quarta-feira, setembro 01, 2010

Maputo em polvorosa

Nós temos que encontrar uma abertura para dialogar. A dificuldade é encontrar uma plataforma e interlocutor. Agora o grande problema é chegar ai porque destruir nada resolve e a emoção nunca foi conselheiro para soberania e a própria economia.A verdade é que a vida esta dificel. Os governantes deveriam deixar uma mensagem sobre estes assuntos e constar estar sempre na agenda como previsões havendo mudanças radicais na vida dos cidadãos. Prevenindo é sempre possível de modo a encontrar formas de dissuasão e até esvazia as pretensões dos nervosos.”

Esta a opinião de alguns académicos aos orgãos de comunicação. Informações que algumas bombas de gasolina estão a ser protegidas pela policia, autocarros dos TPM queimados, saques de armazéns , duas mortes e pessoas na maioria crianças pedindo justiça.Perto do meio dia e só agora a radio e televisão publicas avançaram com as primeiras noticias, com base na passagem de mensagens de religiosos apelando a paz e tranquilidade.Analistas são unânimes de que o governo perdeu o hábito d experiência dos anos oitenta em que conseguia prever e trabalhar nas bases de modo a mobilizar e explicar ao cidadão dos momentos críticos do país como foram os ataques bombistas do então regime racista sul africano e os ataques aéreos da antiga Rodésia (Zimbabwe). Isto não se trata de uma greve como se vem intitulando é sim um levantamento popular. A razão é aumento do custo de vida, como o pão, a água e a energia. Nas últimas semanas estudantes do ensino privado vieram para a rua para contestar o aumento do valor das propinas em função a desvalorização do dólar. Já os desmobilizados de guerra que se dizem alvo de manobras de distracção e de entretenimento do governo para resolver as suas pensões desde a década de noventa, prometem partir para um manifestação ainda este mês de Setembro e avisam, que qualquer restrição terá a resposta devida. No resto do país tudo calmo. Os aviões das companhias aéreas nacionais não saíram porque as tripulações têm a avenida que liga o centro da cidade e o aeroporto internacional de Maputo está barrada de pneus e lixo queimado, a semelhança de outros locais que se estendem até a cidade da Matola ( ver pontos a negro na foto). Armazéns saqueados na zona periférica.O avião da TAP chegou e os passageiros estão retidos inclusive os que deviam embarcar , já que a tripulação está retida num dos hóteis da cidade. Corre a ideia de que o discurso governamental está vazio de soluções e o poder fragilizado e começa a haver um confronto directo entre manifestantes e a polícia na grande zona de comercio informal, o de Xiquelene. Há informações que começa a chegar um maior número de feridos ao hospital central fruto da tomada de ruas e uma situação caótica. Lojas sem vidros, sem grades e prateleiras vazias mesmo com balas disparadas para o ar pela policia e gaz lacrimógeneo. No centro da cidade o ambiente é calmo, poucas viaturas e pessoas a circularem como se tratasse de um domingo. Chegam imagens de carros virados e queimados e muita pedra atirada e agências bancarias, cujos vidros cederam não sabendo o que terá acontecido no interior. Os funcionários foram evacuados numa viatura da policia perante mais de duas dezenas de pessoas. Clientes vão utilizando os “ATMS” e as camaras de segurança interna foram vandalizadas de modo a não registar imagens. Na Machava foram saqueados lojas de estrangeiros, de concrecto nigerianos, estes mal vistos pelos locais como sendo traficantes de drogas, armas e orgãos humanos. O Bispo Sengulane aparece a apelar a calma e chamar atenção para o retrocedimento da vida pessoal e consequente pobreza. O salário mínimo, quando pago, 1.500 meticais e um pão a seis meticais a partir de 6 de Setembro. Um rand (RSA) 6 meticais e o valor de 37 meticais por dólar. Sheik Mohamad apela ao governo para estimular a produção de modo a reduzir os índices de pobreza. Casas de electrodomésticos assaltadas, populares carregando televisores plasma, fogões, aparelhagens de som, geleiras. Os transportes de passageiros do sector privado (Chapas) não circulam desde as seis horas da manhã. Cidadãos que circulam longe dos confrontos são apedrejados e queimadas três motorizadas e uma viatura da Empresa Electricidade de Moçambique.Economistas consideram ser resultado de discursos falaciosos e de slogans onde a agricultura apenas consome 20% do orçamento do Estado.

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