segunda-feira, março 17, 2014

Cessar-fogo exige número de armas e de efectivo

A Renamo entregou na passada sexta-feira( 14 ) ao Governo, na sede das negociações, a proposta dos termos de referência para o cessar-fogo, respondendo, deste modo, ao pedido que lhe havia sido formulado pelo executivo. O deputado Saimone Macuiana, chefe e porta-voz da delegação da Renamo às negociações com o Governo, disse em declarações à Imprensa que a proposta do seu partido inclui a formação de um exército republicano, Polícia apartidária e serviços de Segurança do Estado ao serviço do Povo e não de um partido. De acordo com Saimone Macuiana, a Renamo pretende que se forme uma força armada que não tenha afinidade com um certo partido ou que os seus oficiais não sejam promovidos à base da afinidade partidária, bem como que não venham a golpear o Governo que ganhar as eleições, só porque não tem simpatias com o partido desse Governo. Por outro lado, a Renamo propõe, naquilo que pretende, que sejam os termos de referência: a inclusão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), a União Europeia (UE), África do Sul, Botswana, Zimbabwe, Itália e Estados Unidos da América (EUA) como as entidades internacionais que devem fiscalizar o processo de cessar-fogo, de modo a garantir o acompanhamento do acantonamento dos soldados, a não violação do mesmo pelas partes e a livre circulação das pessoas. Contudo, ainda de acordo com o deputado Macuiana, o quadro para os observadores e fiscalizadores internacionais "continua aberto".
Por sua vez, o ministro dos Transportes e Comunicações, Gabriel Muthisse, que chefiou a delegação do Governo às negociações na última sexta-feira, confirmou também à Imprensa no final da 43ª. ronda, que o executivo recebeu a proposta da Renamo sobre os termos de referência para a fiscalização do cessar-fogo e disse que "o Governo vai analisar a proposta".
Ainda na sessão da sexta-feira, o Governo, segundo Gabriel Muthisse, exigiu que a Renamo apresentasse o número dos seus efectivos militares, sua localização, número e tipo de armas que possui, um pedido que Saimone Macuiana disse "não ter recebido formalmente por não estar em documento". Gabriel Muthisse justificou a exigência do Governo, como forma de poder ajudar a elaborar um orçamento logístico para todo o processo de cessar-fogo, incluindo desmobilização, formação e integração "dos homens armados residuais que a Renamo possui".Muthisse disse que outros aspectos que inquietam a Renamo, como por exemplo a equidade nas forças armadas e a reforma compulsiva dos seus oficiais superiores, poderão ser discutidos. As partes voltam a se reunir nesta segunda-feira (17) para iniciarem as discussões sobre a proposta da Renamo. (B. Álvaro)

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