quarta-feira, junho 19, 2013

Presidente tomou uma posição de estadista

O governo moçambicano tranquiliza e assevera que o assalto perpetrado na madrugada de Segunda-feira a um paiol das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) no posto administrativo de Savane, distrito de Dondo, na província central de Sofala, não vai i
nviabilizar o diálogo em curso com a Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique.O governo e a Renamo encontram-se envolvidos num diálogo, a pedido desta formação política, para discussão de uma agenda que inclui quatro pontos, nomeadamente um novo pacote eleitoral, despartidarização da administração do Estado, matérias relativas a defesa e segurança e questões económicas.O ataque resultou na morte de pelo menos cinco membros das forças de defesa e segurança de Moçambique. 
Esta posição foi manifestada pelo porta-voz da 19ª sessão do Conselho de Ministros ocorrida (18) em Maputo.
“A vontade do diálogo do governo e a vontade de manter a situação de estabilidade política que prevalece no nosso país não vai ficar afectada por essa acção irresponsável, por essa acção injustificada levada a cabo pela Renamo”, disse Gabriel Muthisse, porta-voz do encontro.“Nós vamos nos encontrar com a Renamo na Segunda-feira para as sessões de diálogo”, acrescentou. Questionado sobre as razões que levaram o governo a atribuir o referido ataque a Renamo, Muthisse arrolou uma série de eventos ocorridos em Moçambique nos últimos anos.
“O percurso deste partido, as ameaças que vem proferindo ao longo dos últimos meses, até diria ao longo dos últimos anos, os antecedentes de Muxúnguè e de outros locais e tentativas, que se assistiram nos últimos meses, de concentração de homens armados em vários locais do nosso país o ‘modus faciendi’ tudo isso nos mostra que esta é uma acção da Renamo. Não existe uma outra entidade que possa ter levado esta acção”, disse Muthisse, que também desempenha as funções de vice-ministro das pescas.Segundo o governante, acresce o facto de aquele antigo movimento rebelde manter homens armados nas suas bases ou nas suas sedes. O governo afirma ainda que nos últimos anos a Renamo tem estado a incitar de maneira muito activa a situações de violência e de ódio no seio da sociedade moçambicana. Para o governo, este ataque completamente injustificado a uma posição das forças de defesa e segurança em Savane é o corolário de todo este processo de ameaças e de incitação a violência que a Renamo tem estado a fazer.


O comandante da PRM em Sofala, Joaquim Nido, disse ontem que não há dados que evidenciem que foram os homens armados da Renamo que assaltaram o paiol de Savane e preferiu falar de perturbação à ordem pública.“Em nenhum momento conseguimos identificar se são indivíduos que pertencem a uma formação política como a Renamo. É mais um caso de perturbação à ordem pública, daí que apelamos à calma da população de Sofala”, disse Joaquim Nido. Mais cauteloso, o presidente da República reagiu a partir de Niassa, onde se encontra em presidência aberta. Armando Guebuza não acusou a Renamo nem mesmo chegou a falar desta formação política.

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