segunda-feira, abril 08, 2013

Absolutização ,periga a paz em Moçambique



O clima é de tensão em Moçambique depois do reacender do conflito entre a Renamo e as forças policiais. Nos jornais, televisões, como nas ruas, o assunto é os ataques da madrugada de ontem que resultaram em cinco mortos, segundo foi confirmado hoje. Teme-se agora que a situação não fique por aqui e as retaliações se estendam a outras zonas, pondo em causa o equilíbrio político e a paz no país.Depois dos ataques, as acusações subiram de tom. Ossufo Momad, chefe do departamento de defesa e Segurança da Renamo, disse ontem em conferência de imprensa que os ataques contra agentes das forças de segurança não irão cessar enquanto o "Governo e a Frelimo" não pararem de perseguir os seus membros reunidos nas sedes dos partidos, garantindo que a Renamo estava farta de "humilhações e perseguições" e que daqui para a frente a violência policial terá uma resposta à altura.O Presidente da República Armando Guebuza também já se pronunciou, dizendo-se "indignado" com os ataques e sublinhando que "o povo não pode viver assustado".Os confrontos de quinta-feira na zona centro do país resultaram, segundo as últimas atualizações, em cinco vítimas - quatro agentes das Forças de Intervenção Rápida e um brigadeiro da Renamo, Rasta Mazembe, o líder do grupo que atacou o posto administrativo tentando libertar os 15 elementos das suas forças ali detidos.Em várias manobras de contra-informação, os ataques começaram por ser desmentidos, bem como as baixas na corporação, mas ao longo do dia vários números vieram a público, chegando a ser confirmados sete mortos.Os alertas para a radicalização de posições já soaram há vários meses. "Se continuar a prevalecer a tendência da absolutização dos partidos políticos e o culto da personalidade dos próprios dirigentes, não será garantida a paz em Moçambique" escreviam os líderes religiosos católicos na Carta Pastoral em Agosto passado, conforme lembra na edição de hoje o jornal moçambicano "O País".

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