quarta-feira, setembro 01, 2010

Continua radicalização do discurso

O Ministro do Interior José Pacheco ( agronómo de formação) fala ao Jornal da Tarde da Rádio Moçambique, empresa pública. Apela a consciência dos cidadãos e chama atenção que o direito a greve é coberta pela Constituição da República. Não avançou com o número referente a mortes , feridos e prejuízos. Falou durante três (3) minutos sobre as acções do Governo para combater a pobreza e sublinhado que faz parte do plano do Presidente Armando Emilío Guebuza e sua presidência aberta. No banco de socorros do hospital central de Maputo, o médico a trabalhar nas urgências e falando para a RM assinala um óbito, um ferido que está a ser operado (pedrada na cabeça), outro na unidade de cuidados intensivos (cardíaco). Continuam a chegar ambulâncias do HCM, da Cruz Vermelha e não há rotura de sangue , mas vão sendo feitos apelos aos dadores para se dirigirem ao centro de colheita. Grave: uma bomba da BP está a arder na cidade da Matola e pode explodir a todo o momento . Dos baleados pela policia a maior parte são jovens não mais de 20 anos e estão a chegar as unidades hospitalares da urbe.Os alunos não tiveram aulas e são aconselhados a ficarem casa pelas autoridades da Educação. Na TVM pública o Ministro do Interior confirma uma estratégia firme e julga que no decorrer do dia a situação vai ficando sob controle. Reconhece que o apelo feito ontem foi correspondido, e que a PRM iniciou a operação com gaz lacrimogeneo, mas perante a persistencia partiu para o uso de balas de borracha. Lamentou as mortes e que tudo tem que ser avaliado caso a caso sendo esta uma turbulência sem liderança mas acha existir um rosto escondido. Acredita o titular da pasta do interior que a maioria dos cidadãos acataram o apelo a calma pois se assim não fosse a situação seria desastrosa e que a policia controla Maputo e Matola. Apelou aos pais para acautelarem os seus filhos de modo a não embarcarem segundo as suas palavras em planos de bandidos e malfeitores. Incendiado um autocarro da policia camarária. No bairro do Xipamanine as lojas foram saqueadas e os agentes da lei e ordem vão disparando as suas armas AK-47 e com bastões dispersando os numerosos adolescentes. Numa reacção as declarações do Ministro do Interior , especialistas em economia e sociologia, são unânimes que continuam a haver um distanciamento entre o governo e o cidadão, partindo para a musculação.

Adiantam em declarações aos orgãos de comunicação sediados em Maputo que decisões prepotentes é um sintoma das fraquezas já percebidas pelo poder, cuja radicalização vinda dos diferentes quadrantes exterioriza a crise interna na gestão do país. Exemplificam com as declarações do Secrectário-Geral do partido governamental ao afirmar que o Museu da Revolução ( espolio da luta de libertação nacional e inaugurado pelo falecido Presidente Samora Machel) nem sequer é do povo....é dos membros da FRELIMO”. O professor Carlos Serra utilizando uma metáfora diz a STV que o comprimir das margens do rio a água naturalmente extravasa e que é preciso ter cuidado com as afirmações públicas de modo a não atiçar os populares. Considera mesmo que o Presidente da República deve falar ao país, pois os problemas sociais de Maputo também o são em todo a extensão do território nacional. Cidadãos a trabalharem em Maputo estão a regressar as suas casas na Matola percorrendo a pé 10 a 14 km. Criança vinda da escola é morta pela policia e a volta do seu corpo tapado por uma capulana uma arrepiante área de sangue coagulado.

3 comments:

Anónimo disse...

Por amor de DEus!!!isto é um disparate quem sai à rua nunca é quem realmente está insatisfeito com a situação....

Anónimo disse...

Realmente a Constituição da República de Moçambique confere o direito à greve. Sendo assim, é louvável a iniciativa popular de reivindicar seus direitos e questionar quando se sentir lesada por quem deveria protegê-la. Entretanto, camaradas, abaixo a violência e viva a passividade!
A luta continua!
O Povo, unido vencerá!
Moçambique brilhará!

Anónimo disse...

Como disse o PR, é preciso mantermos a calma. Mas acredito que o pronunciamento do PR não deve se restringir à exortação do povo revoltado para a calma. É urgente que ele e todo o corpo governamental apresentem medidas ou propostas para melhorar a qualidade de vida, combater a inflação e dispnibilizar mais alimento para a mesa dos moçambicanos.

De um moçambicano orgulhoso de seu povo! Acima identificado como anônimo.
Minas Gerais, Brasil