sábado, novembro 06, 2010

“Bypass”

A oposição, Renamo e MDM, voltou à carga , no Parlamento, exigindo que o Governo explique aos moçambicanos os seus verdadeiros interesses ao apoiar a emissão directa de “fumos” que será levada a cabo pela multinacional Mozal. As bancadas parlamentares da oposição chegam mesmo a dizer que a Mozal está a gerir o Governo. Intervindo antes da ordem do dia, o porta-voz da bancada parlamentar do MDM acusou a presidente da Assembleia da Republica, Verónica Macamo, de cumplicidade pela forma “leviana” como está a levar o parlamento a tratar o polémico “Bypass” da empresa de fundição de alumínio, Mozal. Para José de Sousa, a avaliação global do estudo efectuado sobre o “Bypass” e que esteve na base da autorização deste procedimento por parte do Governo revela uma série de lacunas e inconsistências inadmissíveis. Na óptica daquele parlamentar, num Estado de direito que se preze é inadmissível que o Governo baseie as suas decisões em dados fornecidos pela parte interessada, e sendo assim não se está perante o Governo de Moçambique mas, sim, perante o Governo da Mozal. O mais grave, segundo José de Sousa, é que mesmo com base no estudo que o Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental tem considerado irrefutável, a evidência de que não haverá impactos negativos à saúde pública e meio ambiente, não existe. Por seu turno, o porta-voz da bancada parlamentar da Renamo, Arnaldo Chalaua, lamenta igualmente a forma “irresponsável” como a presidência da Assembleia da República está a lidar com o assunto. Chalaua que disse ao Canalmoz que há interesses que os moçambicanos têm o direito de saber. É o caso dos que levam o Governo a permitir que uma empresa coloque em risco a vida das pessoas. “Devido às motivações que os moçambicanos desconhecem, o Governo autorizou uma empresa a perigar a saúde das pessoas”, concluiu. Dizer, entretanto, que cresce a onda de contestação ao “Bypass” autorizado pelo Governo. Enquanto isso o Tribunal Administrativo continua sem emitir a sua decisão ao recurso que foi interposto sobre o caso. Continua,por tido isso, por clarificar quando terá início a emissão directa de “fumos da Mozal”. (Matias Guente)

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