quarta-feira, fevereiro 06, 2013

Puchaaaa...até são da mesma família política!


O Ministério da Defesa diz que os talhões em volta da base aérea pertencem-lhe e recuperou-os à força. O Gabinete de Zonas de Desenvolvimento Acelerado (GAZEDA), em representação do Ministério da Planificação e Desenvolvimento, não concorda e afirma que o governo aprovou um dispositivo legal que estabelece a desactivação da base aérea de Nacala. O director-geral do GAZEDA, Danilo Nalá, explicou ontem que o governo, em sede de Conselho de Ministros, decidiu transferir as forças especiais e transformar a base militar em aeroporto civil. Esta resolução abre caminho para construção do futuro Aeroporto Internacional de Nacala. O responsável defendeu ainda a necessidade de reavaliação do conceito de servidão militar para o aproveitamento económico e social de zonas com forte potencial de crescimento. Entende o director do GAZEDA que é este o princípio que permitiu que várias infra-estruturas fossem construídas próximas do quartel-general, na cidade de Maputo, do Aeroporto Internacional da Beira e do de Nampula.    “Não somos os únicos a fazer isso. Em quase todo o mundo, incluindo Joanesburgo, há infra-estruturas em redor do aeroporto. Não podemos deixar zonas como Nacala sem aproveitamento. Aliás, o próprio Aeroporto Internacional de Nacala só é viável com os negócios em redor”.   A Zona Económica Especial de Nacala foi criada por resolução em Julho de 2007 pelo Conselho de Ministros, integrando os distritos de Nacala-Porto e Nacala-a-Velha. A reivindicação do Ministério da Defesa é levantada seis anos depois da decisão do governo, como se este Ministério não fizesse parte do Conselho de Ministros. Ou melhor, onde estava o Ministério da Defesa e as Forças Armadas de Defesa de Moçambique quando a implantação da Zona Económica Especial de Nacala se iniciou? 
Trata-se de uma posição que já afecta os proprietários dos projectos, que foram interditos de qualquer movimento no local.  Agentes económicos afectados dizem que as FADM travaram as obras e os projectos nos talhões próximos da base aérea de Nacala, colocando guardas armados em vários pontos para impedir qualquer movimento de pessoas e bens.
A situação chocou os proprietários dos projectos, na medida em que estes têm documentos de autorização para exploração, concedidos pelo Conselho Municipal de Nacala-Porto e pelo Gabinete das Zonas de Desenvolvimento Acelerado - GAZEDA.  Há  documentos chancelados pelas hierarquias das duas instituições, nomeadamente, Issufo Chale, edil de Nacala-Porto, e Danilo Nalá, director-geral do GAZEDA. O proprietário de um projecto de construção de um hotel diz que a decisão da paralisação prejudicou a calendarização do pagamento das dívidas e entrada em funcionamento da estância. O hotel deveria ser inaugurado este mês, mas a mão das Forças Armadas impediu. A paralisação levou à destruição e vandalização das obras. As chuvas destruíram um tanque de armazenamento de água, drenos e houve roubo de bens. O proprietário fala já em prejuízos e afirma que o projecto é financiado pela banca no valor de oito milhões de dólares. Mas há muitos outros projectos travados. Danilo Nalá apela ao diálogo e diz que em breve as partes encontrarão uma saída para desbloquear o desentendimento.(OPaís) (Na foto: Ministro do P.Desenvolvimento(de pé),Director do GAZEDA e Presidente C.Municipal de Nacala)

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