Os agentes das
forças de defesa e segurança em missão operativa na região centro País estão
cada vez mais agastados com a forma como são tratados pelo Governo e com o
número de baixas que lhe são infligidas por homens da Renamo. Há colegas seus
que morreram e os seus corpos nem sequer foram entregues às famílias. Estão com
a moral baixa e proibidos de reclamar. A unidade das Forças de Intervenção
Rápida (FIR) queixa-se de não estarem a receber os subsídios operativos e de
deslocação, a que dizem ter direito, quando são levados por um período de três
meses para as zonas de conflito armado, onde estão sujeitos a confrontações com
os supostos homens da Renamo.
Para além de subsídios, os membros da FIR, reclamam das alegadas péssimas
condições logísticas a que dizem estarem sujeitos, sobretudo quando são
destacados para o Batalhão misto que opera no troço Save-Muxúngue sob as ordens
do “comandante Sameiro”.
"A
situação logística em Muxúngue onde temos um batalhão misto FIR/Guarda
Fronteira é deplorável, porque estamos sujeitos a depender das outras forças
quer em transporte, como em alimentação" queixam-se os agentes explicando
que "a força que está bem em termos de logística, é a dos dois batalhões
mistos Guarda Fronteira/FIR comandada pelo comandante Amade e estacionada em
Gorongosa".

Por outro lado, dizem que ao serem levados para o campo militar estão a ser desviado
da sua missão principal."Como é sabido por todo o mundo, a situação
político-militar que se vive no País desde Março do ano passado, o Governo
recorre a algumas forças para fazer face à essa situação, onde entre outras
forças, a FIR está inclusa, o que na nossa óptica estamos a ser desviados"
lê-se numa carta que nos entregaram, que acrescenta que "nesta missão (de
combate) e deslocação por muito tempo longe das nossas famílias, estamos a ver
os nossos direitos (ajudas de custos) serem usurpados ao contrário do que
acontece com outras forças".O que preocupa os agentes segundo afirmam, é
que nas referidas missões existem camada (altos oficiais) que antes de partirem
recebem valores monetários, mas a eles nada é dado.Os agentes da FIR, dizem que
"não sabemos nos expressarmos bem nem escrever correctamente, porque
muitos de nós interrompemos os estudos.
Contactado
pelo Canalmoz na tarde de terça-feira (25), o comandante da FIR, o general
Avelino Binda, começou por dizer que "esses agentes são indisciplinados,
porque não há que exigir férias e subsídios quando o País está em guerra".
"Quando os bandidos atacam, a missão da força especial é combater e não
andar a fazer exigências" disse o general Binda, deixando claro que
"não há nada de subsídio, porque o Estado dá comida às forças que estão
destacadas no terreno". "Eu também combati em várias frentes e fases
até nesta ultima guerra de desestabilização e nunca fiquei de férias nem exigi"
disse o comandante da FIR. Sobre os subsídios de deslocação ou ajudas de
custas, Avelino Binda explicou que "não existe nenhum subsídio porque eles
têm comida".

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