quinta-feira, outubro 31, 2013

"Enquanto não disserem o que não está bem,tenho plena confiança no meu Comandante-geral da Polícia”,

O Presidente da República, Armando Guebuza, manifestou hoje a sua confiança nas Forças de Defesa e Segurança do país, apesar do elevado número de raptos que se registam em Moçambique, alguns dos quais envolvendo agentes da polícia. Nos últimos dois anos, Moçambique tem sido assolado por uma onda de raptos perpetrados por pessoas que exigem avultadas somas em dinheiro para resgate das vítimas. Só na semana passada, Maputo registou um total de seis casos de raptos. Contudo, o mais preocupante é que alguns desses casos envolvem agentes de segurança. Na Segunda-feira, o Tribunal Judicial da Cidade de Maputo condenou seis membros de uma quadrilha que se dedicava a raptos, três dos quais são agentes da Forcas de Defesa e Segurança, sendo dois da Polícia da República de Moçambique (PRM) e um outro da Casa Militar, uma unidade de elite que garante segurança ao Chefe do Estado. Diversas correntes têm apelado para uma maior acção do governo para prevenir e combater estes crimes e alguns exigem reformas ao nível da PRM. Contudo, falando hoje a jornalistas, Guebuza disse que não haverá nenhuma reforma, porque ele ainda confia nos actuais órgãos de segurança. “Eu tenho confiança na Casa Militar e no Comandante Geral da Polícia. Que me apresentem o que está errado para poder corrigir”, disse Guebuza, falando em Chimoio, na conferência de imprensa que marcou o fim da sua Presidência Aberta e Inclusiva a província de Manica, centro do país.
“Há uma opinião que as
coisas não estão bem, mas não dizem o que não está bem. Não dizem quem faz o quê e querem que eu haja. Não, eu tenho plena confiança na Casa Militar e também tenho confiança no meu Comandante-geral da Polícia”, acrescentou o estadista moçambicano.
Contudo, Guebuza considerou justa a preocupação da sociedade em relação a este tipo de crimes e ao funcionamento dos órgãos de administração da justiça no geral. O Presidente da República disse que os moçambicanos não estão habituados a este tipo de crime que considerou de transfronteiriço e “não aceitável”. “Eu sei que a nossa polícia está a fazer tudo que está ao seu alcance para resolver estes problemas e alguns dos raptores foram levados à barra do tribunal e estão mesmo em julgamento, mas isso não é suficiente e temos que fazer ainda muito mais”, admitiu Guebuza.  O estadista moçambicano afirmou que, em parte, por uma maior consciência por parte de todos os actores da sociedade sobre “o significado destes crimes…“Aparentemente, ainda não alcançamos essa consciência colectiva sobre a gravidade destas questões”, disse ele. “Em segundo lugar concordo que o Código Penal poderá ajudar a resolver o problema, mas, como eu digo, não é a condição, por isso nós – a bancada e o governo - estamos a insistir para que haja, pelo menos, um agravamento maior e isso seja posto ainda nesta sessão da Assembleia da Republica porque não pode esperar”, disse ele. Para Guebuza, a moldura penal actualmente usada para este tipo de crimes não penaliza de forma justa os criminosos. “Então vamos corrigir já. Façamos uma moldura penal que mais tarde vai ser integrada no Código Penal”, disse ele

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