domingo, junho 24, 2012

Medíocres, os que o Estado proteja!

Um agente da Força de Intervenção Rápida (FIR) acaba de fazer mais uma vítima mortal da Polícia da República de Moçambique. Manuel Domingos Ventura, de 22 anos, foi baleado no bairro da Manga, na cidade da Beira, quarta-feira, num caso que começa com a circulação de uma motorizada sem iluminação.Ventura foi  morto após ele e o seu amigo, Enemene Toni, serem interpelados quando circulavam com uma mota sem iluminação, por volta das 21 horas de quarta-feira, no bairro da Manga.
Ele foi alvejado mortalmente por um agente da FIR identificado por Inácio Lenarte Arcai, de 24 anos, tudo porque presumivelmente se recusaram a dirigir a mota para a 8ª Esquadra da PRM, após terem sido obrigados pelos agentes nesse sentido.“Depois de apresentarmos toda documentação da mota, o polícia disse-nos para levarmos a mota para a Esquadra. Antes de nos pronunciarmos sobre a orientação, um dos agentes daquele grupo rasteirou o meu amigo e começou a espancá-lo. Na tentativa deste fugir, o polícia disparou directamente para o corpo do Ventura”, contou Enemene Toni, precisando que deu boleia a Ventura para cobrar a sua dívida algures distante.
O tio do ora baleado mortalmente, Luís Castigo Nhama, disse que, quando acompanhou o caso, dirigiu-se ao local para tentar acudir. Nisso, o agente da FIR, ainda furioso, pretendia disparar também contra ele e a multidão que se aproximou.Na circunstância, Luís Castigo Nhama acabou arrancando a arma, do tipo AKM, ao agente, tendo tirado dela o carregador, que continha 30 balas. “O meu sobrinho não fez nada, não entrego este carregador antes do funeral do meu sobrinho. Outros polícias vieram aqui pedir o carregador, disseram-nos que se tratou de algo que sucedeu. Aquilo não é exactamente comportamento de um polícia, disparar directamente contra um cidadão, seja de que problema for”, anotou.
Entretanto, o oficial de imprensa no Comando Provincial da PRM de Sofala, Mateus Mazibe, afirmou que tudo se deu no meio de ânimos exaltados. “Numa situação de empurra-empurra, o cidadão baleado pretendia arrancar arma ao polícia, o qual acabou por disparar”, anotou, precisando, contudo, que a Polícia está solidária com a família enlutada.Mazibe acrescentou que o polícia em causa está sob controlo na unidade do Comando Provincial da PRM e haverá condições de trazer de volta o carregador da arma ora nas mãos do tio do finado.
Testemunhas no local onde o acto aconteceu disseram que o referido agente da FIR estava sob efeito de álcool. Questionado sobre isso, Mazibe negou, afirmando que, para se apurar tal alegação, passa necessariamente por um teste alcoolémico.Este é mais um dos tantos casos que ocorrem um pouco por todo o país, sendo que as explicações dadas pelas autoridades policiais vão suscitando cada vez mais dúvidas e neste caso o agente envolvido está integrado numa força de elite, que é a FIR.Há dias, na cidade de Quelimane, um indivíduo foi baleado, tendo sido atingido pelo projéctil nos testículos, encontrando-se hospitalizado. Neste caso, o porta-voz da Polícia alegou tratar-se de legítima defesa. 

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