terça-feira, julho 06, 2010

Hospital cai aos pedaços

O Hospital Geral de Luanda está, desde a semana passada, a cair aos pedaços, quatro anos após a sua inauguração, o que obrigou a direcção da instituição a encerrar as enfermarias do Banco de Urgência e a transferir os doentes para alguns hospitais da capital, depois de orientados por técnicos do Ministério do Urbanismo e Construção que inspeccionaram as instalações. Logo um ano após a sua inauguração, as instalações do Hospital Geral de Luanda começaram a apresentar fissuras no interior e exterior, situação que se prolongou até aos dias de hoje, sem que tivesse havido uma intervenção por parte empreiteira ou da entidade que fiscalizou a obra. Na segunda-feira, 21 de Junho, a situação atingiu os píncaros de preocupação quando os trabalhadores e a direcção do hospital deram, de caras, com a separação dos blocos provocados pelas fissuras, acompanhado de queda de pedras. “A direcção não tinha a noção da gravidade e da dimensão da situação, pois o edifício começou a cair aos pedaços”, disse Isabel Massocolo. Segundo a directora, nota-se que os blocos estão separados. “Quem está dentro do edifício vê quem está lá fora e vice-versa. E quem estiver dentro, na parte de baixo, vê aquele que se encontra por cima”. A averiguação do estado em que se encontra o edifício está a ser feita por técnicos do Ministério do Urbanismo e Construção que vão apresentar um relatório nos próximos dias ao Governo Provincial de Luanda, entidade que tutela esta unidade hospitalar. O HGL foi construído em 2006 por uma empresa chinesa e financiado, cerca de oito milhões de dólares, com fundos das linhas de crédito que Pequim abriu para Angola a partir de 2004 e logo após a inauguração surgiram notícias na imprensa angolana de problemas relacionados com a qualidade da construção. Com uma área de perto de 750 mil metros quadrados em dois pisos o HGL tem ainda, salas de internamento, consultas externas e de especialidades, uma morgue e cozinha, bem como áreas administrativas e de acomodação de médicos e enfermeiros. Reagindo à evacuação dos doentes e ao consequente encerramento do Hospital Geral de Luanda devido a abertura de fissuras nas paredes, o arquitecto António Venâncio disse a imprensa que uma obra daquela envergadura devia durar pelo menos 50 anos.

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