quarta-feira, junho 26, 2013

Nenhum operador sobrevive face a intraquilidade

O presidente da Autoridade Tributária de Moçambique (ATM), Rosário Fernandes, adverte que as ameaças e os ataques da Renamo, o maior partido da oposição no país, poderão afectar o processo de arrecadação de receitas para os cofres do Estado. Segundo o dirigente, no ano passado foram alcançados 98,6 mil milhões de meticais (cerca de 3,3 biliões de dólares ao câmbio corrente) de receitas prevendo-se que, este ano, esta cifra se mantenha ou seja superada.O jornal “Noticias”reporta que Fernandes fez esta advertência sexta-feira última quando se dirigia aos tradicionais operadores do Porto da Beira que garantem o trânsito de mercadorias de e para o Zimbabwe, Zâmbia, Malawi e RDCongo com os quais se reuniu para juntos
abordarem matérias relativas à implementação da Janela Única Electrónica (JUE).Aquele responsável reagia assim aos últimos desenvolvimentos políticos no país caracterizados por alguma instabilidade na sequência de ameaças e ataques da Renamo numa altura em que decorre um diálogo entre as partes para a aproximação das diferenças.Aliás, o impacto na economia moçambicana já é visível na região centro, onde centenas de pessoas interessadas em seguir as suas viagens, quer para o sul quer para o norte de Moçambique, são forçadas a permanecer na sede do posto administrativo de Muxúnguè, província central de Sofala, a espera da oportunidade de prosseguir. A par disso, um elevado número de camiões carregados de mercadoria diversa, viaturas particulares, autocarros e “mini-buses” de transporte de passageiros formam enormes filas que chegam a atingir entre um e dois quilómetros, à espera da oportunidade de passar uma vez que a circulação só é feita no período diurno, ou seja, o trânsito cessa depois das 17.00 horas. O clima de instabilidade que se instalou na região centro de Moçambique também está a afectar escoamento do carvão na Linha de Sena, que liga a região carbonífera de Moatize, na província de Tete, ao porto da Beira, em Sofala, particularmente no período nocturno. Como consequência, reduziu de seis para três a circulação diária dos comboios transportando carvão mineral ao longo da Linha de Sena. “Temos que ter as nossas vias de comunicação livres de instabilidade com infra-estruturas sólidas. Queremos que haja uma comunicação plena do sul, norte e no “hinterland”. Quando o comércio, a agricultura, indústria estão parados isso provoca um colapso económico e Moçambique é exemplo no mundo na estabilidade económica. Os cidadãos devem circular livremente e os agentes económicos praticarem negócios como direitos inalienáveis consagrados na constituição da República que não podem ser postos em causa por ninguém”, recordou o presidente da ATM. E mais do que isso, no seu dizer, o factor humano é essencial para o trabalho em condições de estabilidade na livre circulação de pessoas e bens no nosso país e em toda a região da África Austral e não só. Reafirmou que nenhum operador económico, seja ele qual for, fica tranquilo quando as vias de comunicação estão fechadas. “Mesmo dentro da própria cidade, quando há covas, não há energia e água é motivo de preocupação. Quando o comércio, agricultura e indústria estão parados as famílias também estão paradas”- concluiu o presidente da ATM.Sustentou que Moçambique é um dos exemplos no mundo de estabilidade política cuja experiencia é replicada internacionalmente.

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