quinta-feira, março 31, 2011

Pela primeira vez em 35 anos

Trinta e cinco anos após a independência, a produção nacional de açúcar atingiu um recorde pós-colonial de 281.726 toneladas na campanha de 2010, refere o CEPAGRI – Centro de Promoção da Agricultura, no seu balanço do Plano Económico e Social (PES) de 2010. Explica que antes da independência em Moçambique, funcionaram, em pleno, seis açucareiras que chagaram a produzir 325.000 toneladas. Actualmente, operam no País quatro açucareiras (Marromeu, Mafambisse, Xinavane e Maragra), que conseguiram esse recorde. “À partida significa um bom indicador da dinâmica que ganhou a revitalização da indústria no País”.Essa dinâmica, indica o CEPAGRI, instituição do Ministério da Agricultura, é, primeiro, resultado dos avultados investimentos realizados pelas açucareiras na sua reabilitação e melhorias de gestão e da eficiência. E, segundo, dos programas de expansão em curso, sobretudo na açucareira de Xinavane.No global, a campanha açucareira de 2010 produziu 2,7 milhões de toneladas de cana moída, 281.726 toneladas de açúcar e 117.066 toneladas de melaço, numa área total colhida de 38.584 hectares. Este resultado representa um aumento de 19%, 12% e 23% na produção de cana, açúcar e melaço, respectivamente em relação ao do ano passado. O aumento de área de produção cresceu em 9%. O CEPAGRI alude ainda que as vendas de açúcar no mercado doméstico continuam a crescer, acompanhando a evolução do sector e o crescimento do consumo interno. “Em 2010, a Distribuidora Nacional de Açúcar (DNA) aumentou as suas vendas em 6% em relação às do ano anterior e conseguiu abastecer o mercado doméstico com um total 193.410 toneladas”.A fonte refere que a maior parte da produção continuou a ser absorvida por vendas no mercado doméstico. “Embora a produção tenha aumentado, nesta campanha a indústria iniciou o ano com reservas muito reduzidas, de tal modo que a produção foi para a reposição imediata das mesmas e satisfação do mercado interno”.Quanto às exportações, em 2010 baixaram em 11% relativamente ao ano de 2009, diz o CEPAGRI.A indústria açucareira nacional continuou a ter um impacto socio-económico marcante, sobretudo ao nível de emprego. Como que a provar isso, a fonte que temos vindo a citar diz que ao longo do ano de 2010, as quatro açucareiras empregaram directamente 29.922 trabalhadores, dos quais 12.384 eram permanentes e 17.538 sazonais. “Este número de trabalhadores corresponde ao equivalente a 24.503 postos de emprego a tempo inteiro”.Ademais, refere o CEPAGRI, em 2010 foram formados 15.117 trabalhadores em diferentes áreas, tais como: operadores das caldeiras, engenheiros químicos, mecânicos, electricistas, serralheiros, cortadores de cana, entre outras. Do total, 711 trabalhadores foram capacitados fora do País, maioritariamente na África do Sul.No âmbito do Plano de Acção do Sector Açucareiro, financiado pela União Europeia (UE), em 2010 continuou-se a implementar os programas iniciados em 2008, que já estão na segunda fase. Neste contexto, “a UE realizou o primeiro desembolso de primeira tranche da segunda fase no valor de 4 milhões de euros. Ficaram ainda por desembolsar 2 milhões de euros correspondentes à mesma fase”. O valor acima é aplicado na implementação de actividades identificadas na primeira fase como prioritárias, nomeadamente: expansão por via dos pequenos e médios produtores; formação dos trabalhadores e provisão de serviços sociais (educação e saúde, habitação e saneamento).Plano de Acção do Sector Açucareiro já criou 19 associações de pequenos produtores de cana. Estes produziram, em 2010, 297.000 toneladas de cana numa área de 3.367 hectares. As mesmas associações congregam 1.611 membros.

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