quarta-feira, fevereiro 20, 2013

Interdição do 25 de Junho

PORQUE NÃO JOGOS À PORTA FECHADA ?
Na penúltima jornada do Moçambola – 2012, o jogo que opôs o Ferroviário de Nampula ao Chibuto FC, disputado na capital do norte, no Estádio 25 de Junho, não chegou ao fim devido ao mau comportamento dos espectadores afectos à equipa da casa. Os simpatizantes dos locomotivas pediam a cabeça do árbitro do encontro, Arão Junior, pois consideraram que este estava a levar o Chibuto às “costas”.  Como é sabido, e os nampulenses estão mais do que avisados sobre as consequências deste comportamento, independentemente da má actuação do juiz da partida ou algo similar, este comportamento não leva a resolução de nenhuma situação, pois os regulamentos são claros sobre este tipo de acção.

NAMPULENSE JÁ ESTEVE SUSPENSO
Éverdade que o castigo aplicado foi justíssimo e, como afirmei anteriormente, os nampulenses já sabiam o que vinha a caminho pois a província já teve o se campeonato provincial da 1ª divisão, vulgo “Nampulense”, suspenso e o futebol da província corria o risco de ser paralisado por tempo indeterminado pelas estruturas desportivas governamentais, tantos foram os casos de maus comportamentos dos espectadores nos campos de futebol. Lembro que o vice-ministro da Juventude e Desportos, Dr. Cazé, esteve na cidade capital da província, com o seu staff, para perceber os porquês destas reacções das massas que afluem aos campos de futebol e duas conclusões saltaram a vista:
·         VENCER A QUALQUER CUSTO
·         DESCONHECIMENTO DAS REGRAS DE JOGO
Se o primeiro ponto pode ser considerado normal mesmo não justificando invasões aos campos e agressões aos árbitros, já o ponto seguinte deixa claro que temos muita gente metida no mesmo saco, leia-se futebol, e poucos conhecem as regras desse jogo, o que prova que há situações caricatas que deixam os experts em matéria de arbitragem de boca aberta.
Vou só deixar aqui um exemplo que prova este o desconhecimento das regras e já volto ao prato forte deste trabalho.   Para a grande maioria dos amantes do futebol de Nampula, sempre que o árbitro marca uma falta no interior da área de grande penalidade, a favorecer a equipa que ataca, só há uma saída para o juiz – MARCAR UMA GRANDE PENALIDADE. Se o juiz entende que há um pontapé livre indirecto e como tal não pode haver lugar a “penalty”, segue-se uma invasão se a equipa atacante é a que joga em casa. Podemos considerar que temos muitos amantes do futebol e mesmo praticantes que desconhecem as regras do jogo que dizem amar.

PUNIR OS PREVARICADORES
Voltando ao que me trás a este espaço, dai a razão desta pequena volta pelo comportamento quase “NORMAL” dos espectadores de futebol em Nampula, tenho para mim que a decisão do Conselho de Disciplina da LMF (CD) foi justíssima mas poderia ter usado outro peso no castigo para que fosse bem entendida a mensagem a transmitir e penso que esse estudo não foi devidamente feito. Mesmo a direcção do Clube Ferroviário de Nampula, não reagiu a tempo de minimizar os “estragos” desse mau comportamento dos seus sócios e simpatizantes, pois se tivesse recorrido, dentro dos prazos, hoje estariam certamente com um castigo menos pesado (para o clbe) pois estamos perante um acto que sucedeu pela uma primeira vez num jogo do “Moçambola” em Nampula.  Mas continuo a achar que o CD da LMF esteve bem ao aplicar os 4 jogos de interdição do 25 de Junho, mas como disse poderia ir por outro caminho e esse seria castiga os principais culpados deste acto vergonhoso pois estamos a falar de alta competição, o seja, castigar os sócios e simpatizantes presentes nas bancadas que tiveram um comportamento reprovável. Esta seria a primeira medida e depois viriam as multas para o clube por não ter tido o cuidado necessário no qe diz respeito à segurança vai dai ter solicitado o número insuficiente de agentes da PRM, embora a dita reunião técnica não tenha ajudado em nada neste particular, mas este pode ser um assunto para um outro comentário (REUNIÃO TÉCNICA ÀS 13 HORAS DO DIA DO JOGO E A SUA IMPORTÂNCIA).Assim sendo, como se poderia castigar os principais visados?
- Jogando o clube no seu estádio mas a porta fechada. Que castigo mais pesado pode ser aplicado aos que sendo culpados não poderão ver o clube que amam estando o mesmo a jogar do outro lado do muro? Penso que se ainda há espaço para a revisão deste castigo e tendo em consideração os aspectos aqui expostos, para além do facto de haver poucas alternativas em termos de campos, podemos penalizar os reais culpados desta situação.

PENA DE REALIZAÇÃO DE JOGOS À PORTA FECHADA
Esta pena prevê que o Clube sancionado tem a obrigatoriedade de realização os seus jogos à porta fechada que dispute na qualidade de visitado ou considerado como tal (um ou mais jogos).  Para efeito de cumprimento desta penalização não devem contar os jogos a realizar em campo neutro.  Nos  jogos a realizar à porta fechada apenas podem aceder ao estádio:
a)As pessoas autorizadas nos termos regulamentares a aceder e permanecer no recinto do jogo;
b)Dirigentes dos Clubes intervenientes;
c)Delegado da Liga, observador do árbitro e membros da Comissão de Assessoria e Apoio Técnico da Comissão de Arbitragem;
d)As entidades que nos termos do Regulamento de Competições têm direito a reserva de camarote;
e) Os representantes dos órgãos da comunicação social.
Deve ser  proibida a transmissão radiofónica e televisiva em directo ou em diferido dos jogos disputados à porta fechada.Portanto, fica este alerta a CD da LMF para que não aplique castigos sem antes estudar devidamente os casos pois neste, se ainda for possível, poder-se-á dar uma lambada de luva branca a quem merece e não a quem poucas culpas tem no cartório pois o clube perde o jogo, paga as multas e ainda tem de ir jogar num campo neutro, sendo esta a primeira vez que em Nampula um jogo não chega ao fim. Têm a palavra a LMF e os seus órgãos disciplinares.

ASSELAM KHAN
INSTRUTOR FIFA PARA ARBITRAGEM - FUTSAL

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