desafiar o “actual status quo” feito à medida do alfaiate, em Pemba, quando
do 10º Congresso da Frelimo seria um suicídio político que Luísa não quererá
experimentar. Candidatar-se, hoje, como independente é o mesmo que entregar o
cartão como fez Francisco Maquil. A não ser que a Luísa pretenda andar na rua a
falar sozinha!
Para dar um cunho jornalístico ouviu-se uns iluminados académicos, mas
omitindo-se de fazer o que se recomenda em material jornalística. A Sra Luísa
Diogo e toda a prosa não dizem ao leitor que algum esforço foi empreendido para
ouvir a “candidata independente”.
Ao tentar tentar sustentar um rumor na base daqueles académicos, que se sabia,
à partida, pensariam da mesma forma foi seguir o que faz a TV pública que
sempre nos dá a ouvir a mesma opinião mas saída de quarto bocas diferentes, e
mesmo assim chamam àquilo “debate”. E o que se fez com as pessoas que tiram 30 meticais para comprar o SAVANA, como
eu, foi uma burla no sentido em que se foi buscar “académicos” (que até são
bons) que se sabia, à priori que iam analisar o assunto sem se abstrair do
passado recente da Luísa Diogo.
E por que é necessário abater a dona Lulu, como é chamada em alguns círculos,
tendo sido já aniquilada em sede das internas do Comité Central da Frelimo.
Provavelmente (permita-me, Madaukane, voltar a especular também) em função dos
resultados das internas é preciso ter em conta o seguinte aspecto. É que na
constituição do governo, caso Nhusy vença as eleições de Outubro, o que é muito
provável, não se deve, hipoteticamente, deixar a Luísa na periferia do “taxo
governativo” ou em outros cargos importantes. É que Luísa Diogo, no jogo do
equilíbrio do género de que Moçambique se “gaba” de ser campeão na África
Subsahariana, ela pode ser equacionada para Primeira-Ministra mais uma vez ou
mesmo para substitur Verónica Macamo, na Assembleia da República, caso a
Frelimo vença as eleições de 15 de Outubro. Isto vai garantir-lhe manter
visibilidade por um periodo de dez anos até daqui a dez anos e é isso que corrói
alguns corações. Provavelmente. E conhecendo-se o arcaboiço intelectual, académico de que é detentora e mesmo
comparando com algumas mulheres que até fazem parte da Comissão Política, é
preciso começar a trabalhar porque em 2024 Luísa Diogo terá 66 anos e ainda com
energia para o que der e vier.
A presidente da Libéria, Ellen Johnson-Sirleaf, chegou ao poder em 2005 com 67
anos, contando hoje com 76 anos e o percurso dela tem alguns pontos em comum
com a hoje PCA do BARCLAYS. E não nos esqueçamos que Luísa Diogo foi Primeira-Ministra nos primeiros cinco
anos de Armando Guebuza para, mais tarde, não fazer o segundo mandato, e em sua
substituição vir Aires Aly, não tendo feito este último se quer três anos. E
não pode ter sido problema de incompetência que fez com que Luísa Diogo caisse
da cadeira de Primeira-Ministra. E indo na teoria de alas que se supõe existir dentro da Frelimo, não se deve
colocar de lado a hipótese de uma cabala estar a ser engendrada pela mão da ala
feminista dos que no último Comité Central sairam vencedores que a vêem como
sendo uma ameaça para a sua estabilidade política e económica futura e o tempo
começa a escassear. E tal não me parece coisa de Homens, deve ser mesmo coisa
de mulheres. Sou forçado a pensar na senhora que o um jornalista diz ser “a
mulher poderosa” da Frelimo. E eu prefiro tratá-la com uma outra designação:
ponderosa. A Margarida??? Isto só pode ser problema dos dentro e os de fora,
fora de quê? Luísa Diogo foi para fora do jogo quando desafiou Nhusy em segunda
volta. A dona Lulu foi vítima do seu “atrevimento”.(R.Bié)
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