quarta-feira, março 26, 2014

“Não deixar o país num ambiente de guerra”

O estadista moçambicano, Armando Guebuza, defende que Filipe Nyusi, candidato da Frelimo, partido no poder em Moçambique, deve ter a liberdade de pensar e agir no caso de vencer o pleito de 15 de Outubro próximo. “Ele é candidato e ganhando as eleições será ele a conduzir os destinos da nação. Por isso, ele deve ter a liberdade de pensar e de agir”, sublinhou Guebuza, falando terça-feira, na cidade de Pemba, em conferência de imprensa que marcou o fim da Presidência Aberta e Inclusiva de cinco dias a província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.Questionado sobre os conselhos que tem estado a dar a Filipe Nyusi para que rapidamente se familiarize com a condução dos destinos da nação, como resposta aos pedidos da população nesse sentido, Guebuza afirmou que “ele sabe onde e quando vai buscar conselhos”.O Presidente também mostrou-se receptivo a qualquer pedido de ajuda de Filipe Nyusi, sublinhando que “se precisar algo de mim, ele também sabe que estarei disponível a ajudá-lo”.Guebuza deixou claro que mais do que isso, tudo caberá ao próprio candidato (futuro Presidente em caso de sua vitória): “Ele é que sabe o que tem de fazer”, referiu o estadista moçambicano, que vai abandonar o poder após as eleições gerais de Outubro próximo.Nos vários comícios que orientou nesta Presidência Aberta e Inclusiva nas províncias do Niassa e de Cabo Delgado, a população pediu a Guebuza para assegurar que Nyusi receba os conselhos necessários para que, em caso de vencer as eleições, possa tranquilamente governar o país. 
O mesmo sucedeu no planalto de Mueda, em Cabo Delgado, terra natal de Nyusi, durante um dos comícios populares mais concorridos na história das Presidências Abertas. “Pedimos para que assegure que Filipe Nyusi tenha os ensinamentos necessários, para que no caso de ganhar as eleições possa exercer o poder sem grandes sobressaltos, a semelhança dos seus antecessores”, disse Muhibo Chapemba, residente local.Outros pediram ainda ao Presidente Guebuza para desanuviar a tensão militar antes das eleições de Outubro, para que Nyusi, na eventualidade de ascender ao poder, tenha espaço para dar o seu máximo no desenvolvimento do país.Jafar Hassane, outro residente, apelou ao Presidente para “não deixar o país num ambiente de guerra”. “Nós queremos que o seu sucessor se preocupe apenas com questões de desenvolvimento e não com agendas de guerra”, referiu Hassane.Refira-se que Moçambique já teve três presidentes desde que adquiriu a sua independência em 1974. Trata-se de Samora Machel (1975-1986), Joaquim Chissano (1986-2004) e Armando Guebuza (2005 a esta parte). 

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