quinta-feira, novembro 18, 2010

"Conversas Comigo Mesmo"

O novo livro de Nelson Mandela, que saiu esta semana para os escaparates em todo o mundo (a versão em português é publicada no próximo dia 8), tem prefácio do Presidente dos EUA, Barack Obama. A obra reúne cartas escritas durante os 27 anos de cativeiro, sonhos apontados em cadernos e conversas com amigos sobre os assuntos mais íntimos daquele que foi um símbolo da luta contra o apartheid na África do Sul. Eis algumas das revelações do livro.

Ser considerado mártir. "Um assunto que me preocupava profundamente na cadeia era a falsa imagem que estava a ser projetada de mim para o mundo exterior, a ideia de ser um santo. Nunca fui um santo, nem na definição terrena de santo - um pecador que continua a tentar melhorar."

A relação com a família. Separou-se da segunda mulher, Winnie, dois anos depois de ter sido libertado. Revela agora que ela lhe disse uma vez na prisão, sobre as filhas: "Eu, não tu, eduquei estas crianças, que tu agora preferes em vez de mim."

A detenção de Winnie em 1969. "Sinto-me como se tivesse sido mergulhado em fel, cada parte de mim, a minha carne, o meu sangue, ossos e alma, tão amargo por ser completamente impotente para te ajudar nas duras provações que tens estado a passar."

As filhas, Zenani e Zindzi. Quando Winnie foi presa, Mandela disse-lhes: "Por muito tempo poderão viver como órfãs, sem a vossa casa e sem os vossos pais, sem o amor, afeto e proteção que a mamã vos costumava dar. Agora, não terão festas de aniversário nem Natais, presentes, vestidos novos, sapatos ou brinquedos."

A morte do filho mais velho, Thembi. Mandela, que foi proibido de ir ao funeral do filho, morto num acidente de viação, revela agora: "Quando me disseram da morte do meu filho, tremi dos pés à cabeça."

0 comments: