segunda-feira, setembro 20, 2010

Oiçam menos dos agiotas

Revela-se oportuna a tentativa de aliviar a pressão sobre os cofres do Estado.Uma atitude há muito esperada mas que não chega.Peca por ser tarde e mais grave quando se sabe que a anos vozes de diferentes sensibilidades sociais vinham avisando para os perigos de uma gestão fortemente dependente dos interesses externos.O país a cada dia que passa menos espaço de manobra tem para errar ,apêndice a uma politica económica visivelmente desastrosa na sua implementação.Há um défice tremendo entre o querer e o por em marcha um sonho e a sua concretização.Embora o silêncio colectivo encerre a verdade e conhecimento diários da vida das famílias desta terra, o vandalismo foi a bomba relógio que mexeu com as esferas decisórias. Aparenta estar a abrir um ciclo em que todos podem e sempre que o quiserem manifestar o que lhe vai na alma sem os receios da exclusão, uma vivência sócio política e profissional que esta a matar a gestão estatal.Enquanto esta empresa chamada Estado não se reger pela práticas estabelecidas ,as balas de açúcar disparadas da elite amorfa continuarão a matar os mais vulneráveis.As injustiças na aplicação da justiça paira em cada bairro deste país, onde governados vivem na angustia e impotentes para fazer ouvir a sua voz de socorro.Os Órgãos do nosso Estado estão amarrados a procedimentos alheios a sua gestão e de tal modo enraizados que os seus servidores mesmo querendo sabem que impera os apetites pessoais.É iminente uma greve silenciosa, no seio do aparelho do Estado, se é que a atitude displicente dos servidos aos mais diversos níveis não seja já um reflexo.Voltando aos títulos da imprensa de vida alheia, a que não é chamada para os fóruns monolugos .Congelar salários e subsídios dos quadros de direcção dos governantes não vai dar em nada, ficando adiada a terapia de austeridade que a este nível seria útil aos acomodados pelas benesses do poder.Afinal vão continuar as viagens com subsídios e tabelas em moeda estrangeira, compra de bebidas alcoólicas ao mês pagas pelo Estado para além dos gastos pessoais que o conjugue ministerial faz em produtos de mercearia e outros artigos de consumo individual.Até se compreende na defesa do ambiente estável ou de cumplicidade de que precisa o Chefe da equipa, já que a as convicções políticas cada vez menos motivam as relações entre os que dizem comungar as causas do apelado povo.Faz o que eu digo e não o que eu faço é postura muito recente na gestão do Estado e tem levado a muita boa gente a torcer o nariz em particular na condição de subordinado.Não é hoje pratico o discurso dos libertadores, no passado, sempre na vanguarda nos momentos mais difíceis e os últimos a desfrutar do sucesso da bonança.E visível pelas declarações públicas o quanto vai a insegurança na explicação das medidas de contenção dos preços de produtos tão essenciais para o homem que nasceu nesta parte de África.Arrepiante porque uma vez mais fica evidente a forma improvisada com que é tomada este tipo de decisões, esbarrando em interrogações como a do subsídio para os panificadores que utilizando fornos eléctricos vão ter que pagar a subida da tarifa kw/hora.Não podemos esquecer o tempo que passou, tal como diz a canção por vezes varias entoada pelo combatente Samora Machel. Afinal ele tinha razão. Trazendo para a actualidade a experiência libertadora da pátria moçambicana, se aprende entre outras lições que romper com o passado é caminhar para o abismo.A crise instalada era previsível, até as sociedades mais fechadas como a Cubana se ressentem da instabilidade económica financeira internacional, mesmo sabendo dos apertos até aos limites inadmissíveis a que este povo se sujeita a décadas devido ao embargo americano. O Estado cubano apostou numa política virada para um turismo apetecível pelas rotas internacionais, uma industria de equipamento hospitalar reconhecida no primeiro mundo e uma das melhores escolas de formação de especialistas em medicina no planeta.Centenas de hectares do pequeno território vietnamita foram queimados com bombas napalm impossibilitando o seu povo de usar a terra para suplantar a miséria imposta por uma guerra fratricida e desigual. Derrotaram os americanos invasores, e volvidos três décadas são os maiores exportadores de arroz no mundo. Moçambique tem muita terra para projectos agro-industriais, água não falta, e o número de mãos para trabalhar aumenta a cada ano que passa. Outra mais valia; a independência abriu a escola ao cidadão e hoje uma das grandes conquistas é a competência do moçambicano ao mais alto nível académico. Se calhar o modelo económico para moçambique está errado, ou então os actuais gestores não tem dedos para tocar esta viola. Comecem a ouvir mais os que aqui nasceram e só depois os agiotas das grandes capitais do mundo .

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