Para mandar
parar as viaturas, o funcionário das Alfândegas, trajando o seu uniforme sem
reflector, “espetava-se” no meio da estrada e obrigava as viaturas a parar. Que
o diga o 1º secretário do Comité Distrital da Frelimo, em Vilankulo, que,
conduzindo a sua viatura, quase “limpava” aquele agente, pois só se apercebeu
da obrigação de parar num controlo inexistente a escassos metros, situação
agravada pela maneira arrogante com que o agente alfandegário actuava. Esta
triste cena aconteceu muitas vezes, da mesma maneira e no mesmo local. Pambara
tinha ou tem uma “cancela” invisível, pois os fiscalizadores exercem as suas
actividades às escondidas, dado que optam por escolher as viaturas a dedo, de
preferência com matrícula estrangeira ou com a nova matrícula
nacional.Terça-feira da semana passada, fiquei escandalizado quando encontrei
uma fila de viaturas em Nhachengue, a cerca de 67 quilómetros a norte da vila da
Massinga a serem fiscalizados. Dois homens trajando uniforme das Florestas e
Fauna Bravia estavam com documentos dos automobilistas, cujas viaturas estavam
imobilizadas. Mas, mesmo assim, um dos elementos ainda mandou parar a viatura
onde eu viajava, só que logo depois mandou passar. Dia seguinte, quarta-feira,
dia 20 de Março corrente, cerca das 18.30 horas, a operação continuava no mesmo
local e ninguém passava sem ser fiscalizado, não interessa se transportava ou
não produtos florestais.Caricato para a operação “Nhachengue” é que naquela
região funciona um posto policial, mas nem um “cinzentinho”, como se diz na
gíria popular, andava por perto para credibilizar a actividade daqueles
fiscais.O meu espanto é que à saída da vila da Massinga, metros depois do
chamado mercado Rita, já estava um controlo de fiscalização de membros da
Polícia de Trânsito devidamente uniformizados com sinais luminosos. A brigada,
composta por cinco agentes da Polícia, incluindo a Polícia de Protecção, esteve
a fazer o seu trabalho normalmente e só recolheu depois das 20.00 horas,
levando um mini-“bus” que não estava documentado.A questão que levanta muitas
suspeitas na actuação daquelas forças paramilitares é o facto de trabalharem
isolados dos membros da PRM, cuja missão é, de facto, mandar parar viaturas na
via pública. A Polícia de Protecção, disse José Mandra, se a situação se
justificar, pode mandar parar viaturas.Porque é que as Alfândegas actuam
sozinhas? Porque é que os fiscais das Florestas e Fauna Bravia não querem a Polícia
de Trânsito na sua actividade? Ninguém está contra qualquer actividade que seja
de fiscalização, mas é necessário evitar qualquer oportunismo. Nas minhas
andanças pela província dentro, tenho visto carros-patrulha da Polícia de
Trânsito que não têm um lugar específico para trabalhar. Quanto a isso não há
problemas, mas o exercício da actividade de fiscalização sem sinalização e sem
agentes de direito para ordenar a paragem de viaturas é uma actuação que
levanta suspeitas.(Por Victorino Xavier)
quinta-feira, março 28, 2013
A volta do torrão de açucar
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
0 comments:
Enviar um comentário