quarta-feira, maio 11, 2011

Director revista bolsa de trabalhadora

O director do hospital provincial de Chimoio, Fernando Mussalafo, está a ser acusado por uma funcionária pública de a ter fisicamente agredido em pleno período de trabalho, no seu sector, na farmácia do hospital onde Mussalafo é director.Segundo a funcionária agredida, tudo aconteceu quando aquele director enviou para a farmácia, sem receita médica, um dos seus amigos, para ir buscar, e não comprar, medicamentos farmacêuticos (Coartem), um antimalárico.A funcionária vendo que não podia entregar os medicamentos, enviou de volta o cidadão ao gabinete do director. Este não gostou da atitude da farmacêutica e decidiu ir pessoalmente à farmácia buscar os medicamentos. Quando lá chegou, o director terá revistado a bolsa pessoal da farmacêutica, tendo-a agredido fisicamente dentro da farmácia, como nos contou Maria Imaculada.“Tudo começou quando apareceu um cidadão sem receita a pedir Coartem, dizendo que havia sido mandado pelo director do hospital, Não trazia a devida receita médica. Ordenou que lhe entregasse senão podia sofrer sanções. Nisso, eu quis ver que tipo de medida iria ser tomada por não entregar medicamentos sem receita médicas”, disse-nos a fonte.“Fiquei surpreendida de ver o próprio director a entrar no sector a exigir-me os medicamentos. Por fim quis revistar a minha bolsa pessoal, alegando que tinha medicamentos roubados”, acrescentou a farmacêutica. Contactado o director do Hospital Provincial de Chimoio, Fernando Mussalafo, este confirmou a ocorrência, mas alega que foi um mal entendido por parte da funcionária. Recusou-se a admitir que a possa ter agredido. “Sim, revistei a bolsa dela devido a recorrentes desaparecimentos de medicamentos naquele sector. Ela era uma das suspeitas e naquele dia eu quis ver de perto ”, disse Mussalafo.Questionado se era ético o director do hospital revistar uma funcionária ao invés de ser um segurança ou outro funcionário igual este respondeu que “não se tratava de revistar, mas, sim, de confirmar a existência de medicamentos na sua bolsa”.O que se anda a dizer agora “é uma maneira desta funcionária querer difamar-me”, concluiu. A Polícia da República de Moçambique, na pessoa do seu porta-voz provincial, Belmiro Mutandiua, confirmou o caso avançando que foi registada a entrada de queixa da funcionária, “mas não se sabe se é o respectivo director ou um outro funcionário. Se tal for confirmado, a lei será aplicada com isenção e sem olhar para a categoria ou cargo de chefia”, garantiu o agente da Polícia.O caso já foi encaminhado à direcção provincial de Saúde de Manica.Está em curso uma queixa-crime contra o director do hospital. Aguarda-se pela conclusão. A tramitação processual prossegue. (José Jeco)

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