sexta-feira, março 14, 2014

A a vitória se prepara a fraude se prepara

Todo o cuidado é pouco tendo em conta a história pouco edificante que tem sido apanágio do STAE.Há todo um edifício infestado de vírus que não deixa que a popular expressa pelo voto seja conhecida e validada.Joga-se com vantagens obscuras e encobertas. Não se pense que as cedências anunciadas quanto ao pacote eleitoral sejam feitas de boa vontade e com o intuito de imprimir uma nova dinâmica e credibilidade aos processos eleitorais no país. Alguma coisa está subjacente e seguramente instalada de modo a dar vantagem ao partido governamental.O recrutamento de agentes eleitorais afectos ao partido no poder, o uso de camuflagem legalista no recrutamento e controlo do sistema visam cobrir jogadas nada limpas.Importa que os actores políticos se comportem com responsabilidade e sejam capazes de fechar o caminho aos que diariamente pensam em novas formas de implementar esquemas fraudulentos.É de extrema importância que não se caia na ilusão de que desta vez o STAE se vai comportar dentro daquilo que está definido como balizas legais.Há que trazer elementos fortes de responsabilização e fiscalização de tal sorte que não haja lugar para que prevaricadores e agentes provocadores procedam com impunidade.“ O sentimento de costas quentes” deve ser objecto de tratamento adequado, trazendo para a barra dos tribunais de maneira célere todos aqueles que procurarem distorcer o voto dos cidadãos.A credibilidade de toda a máquina eleitoral está profundamente relacionada com, a forma de actuação da mesma. 
Aquelas empresas escolhidas muitas vezes sem concurso público ou obedecendo a instruções prévias dos centros do poder, para presidirem ao procurement eleitoral devem ser escrutinadas e fiscalizadas. Erros chamados convenientes de pequenas falhas não podem nem devem ser toleradas pois afecta a credibilidade de todo um processo.
Não se pode aceitar a repetição constante de determinadas situações graves.
As máquinas e todo o equipamento bem como insumos adstritos ao processo devem ser conhecidos pelos partidos concorrentes. Dinheiros públicos alocados ao processo eleitoral devem ser sujeitos a fiscalização. As empresas fornecedoras devem ser conhecidas por todos. Os pagamentos efectuados não precisam de ser escondidos.O STAE não ser a “galinha dos ovos de ouro” de um grupo de pessoas e empresas com ligações partidárias.Abertura institucional faz parte do que deve ser feito com urgência de modo a que se eliminem as desconfianças que persistem.Já deveria ter sido feito um diagnóstico e uma auditoria independente ao STAE e ao seu desempenho logo que terminou o processo de eleições autárquicas de 2013.É de interesse público e dos partidos políticos que se conheça detalhadamente toda a ginástica orgânica do STAE, sua contabilidade e procedimentos.Repetimos que sem uma limpeza metódica e sanitária do STAE continuaremos a ter problemas com os resultados eleitorais anunciados pela CNE.A abertura de participação dos partidos políticos no processo eleitoral através de sua presença no SATE/CNE deve significar oportunidade de trabalho rigoroso em defesa da democracia política em Moçambique.
Do mesmo que a vitória se prepara a fraude se prepara.
Não se pode conceder facilidades a gente que se sabe ser pouco honesta.
A troca de favores materiais e a frequente promoção de quem se comporta a contento para postos mais rendosos ou lucrativos tem amiúde servido de isca de eleição para garantir que agentes eleitorais violem as leis eleitorais.O tempo de preparação da campanha dos partidos não se estica e as datas aproximam velozmente.
Fechar buracos e vazios legais, estabelecer uma base de fiscalização e de estudo dos processos técnicos inerentes ao processo eleitoral vai permitir que os concorrentes sejam eleitos em função daquilo que for o voto depositado neles.Precisa ser conhecido previamente quem votará e aonde.O “fenómeno Changara” de urnas gordas e abarrotando, com 100% de votos para um só candidato, cadernos eleitorais onde não morreu ninguém só pode ser evitado se houver conhecimento prévio dos números. Trabalhar para a democracia política deste país é trabalho quotidiano em que se exige comprometimento e responsabilidade.Os mercenários políticos e os prostitutos políticos não vão desarmar de ânimo leve… (Noé Nhantumbo)

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