terça-feira, junho 04, 2013

"O presidente garantiu que os dividendos serão partilhados por todos”


O Presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, comprometeu-se a envidar esforços no sentido de elevar a qualidade de ensino em Moçambique.Este compromisso foi anunciado no término de uma audiência que lhe foi concedida pelo estadista moçambicano, Armando Guebuza, na cidade japonesa de Yokohama, onde se encontra a participar na 5/a edição da Conferência de Tóquio para o Desenvolvimento Africano (TICAD V).“Eu também já fui educador, mais concretamente docente universitário, antes de me juntar ao Grupo Banco Mundial. Por isso, prometi ao presidente o meu envolvimento pessoal para ajudar a melhorar o sistema de educação em Moçambique”. O presidente do Banco Mundial, que se escusou de elaborar, disse ainda que a sua instituição vai criar um “Núcleo de Conhecimento” (Knowledge Hub) no país. Refira-se que a qualidade de ensino no país constitui uma das maiores preocupações do governo moçambicano, devido aos elevados índices de reprovação. Convidado a fazer uma radiografia da situação actual de Moçambique, o presidente daquela instituição multilateral de crédito vincou que são poucos os países saídos de um conflito e que depois se tornaram estáveis e com uma economia em franco crescimento. “Moçambique continua a registar um forte crescimento económico, por isso, usamos o sempre como exemplo de sucesso”, disse. Ele manifestou a sua satisfação com o desempenho de Moçambique, afirmando que existem muitos desenvolvimentos interessantes em curso na área da agricultura, mitigação de risco das cheias resultantes das mudanças climáticas, entre outros. Além disso, o país possui um elevado potencial graças a descoberta de vastos jazigos de recursos minerais, aliado a um forte compromisso do governo na criação de emprego e melhoria do padrão de vida da população.A fonte disse ainda ter prometido ao presidente moçambicano que o Banco poderá desempenhar um papel importante para ajudar o governo e apoiar o sector privado neste processo. Sobre outros temas abordados no encontro com o estadista moçambicano, Jim Kim disse que também discutiram os procedimentos burocráticos no Banco Mundial, tendo deixado a promessa de melhorar a eficiência da sua instituição. Questionado sobre o parecer do Banco Mundial com relação as perspectivas de Moçambique a médio prazo, Jim Kim afirmou estar esperançado que o país consiga manter este crescimento rápido quando começar a receber os dividendos da exploração dos recursos minerais, particularmente do gás natural.“Acreditamos que Moçambique irá tornar-se num país de renda média para tirar rapidamente toda a sua população da pobreza e assegurar que os frutos sejam partilhados por todos”, disse. Segundo Jim Kim, entre os principais objectivos da sua instituição em Moçambique destacam-se a erradicação da pobreza extrema e uma maior prosperidade partilhada pelos 40 por cento da população que ainda se encontra no fundo da escala.  O presidente do Banco reconhece que a indústria extractiva não cria muitos empregos e, por isso, algumas vezes os frutos da exploração dos minerais nem sempre beneficiam toda a população.“Mesmo assim, o presidente Guebuza asseverou-me que os dividendos das minerais serão partilhados por todos”, disse Jim Kim, afirmando que, com isso, brevemente Moçambique poderá constar na lista dos países de renda média. 

0 comments: