domingo, fevereiro 03, 2013

A propósito da guerra no Mali...


O esplendor dos Estados do Mali, do Songhai, do Kanem-Bornu, e dos  reinos mossi e dagomba, na curva do Níger, são temas dos capítulos de 6 a 10,  de autoria de especialistas negro -africanos. O estudo das instituições no Mali e  nos reinos Mossi, por exemplo, revela a influência tradicional africana comum.  O Islã, religião oficial do Mali e de Gao, favorecerá a emergência de uma classe  de letrados; já desde os tempos de Gana, os Wangara (Soninke e Maninke –  “Malinke”), especializados no comércio, animam a vida econômica: organizam  caravanas, que partem para as florestas do Sul, onde trocam peixe defumado,  tecidos de algodão e objetos de cobre por nozes -de -cola, ouro, azeite de dendê  (óleo -de -palma), marfim e madeiras preciosas.8 África do século xii ao século xvi Os imperadores muçulmanos do Mali intensificarão suas relações com o Egito em detrimento do Magreb. No século XIV o império atinge o apogeu.  O século XII, entretanto, é pouco conhecido; felizmente, al -IdrĪsĪ nos informa  da existência dos reinos do Takrūr, do Do, ou Dodugu, do Mali e de Gao, retomando, em parte, os dados fornecidos por al -BakrĪ. As tradições do Manden,  do Wagadu e do Takrūr permitem -nos hoje entrever a luta obstinada que opôs  as províncias nascidas da desagregação do Império de Gana.Sabe -se hoje, pelo estudo das tradições orais, que entre a queda de Gana  e a emergência do Mali houve o intermédio da dominação dos Sosoe (fração soninke -manden rebelde ao Islã), os quais, por algum tempo, unificaram  as províncias que os  kaya maghan  controlavam; com o século XIII começa a  ascensão do reino de Melli, ou Mali. O grande conquistador Sundiata Keita  derrota Sumaoro Kante (rei dos Sosoe) na famosa batalha de Kirina, em 1235,  e funda o novo Império Manden. Fiel à tradição de seus ancestrais, islamizados  desde 1050, Sundiata reata relações com os comerciantes e os letrados negros  e árabes ao restabelecer o império. De 1230 a 1255, coloca em funcionamento  instituições que marcarão por séculos os sucessivos reinos do Sudão ocidental.  A peregrinação e o grande tráfico transaariano reanimam as rotas do Saara. Comerciantes e peregrinos negros encontram-se pelas encruzilhadas do  Cairo; estabelecem -se embaixadas negras nas cidades do Magreb; intensificam -se as relações culturais e econômicas com o mundo muçulmano, sobretudo no  século XIV, sob o reinado do faustuoso mansa Mūsā I e sob o do mansa Solimão; no Sudão central, Kanem e Bornu têm relações ainda mais frequentes com o  Egito e a Líbia. As fontes árabes, os escritos locais e a tradição oral mais uma  vez nos trazem importantes esclarecimentos sobre o século XIV no Sudão. LEIA AQUI.

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