quinta-feira, junho 02, 2011

Conversemos e não destruamos

O Presidente da República, Armando Guebuza, pisou, pela primeiras vez, ontem, o solo do posto administrativo de Imala, distrito de Muecate, a cem quilómetros da capital provincial, com a mensagem de paz e apelo a uma maior produção de alimentos para «a melhoria da sua vida». “Vamos trabalhar. Quando não concordamos uns aos outros, vamos conversar ao invés de lutarmos. Se destruirmos o que existe, não estaremos a combater a pobreza”, disse.Declarando-se satisfeito pela recepção que teve a sua chegada ao posto, Guebuza defendeu que “não devemos usar a nossa capacidade e inteligência para destruirmos o que construímos. Somos todos irmãos e temos o mesmo destino que e chegar ao fim da pobreza”.Para o Chefe de Estado, moçambicanos são «um povo que sabe o que quer e que não quer destruir o que fez», disse, num claro apelo a população para não adesão a manifestações que tenham por finalidade provocar vandalismo.Mas o PR falou também da pobreza e afirmou que cada moçambicano, no seu dia a dia, combate este mal. Uns, indo a escola. Outros, construindo casas melhoradas. Outros, produzindo alimentos.“A criança que vai a escola esta a combater a pobreza. Escola e um lugar onde o povo aprende como usar da melhor forma os recursos disponíveis para combater a pobreza”, sublinhou, referindo-se aos rios, a terra, as árvores e outros.Ele disse acreditar que um dia iremos dizer «que naqueles tempos quando éramos pobres não tínhamos sapatos, telefone, energia, água e outras coisas que algumas zonas do país ainda não tem.
Como tem sido habitual em presidências abertas, Guebuza deixou a população falar naquilo que considera como sendo uma oportunidade para ele aprender e ser aconselhado.Joaquim Monteiro Macanica, um dos primeiros a falar, manifestou-se satisfeito com a visita do PR e disse que desde os tempos de colonialismo português nunca um presidente pisou os solos de Imala.Como preocupação, ele pediu ao presidente no sentido de mobilizar investimentos para a instalação, em Imala, de unidades industriais para o processamento da madeira e da castanha de caju que se produz naquele posto administrativo.Por seu turno, uma senhora que se identificou com o nome de Julieta, de 46 anos, diz que o posto esta a crescer. O exemplo e ela própria que frequentou a alfabetização e educação de adultos e hoje esta na oitava classe do ensino secundaria, recolhendo aplausos dos presentes.Outro interveniente colocou o problema da falta de água potável na sua povoação. Disse que existe apenas uma fonte, junto a uma escola, para muita famílias, cujo numero não especificou.Enquanto isto, Luciano Afonso, professor e agricultor, disse ao PR que dispõe de uma extensa área para a produção agrícola cujo cultivo não pode ser feito através da enxada de cabo curto.Referiu que trabalha actualmente uma área de 20 hectares e que pratica as culturas de milho e castanhas de caju. Disse que pretendia alargar os campos, mas não dispõe de tractor para o efeito.Por seu turno, Pedro Machava disse ter participado nos trabalhos de reabilitação da linha férrea Nacala-Cuamba, ao serviço de um consórcio.Alegando que era simplesmente para “recordar” ao PR, visto que já lhe colocaram o problema numa outra ocasião, Machava entende que tenham sido seduzidos e abandonados, pois não chegaram sequer a serem pagos em compensação do seu trabalho.Rui Maria Fernandes, comerciante, levantou a questão da segurança. Disse que os efectivos policiais são reduzidos e que a localidade e grande.Por essa razão, afirmou que receia investir muito dinheiro sob risco de ser assaltado por criminosos.Em resposta a algumas preocupações apresentadas pela população, o PR aconselhou ao professor-agricultor no sentido de abordar o Conselho Consultivo local na tentativa de resolver o seu problema.“O Conselho Consultivo tem muitos pedidos, mas se o tractor for prioridade, poder-se-á comprar”, disse.Disse saber que os preços praticados na comercialização de alguns produtos agrícolas não são do agrado. Disse tratar-se de um problema «que todos temos que estudar como resolver, mas temos que continuar a produzir porque assim vamos vender mais e termos dinheiro para melhorarmos a nossa vida, mesmo que seja para fazer uma casa maior, comprar bicicleta ou motorizada».Em relação a outras questões apresentadas, o PR afirmou que tudo esta registado e que na devida altura vai merecer uma analise em busca de possíveis soluções.

0 comments: