sexta-feira, março 04, 2011

MAPUTO: contrabando de armas?

As autoridades policiais e alfandegárias continuam a fazer enorme secretismo em torno da operação de apreensão de dois contentores com droga e armas de fogo, esta semana, no porto de Maputo. Ao longo do dia de ontem, patentes superiores das duas instituições evitaram comentar o assunto perante , e alguns deles assegurando que a notícia não era verdadeira, sem, no entanto, aceitarem dar a cara para dizerem isso oficialmente.Porém, no terreno, a realidade é bem diferente. O porto de Maputo viveu, um movimento desusado, com um aparato de segurança fora do vulgar, conforme confirmaram várias testemunhas que, habitualmente, o frequentam.De acordo com as fontes, estiveram no porto de Maputo, ao longo do dia de ontem, equipas do Serviço de Informação do Estado (SISE), juntamente com agentes das Alfândegas e da Polícia de Investigação Criminal, a diligenciarem a abertura dos referidos contentores, confirmando assim a notícia avançada pelo “O País”. Aliás, isso é bem patente no comunicado que a Autoridade Tributária enviou aos órgãos de informação. No referido comunicado, a AT evita assumir uma posição explícita sobre o assunto, não confirmando nem desmentindo a notícia . A Autoridade Tributária refere apenas não ter sido a fonte da notícia e solicita ao jornal “O País” o “esclarecimento público expresso” da sua fonte de informação e respectivos fundamentos. Algo que, ao abrigo da Lei de Imprensa, o jornalista não é obrigado a fazer. O secretismo das autoridades moçambicanas pode, também, derivar da necessidade de “proteger” o país da corrente de informações sobre enormes quantidades de droga que vêm sendo apreendidas nos últimos tempos, com destino apontado sempre a Moçambique.A última grande apreensão de droga ocorreu em Dezembro de 2010, no porto de Durban, África do Sul. A quadrilha estava na posse de 312 quilogramas de cocaína, avaliada em cerca de 48 milhões de dólares. Segundo notícias veiculadas pela imprensa sul-africana, a cocaína encontrava-se dissimulada entre sacos de arroz, num contentor descarregado no porto de Durban, e tinha como destino final Moçambique.A droga foi interceptada no porto de Durban, mas depois foi colocada novamente no contentor, que de seguida foi autorizado a seguir por via rodoviária até à província de Gauteng, sob vigia da polícia sul-africana. A polícia sul-africana só interveio quando os sacos estavam a ser descarregados do contentor, em Isando, Gauteng, tendo detido de imediato o grupo dos seis suspeitos. No local, a polícia também inspeccionou uma luxuosa viatura, pertencente a um dos moçambicanos suspeitos, tendo encontrado cerca de 100 mil comprimidos de droga “mandrax”.

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