segunda-feira, novembro 22, 2010

E depois de Dezembro?

A situação de instabilidade registada em Setembro em algumas cidades de Moçambique, incluindo a capital, Maputo, pode repetir-se, segundo o vaticínio do presidente do município da Beira e presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM, oposição). “Neste momento, o país vive uma situação crítica e essa situação crítica é exactamente para segurar os interesses de algum enriquecer de forma ilícita. A situação (registada em Setembro) pode repetir-se”, disse Daviz Simango.O político moçambicano falava à agência LUSA à margem de uma conferência em Lisboa promovida pela Universidade Católica Portuguesa, sobre a “Doutrina Social da Igreja, Livre Iniciativa e Pobreza”.No início de Setembro, várias cidades de Moçambique foram palco de manifestações contra o aumento do preço de energia, água e pão, que culminaram em confrontos entre a população e a Polícia de que resultaram 18 mortos. O Governo moçambicano decretou, entretanto, o congelamento dos preços dos bens essenciais, mantendo até Dezembro a atribuição de subsídios, mas Daviz Simango desvalorizou as medidas adoptadas.“A situação pode-se repetir. E o que é que o Governo fez? Foi dar uma chucha à população até Dezembro. E depois de Dezembro o que vai acontecer? Dezembro é época de festas, as pessoas terão gasto o pouco que tinham guardado para passar o Natal e Ano Novo, e vão precisar de recursos financeiros que não vão ter. Portanto, a política do Governo em continuar a subsidiar não é correcta”, disse.Daí que Daviz Simango não esconda a apreensão que sente: “Neste momento, o país vive uma situação crítica e essa situação crítica é exactamente para segurar os interesses de algum enriquecer de forma ilícita.O problema não é a mudança dos ministros. O problema são as políticas que estão a ser implementadas”, concluiu.

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