quarta-feira, junho 22, 2011

Sexo, a moeda de troca

Mesmo desprovidas de um passaporte, algumas mulheres da vila fronteiriça de Ressano Garcia, província de Maputo, atravessam para a vizinha África do Sul, bastando para isso “subornar” os funcionários de serviço a troco de sexo.Essa triste realidade foi denunciada Terça-feira pela Associação das Mulheres Rurais de Ressano Garcia (AMRRG) durante um encontro realizado naquele posto administrativo do distrito da Moamba com a Primeira-Dama moçambicana, Maria da Luz Guebuza, que se encontra a efectuar uma visita à província de Maputo, iniciada na Segunda-feira. “Parte considerável das mulheres deste posto administrativo recorre também a prostituição para adquirir mercadorias ou até mesmo para atravessar a fronteira sem passaporte”, disse Esperança Ubisse, membro da AMRRG, falando durante a apresentação de uma mensagem da organização por ocasião da visita da esposa do Presidente da República ao Centro de Costura e Alfabetização, que é gerido por aquela agremiação.Segundo Ubisse, essa situação deve-se ao facto dos habitantes daquele posto, particularmente as mulheres, sobreviverem graças ao comércio informal, caracterizado pela compra de produtos na vizinha África do Sul para a posterior revenda no país.Além disso, a população de Ressano Garcia sobrevive com base na criação de animais porque a agricultura, que constitui a base da economia da maioria das famílias moçambicanas, é impraticável naquele ponto do país, cujos solos são de formação rochosa. “É movido pelo sentimento de que as comunidades, em particular as mulheres, ainda se encontram à margem do desenvolvimento, que a MuGeDe (uma organização local) decidiu criar uma associação com o objectivo de congregar as mulheres de Ressano Garcia para que possam trabalhar para a elevação do seu estatuto e nível de vida, empoderando-as em várias vertentes”, explicou Ubisse.Segundo a fonte, em 2009, a MuGeDe desenhou um programa designado “Lutando pelos Direitos da Mulher” que é implementado pela AMRRG desde princípios do ano passado, que consiste no epoderamento da mulher, tendo enfoque nas vertentes sociais económicas, politicas e culturais.Dentre as várias actividades, este projecto abrange a formação de mulheres em diversas áreas incluindo culinária, corte e costura, bem como alfabetização e educação de adultos, além da criação de frangos e concepção de fóruns de debate sobre diversos temas de interesse nacional.

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