quinta-feira, março 31, 2011

- (LUIS FRANCISCO)
Fazendo jus ao seu nome, o Sporting Clube de Portugal é bem a imagem do que se passa no país: produz pouco (e, muitas vezes, mal) e está sufocado pelas dívidas. O país, a braços com uma crise política, enfrenta o cenário de eleições antecipadas, com cinco forças políticas na calha para o Parlamento. Antecipando esse momento, o Sporting realizou eleições, com o mesmo número de listas concorrentes. E, tal como o país, mostrou uma clara tendência para a bipolarização: os dois candidatos mais votados, Godinho L
opes e Bruno Carvalho, recolheram quase três quartos dos votos. É o que se espera que aconteça com o PS e o PSD nas legislativas. Apesar de não existir no quadro regulamentar do Sporting a figura da maioria absoluta, os acontecimentos em Alvalade deixaram bem claro que a vitória de Godinho Lopes por uma margem milimétrica pode ter sido o início de um problema, em vez de o primeiro passo para uma solução. Bruno de Carvalho anunciou a intenção de impugnar as eleições, a nação sportinguista está dividida e os dois principais actores não se entendem. O paralelismo com o que se passa no país continua a ser óbvio. Entretanto, as dívidas aumentam e não se vê como é que os acontecimentos recentes podem impulsionar o colectivo no sentido de encontrar soluções. Sim, ainda estamos a falar do Sporting...

Resta-nos esperar que alguns dos sinais que nos chegaram de Alvalade não se repliquem no país. Mas, quando vemos a máquina burocrática a funcionar mal (incrível o tempo que levou a contar os votos!), as questões jurídicas a enredar a relação dos candidatos e, principalmente, a revolta das pessoas a explodir em actos de violência, não podemos ficar optimistas a esse respeito. O Sporting não anda nada bem; o país pode ficar ainda pior.(

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