quinta-feira, setembro 16, 2010

Com os pés no chão

O governo moçambicano afirmou que o chefe de Estado, Armando Guebuza, vai manter as presidências abertas pelo país, criticadas por vários analistas pela sua logística alegadamente onerosa, num momento de grave crise económica e social. Armando Guebuza tem sido acusado nos últimos dias de provocar um rombo nas finanças públicas, por o seu gabinete receber do Orçamento Geral do Estado verbas muito acima dos da maioria dos ministérios do governo.Parte dos fundos canalizados para a Presidência da República financiam o aluguer, na África do Sul, dos seis helicópteros com que Armando Guebuza se faz transportar nas presidências abertas e paga as despesas do seu numeroso cortejo.O descontentamento em relação ao alegado despesismo no Estado moçambicano teve mais eco durante a violência urbana dos dias 1, 2 e 3 deste mês, contra o elevado custo de vida no país.Questionada no final do "Conselho de Ministros Alargado" sobre a viabilidade financeira das presidências abertas, a ministra da Administração Estatal moçambicana, Carmelita Namashulua, disse em conferência de imprensa que as deslocações de Armando Guebuza às províncias vão continuar. "Não estou em condições de dizer se sua excelência o presidente Armando Guebuza irá a pé, de camião, ou de machibombo , mas o que tenho a dizer, com toda a convicção, é que as presidências abertas e inclusivas vão continuar", enfatizou a ministra."O diálogo entre o Presidente da República e as populações vai continuar, não foi discutido que meios vai utilizar, mas o diálogo vai continuar, porque constitui o estilo de governação do presidente Armando Guebuza", acrescentou Carmelita Namashulua. Segundo aquele membro do governo, o contacto entre o presidente e a população, através dos comícios realizados no âmbito das presidências abertas, fortalece a democracia e dá aos cidadãos a oportunidade de expor ao chefe de Estado as suas preocupações e soluções dos problemas com que se debatem.No "Conselho de Ministros Alargado" o governo informou os governadores das 11 províncias moçambicanas e os membros dos órgãos centrais e provinciais do partido no poder, FRELIMO, do alcance das medidas que o executivo tomou para mitigar o custo de vida.

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