segunda-feira, abril 22, 2013

Importadas 2 viaturas militares avariadas


Um lote de 28 viaturas militares FIAT, marca italiana, acaba de desembarcar no Porto de Maputo com o propósito até aqui desconhecido, embora a evolução do conflito aberto pelo Governo em Muxúnguè, a 03 de Abril de 2013, acentue as suspeitas. Entre as madrugadas de quinta e sexta-feira últimas, quadros do Ministério da Defesa estiveram envolvidos no desempacotamento dos referidos carros militares.Entretanto, parte dos tanques de guerra não conseguiu sair do porto por apresentarem “problemas mecânicos”.Esta é  a segunda vez, em menos de dois anos, que SE testemunha a importação de grande quantidade de material bélico pelo Governo.No dia 14 de Outubro de 2011 NOTICIOU-SE testemunhou o descarregamento de material bélico novo no quartel policial das Forças de Intervenção Rápida (FIR), subordinadas ao Ministério do Interior. Parte do referido material de guerra viria a ser usado já este ano contra os desmobilizados civis que protestavam pacificamente em frente ao Gabinete do Primeiro-Ministro,  Alberto Vaquina,  contra o não pagamento das suas pensões de reforma.As 28 viaturas (veja a imagem, no Porto de Maputo) chegaram à capital do País transportadas num navio denominado MOL pertencente à gigante italiana Mediterranean Shipping Company (MCS).Na sexta-feira à noite o ministro da defesa desembarcou no aeroporto de Vilankulo e rumou para a zona do rio Save numa coluna de várias viaturas. Fontes no Inhassoro revelaram-nos que o ministro Filipe Nhussy ia pernoitar em Mambone para a partir dali orientar as forças no terreno.Ao mesmo tempo chegaram-nos notícias dando conta que Alberto Chipande, ex-ministro da Defesa, estava na zona da Gorongosa, em Sofala, nas proximidades da Base Cavalo onde está instalado Afonso Dhlakama.Enquanto isto, um jornalista free-lancer reportava  terça-feira (16 de Abril de 2013), a partir de Muxúnguè, que a FIR continua no terreno acompanhada de militares dos “Comandos” das FADM, o que certifica que o Governo já está a envolver o Exército no conflito latente que ele próprio desencadeou ao atacar a sede local do Partido Renamo, com recurso a armas ligeiras e pesadas e ainda gás lacrimogénio.Em Muxúnguè, segundo o referido jornalista que nos pediu anonimato por recear represálias dado estar no terreno das hostilidades, continua uma grande tensão embora alguns estabelecimentos comerciais e barracas já tenham voltado à actividade. Reportou-nos que a FIR e soldados de uma unidade de “Comandos” das FADM andam aos pares e fortemente armados a patrulhar Muxúnguè e a prender todo o cidadão conotado com a Renamo, o maior partido da oposição com assento na Assembleia da República.Egídio Vaz, analista político, convidado a comentar a importação de material bélico disse que “é normal que num momento de ampla contestação popular o Governo invista em meios sofisticados de repressão”.Vaz admitiu que “há um progressivo descontentamento popular que acaba tendo um pendor violento e o Governo, apercebendo-se disso, encontra na sofisticação dos meios de repressão a sua saída”.“Agora se isso é bom ou não é uma resposta política”, concluiu.Vários outros comentaristas têm admitido ultimamente que o presidente da República em fim do seu segundo mandato procura um novo conflito no País para alegar que não há condições de haver eleições e permanecer no poder. O descontentamento civil agrava-se e o caso do assalto à sede da Renamo no posto administrativo de Muxúnguè, a 03 de Abril, seguido do assalto da Renano na madrugada seguinte, ao quartel da FIR, onde se registaram 4 mortes e 13 feridos da Polícia e dois mortos da Renamo, estão a gerar uma enorme impopularidade para o partido no poder. (M G ) Redacção)

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