quinta-feira, outubro 17, 2013

Por uma consciência suficientemente adulta!

Mais uma sessão, desta feita a oitava da Assembleia da República decorre desde ontem(16) em Maputo. São sessões quando acontecem todos viramos os olhos e ouvidos para a chamada “Casa do Povo”, pois são de muito interesse para nós na perspectiva de que os nossos respeitados deputados debatem problemas que dizem respeito à nação moçambicana. Por conseguinte, pessoalmente terei orgulho, tal como pode acontecer com os outros concidadãos, do nosso parlamento pluripartidário se os grandes debates políticos, económicos, sociais e doutra índole que acontecem nele, forem feitos efectivamente, num ambiente de confiança e respeito entre os políticos das três bancadas. Todavia, se os debates forem feitos com qualidade e alto espírito construtivo e principalmente patriótico, mesmo que as posições dos deputados não tenham sido convergentes ou de consenso, até porque numa Assembleia da República como aquela, isto é, multipartidária nem sempre há consenso, por exemplo, na aprovação de uma lei. É que, há situações que acontecem em tempo de sessões na nossa AR que, por vezes, deixam os cidadãos atónitos e incrédulos, dando a transparecer uma certa “sufocação” democrática e desvio da função primordial dos ilustres representantes do povo àquela casa, com o fim de aparentemente se valorizar mais a militância política do que propriamente a defesa dos interesses de toda a nação.
A falta de serenidade por parte de alguns deputados tem levado à intolerância, neste caso política, o que igualmente leva à subida de tom a propósito disto ou daquilo, que em momentos “quentes” dos debates estes atingem por vezes rudeza na linguagem. O nosso desejo é de termos um parlamento que passe a ser, a partir de agora, verdadeiro centro de vida política nacional, não apenas a nível simbólico, onde há menos retórica, mas sim, melhor dialéctica e sobretudo mais eficácia.
Um parlamento onde todos os deputados tenham uma consciência suficientemente adulta para debater com maturidade os assuntos constantes nas agendas de cada sessão que se realiza tendo conhecimento de que, por exemplo, a reconfiguração da Renamo, o maior partido político da oposição em Moçambique, implica a capacidade e vontade de construir uma perspectiva alternativa de poder, sem que tenha assumido uma postura de ameaça ou incitamento à violência ou desobediência civil.
Que haja civismo e cultura democrática no nosso grande parlamento, pois, se temos a necessidade, até convicção em nos apresentarmos como arautos da verdade política ou democrática, então não nos comportemos com uma aparente inabilidade política. Esperamos que desta vez os nossos ilustres deputados, não enveredem por um caminho de maior crítica descabida que aumente as tensões políticas na “Casa do Povo”, pois o povo moçambicano é digno de respeito.

Independentemente das suas preferências partidárias, esperamos que os parlamentares mantenham atitudes positivas que façam com que todos sejam centrados numa visão democrática do país e se interessem mais no debate dos assuntos que têm a ver com a vida política, económica e social de Moçambique, e não àquilo que sempre mereceu indignação e repúdio dos eleitores. Que reine acima de tudo, a sensibilidade e o bom senso político, na perspectiva de melhor servirem o eleitorado moçambicano que, no dia 20 de Novembro, volta a votar nas eleições autárquicas nas suas cidades e vilas.( Mouzinho de Albuquerque)

0 comments: