sexta-feira, fevereiro 15, 2013

"Ferro e carvão" fervilham


O caminho para levar o carvão de Tete aos mercados internacionais está fechado desde terça-feira finda, depois de, semana passada, ter sido condicionado devido ao descarrilamento de um comboio. A queda da locomotiva forçou a Vale e a Rio Tinto a interromperem a circulação.Não era para menos, tratava-se da terceira vez que um comboio saía da linha-férrea. Os primeiros descarrilamentos ocorreram nos dias 20 e 29 de Janeiro passado, e o mais recente foi na semana finda.Os prejuízos com acidentes e calamidades naturais já afectam a contabilidade e os compromissos das empresas, com contratos de compra e venda nos mercados indiano e chinês, apenas para citar alguns.A Vale e a Rio Tinto movimentam importantes volumes de mercadoria. Até Dezembro do ano passado, a mineradora brasileira fez passar pela linha de Sena mil comboios com mais de dois milhões de toneladas, enquanto a Rio Tinto escoou na sua primeira operação 35 mil toneladas.Só para se ter uma ideia, no terceiro trimestre de 2010, o preço médio de venda do carvão metalúrgico rondou os 200 dólares norte-americanos a tonelada métrica, sendo que o carvão térmico foi mais barato, com um custo de cerca de 100 dólares americanos.A Vale e a Rio Tinto, gigantes mundiais na exploração do carvão, estão com a calculadora na mão, a somar prejuízos. Neste momento, os maquinistas da Vale estão estacionados nas estações ferroviárias de Kambulatsitse, Necungas, Chazia, Doa, Caia e Savane, sem nada para fazer.Uma fonte da empresa adiantou que o défice de infra-estruturas e a ineficiência da linha de Sena são  que “serão tratadas ao mais alto nível em breve”. Disse ainda que funcionários de peso da sede da mineradora no Brasil estão em Moçambique há uma semana e deverão confrontar o Presidente da República durante a sua visita à província de Tete. Eles também foram enviados para monitorar o processo, no sentido de encontrar uma fórmula para abrir um caminho ao carvão.  ”Estão cá quadros brasileiros que vão manter encontros com o Chefe do Estado, para manifestarem o seu desagrado sobre como as coisas estão a ser conduzidas. Se se recordam, no ano passado, tivemos que rever em baixa as nossas previsões de escoamento do carvão de Moatize, e isto cria-nos grandes prejuízos financeiros”, disse a fonte.O descarrilamento da semana passada destruiu cerca de 10Km da linha-férrea.  Técnicos dos CFM foram despachados ao campo para repor a via. O administrador Operacional, Adelino Mesquita, também seguiu viagem a Tete, para serenar os ânimos das mineradoras e acompanhar os trabalhos de reabilitação de perto.

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