quarta-feira, setembro 09, 2009

Pela unidade nacional (CNE)

Soou o tiro da largada? De facto, alguns partidos há muito que ultrapassaram a fase de aquecimento e estão numa corrida infernal. Contudo, o dia 28 de Agosto é o marco que define as eleições para o dia 28 de Outubro. Mas é um marco meramente oficial para limitar os actos dos agentes eleitorais ( partidos, eleitores) e para demarcar todo o seu calendário. Uma data naturalmente estudada pela CNE que “controla” a agenda política e que julga ter todos os elementos para satisfazerem os anseios de toda uma população. Próximo do pleito e quando já está em curso o processo ao invés de se esclarecer as razões das decisões emanadas, parte-se para uma atitude musculada com intervenções de última hora para ajustar melhor os interesses aos resultados eleitorais pretendidos. Sem cumprir as regras tal como estão definidas e com mudanças na sua interpretação a escassos metros da meta, o processo está obviamente ferido de transparência. Falta de transparência essa que se agrava quando o CNE foi incapaz de dizer no momento da divulgação das listas dos candidatos, por direito, aos partidos políticos as razões da exclusão destes.O Presidente da Comissão Nacional de Eleições é o Prof. Doutor João Leopoldo da Costa, Reitor do Instituto Superior de Ciências e Tecnologia (ISCTEM) . Um intelectual de respeito pelas suas decisões em prol da modernização da sociedade. Ao dizer que alguns partidos políticos justificaram o não cumprimento do estipulado por esquecimento involuntário de algumas pastas na viatura que os transportava, por favor, mesmo sendo verdade é de tamanha pequenez e excessivamente generalista perante um assunto tão sério.Moçambique é um país assente num estado de direito em construção,portanto compreensivelmente frágil .Alinda hoje as instituições devidas têm uma imensa dificuldade em habilitar o cidadão com o documento mais elementar que o identifica. Somos aos milhares os que continuamente renovam o talão de espera do B.I.Não é correcto exigir-se dos actores propulsores de uma democracia ainda frágil mais do que os gestores do Estado Moçambicano deveriam cumprir e dar exemplo.Os nacionalistas moçambicanos sabem que a pobreza ,contra a qual todos nos abraçamos para erradica-la é uma consequência da desigualdade de oportunidades. A exclusão dos partidos políticos é a exclusão de grandes massas de cidadãos, de grandes vontades que se revêm nesses partidos para contribuírem para o desenvolvimento do país. A tristeza que tal fenómeno provoca abre o campo para que o grupo minoritário prossiga o seu caminho de se apropriar do país, deixando de fora da riqueza e do bem estar os milhões de moçambicanos. Os apoiantes dos partidos que se sentem envolvidos nesta grande “facada” a democracia não podem deixar de reagir energicamente e impedir que tal estratégia alcance os objectivos dos seus mentores. Perante estes factos a resposta não pode ser o medo, mas a defesa do direito de cidadania. É preciso pois estarmos juntos, desde já, para impedir que o 28 de Outubro se transforme numa desgraça a médio prazo. A defesa da democracia passa hoje, igualmente, pela subscrição de todos os partidos para as próximas eleições. O país não deve ser adiado. Deixem as pessoas “fazer politica” e no fim os melhores , colherão os frutos que plantarem. A Comissão Nacional de Eleições tem que perceber isso !

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