sábado, setembro 26, 2009

Teoria da conspiração

Seja qual for a decisão do Conselho Constitucional, a imagem de credibilidade da Comissão Nacional de Eleições de Moçambique está posta em causa.São várias as hipotises levantadas desde o momento da exclusão de partidos ou coligações, engrossando assim o número de pessoas que pacientes adoram e fascina-os elaborar algumas teorias de conspiração.A CNE ajudou a explorar todas as possibilidades que uma teoria apresenta, da mesma forma que qualquer cidadão gosta de montar um quebra-cabeças ou solucionar mistérios.Das mais diferentes teorias, algumas são até rídiculas e não passam de entretenimento, mas também há outras que são criveis e fazem-nos pensar.O facto da Comissão Nacional de Eleições ter marcado o sorteio da disposição dos partidos no boletim de voto não faziam ainda 48 horas após a publicação nocturna das listas aprovadas..... dá para pensar.Os excluídos não tiveram tempo a coberto da lei para reagir e acionar os passos que se exigem para repor a legalidade.
Então e porque?
Os teóricos da conspiração tem um raciocino que procura dar resposta a esta e outras interrogações.Provavelmente matar a nascenca qualquer possibilidade de comprometer a dispersão de votos por outros partidos ou coligações como consequência do fim da barreira dos 5% para eleger um deputado.A visível desorganização da maioria dos excluídos, foi oportuna para impor uma decisão cujo argumento jurídico não foi contestada pela maioria.O que terá falhado ao ponto das organizações civis e o corpo diplomático e recentemente até a ONU questionarem a imparcialidade de um processo eleitoral que passara pela votação e contagem de votos?
Na teoria da conspiração
reside a possibilidade do trabalho de casa de responsabilidade da CNE ter sido mal feito, tão mal concebido e executado que acabou por comprometer e prejudicar a imagem do país e por tabela quem o administra.A inclusão de outros actores políticos, na maioria desconhecidos, que influencia teriam no cenário politico nacional?
Acontece que uma boa parte do eleitorado com direito a votar e jovem e sem ligação ao passado da libertação, independência e a auto intitulada guerra da “democracia”.Um eleitorado jovem que mais lhes diz o presente, o futuro e expontaneamente descomprometido se apresenta com alternativas para os problemas do seu país.Por outra, uma fatia de eleitorado cuja tendencia de voto não é declaradamente fiel aos dois principais partidos e desconhecedora das diferenças de liberdade que estes trouxeram após séculos de colonização estrangeira.Aproxima-se o quarto pleito eleitoral. Parte destes novos votantes não se recenseou também devido aos problemas operativos sistemáticos e não superados antepadamente pelo Secrectariado Técnico de Administração Eleitoral.Quais os perigos para os partidos representados na estrutura da CNE e na Assembleia da República?
A perca de assentos desmancha o prazer a quem deseja maioria absoluta de modo a aprovar toda e qualquer lei inclusive a revisão da Constituição da República. Também pode reduzir o “poder de fogo” e de acomodação de figuras chaves oriundas de uma estrutura partidária débil.Por essa razão e pela primeira vez não ouvimos a habitual contestação da parte de um dos signatários do Acordo Geral de Paz em relação as decisões da Comissão Nacional de Eleições.A disputa eleitoral e a legitimidade da vitoria só é possível havendo pelo menos um adversário.Na base deste raciocino,claro, teórico e conspirativo, como se explica que o Conselho Constitucional tenha validado a “papelada “ do estreante candidato as eleições presidenciais sabendo-se que este mostrou não ter pernas para andar?
Tal como acontecera nas eleições autárquicas, também para as que se avizinham, a CNE diz terem sido reunidos absolutamente todos os requisitos exigidos por lei.Acontece que o contrario seria nocivo a estabilidade no contexto geo-politico nacional . Perverso à plataforma democrática com que são também cunhados os discursos de ocasião proferidos “por nós” nas capitais do mundo.Mas a Lei eleitoral dá uma ajuda nesta visão , entenda-se que é apenas teórica e conspirativa. Veja-se: todos os boletins de voto a mais dos certificados pela presença do eleitor podem também ser contabilizados.Afinal, com eleições a dois são bem mais fáceis de se fazerem as contas desejando-se manter o martelo na mão e satisfazer o status de eterna acomodação secundarizada.Não foram por estas razões que se conhecem, mas por outras que nunca se saberão, que levou os “financiadores” de forma grosseira a alterar a agenda o Presidente da República e com ele dialogarem dias antes do inicio da campanha eleitoral.Acontece que este filme assemelha-se ao produzido no Zimbabwé, cujos directores da longa metragem contam actores com os mesmos defeitos, virtudes, ambições e popularidade.Retirar áreas agrícolas mecanizadas e entrega-las aos que delas mais precisam para sobreviverem é sabido como inviável para a economia.Descentralizar finanças e po-las a disposição dos mais necessitados sem que haja a certeza do devido retorno é sabido o quanto é sofrível para as contas do Estado.No fundo isto e uma das varias teorias de conspiração em volta do tema de actualidade. Teoria de conspiração tal como ela se define, é a TEORIA de que um grupo de pessoas ou organizações tenha manipulado um evento ou uma serie de eventos para obter um determinado resultado. Mas também roça a arena da fofoca, sempre por afirmações não baseadas em factos concrectos, especulando-se em relação a vida de outros, particularmente rumores com tom pernicioso......fácil ver os defeitos dos outros, solucionar problemas que não são nossos e inventar o final da historia.

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