terça-feira, fevereiro 05, 2013

Os seus detractores internos foram incompetentes!


“Primeiro temos que ter clareza sobre o que é a comunidade científica ou academia.O que é hoje a academia? Eu acho que há um grande equívoco em relação àquilo que consideramos como academia. Um indivíduo pode ter um grau de Doutor, PhD, e não ser académico. E muitas das vezes confundimos o grau de escolaridade com a essência académica. São coisas diferentes. Ser académico implica uma certa postura, uma certa prática profissional: a esta ideia de que nós temos que fazer um esforço colectivo e temos um projecto nacional e a ética dos dirigentes públicos estava em linha com isto. O presidente Chissano quando assumiu o poder, ele encontra uma esfera pública sem cultura reivindicativa, mas a isso junta-se também a sua forma de ser. O seu histórico de diplomata: mais pelo diálogo e negociação. As pessoas também amadureceram politicamente. Vemos hoje que há redução de estar envolvido em investigação, em ensino, produção científica e também ter uma postura profissional deontológica. O que acontece no nosso contexto é que temos muitas pessoas com curso superior e outras até a dar aulas na universidade, mas dar aulas na universidade não faz de ninguém um académico. E são essas pessoas que estão a ser confundidas como parte de uma certa comunidade académica. Enquanto são pessoas que chegam nas faculdades dão aulas e vão-se embora. E são essas pessoas que depois aparecem na esfera pública a defenderem posições de pouca cientificidade com o rótulo de académico. Uma pessoa não pode aparecer a defender coisas sem fundamentos e ainda querer ser chamado de académico. É isso que faz com que haja ideia de que a academia está ao serviço do regime.” Leia aqui, a entrevista concedida por Jaime Macuane, Prof. e ex-Director do curso de Mestrado em Governação e Administração Pública da Universidade Eduardo Mondlane.

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